segunda-feira, 26 de agosto de 2013

BB é banco mais rentável entre os maiores da América Latina e EUA


O Banco do Brasil é o mais rentável entre os maiores bancos de capital aberto da América Latina e Estados Unidos, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira (26) pela consultoria Economatica. As duas colocações seguintes, aliás, também são instituições brasileiras: Bradesco em segundo e Itaú Unibanco em terceiro.

A empresa calculou a rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) das maiores instituições financeiras. Para fazer parte da amostra, o banco tem que ter ativos totais em junho de 2013 superiores a US$ 100 bilhões. Nesse perfil, somente 18 bancos se enquadram, diz.

Para ficar em primeiro lugar, o Banco do Brasil tem rentabilidade sobre o patrimônio de 24,82%  no acumulado em junho de 2013. O Bradesco tem 17,59% e o Itaú, 16,83%.
O Santander Brasil, o próximo brasileiro da lista, está na 14ª colocação da lista, com índice de 6,52%.

Os demais 15 bancos são todos dos Estados Unidos. O primeiro deles, que está em quarto lugar, é o US Bancorp, com índice de 14,99%.

Lucro
Apesar de ser o banco com maior rentabilidade, o Banco do Brasil é o quinto maior banco por lucro acumulado nos últimos 12 meses até junho de 2013, com US$ 7,1 bilhões.
Em primeiro lugar está o americano JP Morgan Chase, com US$ 24,4 bilhões.
O Itaú é o segundo brasileiro e o sexto da lista, com US$ 5,9 Bilhões.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sky inflou número de assinaturas

Investigação da DirecTV, controladora da empresa nos EUA, apontou irregularidades nos números informados à Anatel desde 2012.


A empresa de televisão por assinatura Sky inflou o seu número de assinantes no Brasil, segundo informou a controladora da companhia, a empresa norte-americana DirecTV. O erro foi verificado depois de uma investigação interna realizada desde abril pela própria DirecTV nos Estados Unidos.

De acordo com a investigação, a contabilização inflada foi ocasionada por irregularidades praticadas por alguns funcionários no Brasil. A informação foi divulgada em documento enviado à agência Securities and Exchange Comission (SEC), órgão que regulamenta e controla o mercado de capitais nos Estados Unidos, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A DirectTV estima que a base de assinantes possa ter sido, na verdade, de aproximadamente 100 mil a menos do que a relatada à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no final de 2012, de 5,038 milhões.

Em março, o aumento do número de assinantes foi inflado em 200 mil, frente aos números de 5,258 milhões encaminhados à Anatel.

Dados alterados. Segundo a empresa, desde 21012 alguns funcionários do Brasil conduziam atividades incompatíveis com as políticas autorizadas pela Sky para retenção de assinantes e gerenciamento dos desligamentos de clientes. Entre as irregularidades apontadas estava a concessão indevida de créditos a contas de assinantes com o objetivo de reduzir ou eliminar saldos devedores.

O custo estimado da irregularidade deve gerar encargos antes de impostos de US$ 25 milhões, contabilizados nos resultados do segundo trimestre, em razão do reconhecimento das taxas de desconexões e dos respectivos custos operacionais da empresa. Assim, com a revisão da base de clientes, a Sky terminou maio com 5,212 milhões de assinantes, ante 5,342 milhões em abril.

De acordo com a Anatel, a Sky/DirecTV tem a segunda maior operação de televisão por assinatura do País, atrás da NET/Embratel, com 8,842 milhões de assinaturas, e à frente da Oi, com 857 mil, segundo dados de abril.

As pesquisas mais recentes apontam que há 16,969 milhões de domicílios com televisão por assinatura no Brasil.

A Anatel afirmou em nota que não tomou conhecimento dos resultados da investigação nos Estados Unidos, e que "eventuais falhas de registro na base de assinantes da empresa não trazem repercussões diretas sobre a prestação do serviço aos usuários, preocupação maior do órgão regulador".

De acordo com a Anatel, o erro nos cálculos da base de assinantes não provoca impacto na arrecadação tributária. "Caso a empresa encontre inconsistências em sua base de assinantes, deve efetuar as correções devidas e comunicar ao órgão regulador para fins estatísticos."

Procurada pela reportagem, a Sky Brasil não se pronunciou até o fechamento da edição.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sky-inflou-numero-de-assinaturas--,1047933,0.htm acessado em 28/06/2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Rei do Leite: Império de Wilson Zanatta Estremece

O empresário que comanda o setor gaúcho de laticínios, no momento em que sete marcas estão com a imagem arranhada devido a fraudes no alimento, já foi aclamado Rei do Leite pelo império lácteo que montou no Brasil. O título se justificava: afinal, Wilson Zanatta tinha indústrias em 11 Estados, faturava R$ 1,7 bilhão por ano e planejava se expandir para o Uruguai.
O império estremeceu em fevereiro, quando a Lácteos Brasil (LBR) – fabricante das marcas Bom Gosto e Líder, entre outras – entrou em recuperação judicial, deixando dívida de R$ 1,1 bilhão com mais de 2,7 mil empresas fornecedoras – algumas das quais faliram ou precisaram mudar de ramo. Somente com cinco bancos, entre os quais Banrisul e Sicredi, os débitos somam R$ 131 milhões.
O segundo golpe sobreveio em 8 de maio. Deflagrada pelo Ministério Público Estadual e Ministério da Agricultura, a Operação Leite Compen$ado descobriu adulteração em sete marcas. Uma delas é a Líder, pertencente ao grupo de Zanatta, que teve um lote confiscado por apresentar contaminação com água, ureia e formol.
O escândalo do leite com formol – o mais grave da história recente do setor por afetar a saúde – ocorre justamente quando Zanatta preside o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). Pela projeção que conquistou, ele também dirige o Conselho Paritário do Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite).
O clima no Sindilat e no Conseleite vai do desconforto à indignação. As reuniões se esvaziaram. Industriais que trabalham seriamente, sem fazer alquimias para aumentar o volume do leite, estão descontentes com o fato de o número 1 da área ter caído nas malhas da fiscalização.
A trajetória de Zanatta foi meteórica. Filho de agricultores em Tapejara, no norte do Estado, iniciou-se nos laticínios com uma fabriqueta caseira de queijos. Era 1993, surgia a empresa Bom Gosto – hoje uma das associadas da LBR.
Zanatta foi um ousado trapezista nos negócios, sempre armando uma rede de proteção com financiamentos em bancos públicos. Enquanto comprava vacas holandesas no Uruguai, para qualificar o plantel dos produtores na região de Tapejara, dispunha dos cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assumiu participação de 23% no capital da Bom Gosto.
Preterindo outros empresários, o BNDES apostou que Zanatta poderia ser referência num mercado fracionado, dividido em inúmeras marcas de laticínios. A partir de 2006, a Bom Gosto engoliu concorrentes. Dois anos depois, amparado pelo BNDES, deu um salto ainda maior: uniu-se à Líder, do Paraná, tornando-se o quarto maior grupo lácteo do país.
O estilo Zanatta contrariava empresários da área, mas trazia resultados. No final de 2010, era anunciada a fusão da Bom Gosto-Líder com a LeitBom, originando a Lácteos Brasil (LBR). Um dos acionistas, o BNDES aportou R$ 700 milhões na LBR.
Mas o colosso andava sobre pés de barro. Confiava num faturamento de R$ 3 bilhões, mas parte das 31 fábricas ruiu num efeito dominó, a partir de 2011, por má gestão ou ociosidade. Hoje, restam 12. Cerca de 30% dos funcionários foram demitidos no projeto de reestruturação.
As ressalvas aos métodos do Rei do Leite aumentaram, mas Zanatta não se manifesta – nem sobre a situação da empresa, nem sobre a fraude com ureia que atingiu uma das suas marcas e abalou a credibilidade de uma parcela dos laticínios gaúchos. ZH entrou em contato com assessores do empresário em São Paulo e em Tapejara, mas a resposta foi negativa.
Berço do empresário, Tapejara está temerosa com o destino da Bom Gosto (LBR), pelo risco de perder impostos e empregos. Prestadores de serviços que gravitavam em torno da indústria sofreram calote, quebraram ou tiveram de se reinventar. Uma das preocupações é uma eventual mudança do empresário para o Uruguai, onde teria comprado terras perto de Montevidéu, em San José.

Autor: Nilson Mariano
 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Liderança: requisito essencial para o sucesso na carreira

O que é preciso para conquistar espaço em grandes empresas e fazer a diferença no mercado de trabalho? Falar um segundo idioma, fazer cursos de aperfeiçoamento, procurar um coaching ou fazer treinamentos. Tudo isso é válido, mas existe um ingrediente que não pode faltar aos jovens que estão em busca de uma carreira de sucesso: liderança.
Ser Líder ou ser chefe? Muitas pessoas podem pensar que é a mesma coisa, mas há uma grande diferença. "O conceito de liderança no mercado passa por uma mudança importante. Observamos que existe cada vez menos espaço para o 'chefe' que somente dá ordens. As pessoas querem fazer parte de algo e não somente obedecer a ordens. Hoje, um líder é reconhecido por ser exemplo de sucesso, acompanhar as tarefas dos liderados de maneira horizontal, trabalhar como os outros e servindo como exemplo", explica Bernardo Cavour, headhunter e sócio da FLOW Executive Finders.

Dada a explicação, agora vem outra questão: Como ser líder? Existe algum treinamento para se tornar um líder? Segundo Fernanda Abreu, diretora de Pessoas, Projetos e Gestão do Instituto Aquila, ser líder não é tarefa tão impossível como as pessoas pensam: "A liderança é uma característica nata, mas é possível desenvolvê-la, sim". Para a diretora, os passos para desenvolver a liderança são conhecimento, respeito, foco, organização e avaliação.

Para deixar de ser um chefe e se tornar um líder, é preciso ter a capacidade de observar e refletir sobre as consequências de suas ações. "Caso ele não observe as consequências e não reflita sobre os motivos e significado das ações, dificilmente conseguirá aprender e ser um líder", explica Fernanda Abreu.

"Para que esta liderança seja legitimada, a pessoa precisa ter uma inteligência emocional desenvolvida que lhe confira habilidades como automotivação, autoconhecimento, autocontrole, bom relacionamento e empatia. Todos nós nascemos com diferentes níveis de desenvolvimento destas habilidades, mas podemos fortalecê-las com vontade, treinamentos e feedbacks de gestores e mentores. O desenvolvimento será melhor e mais fácil quanto maior for o engajamento da pessoa", afirma Bernardo Cavour.

A mudança começa internamente, a partir do momento em que a pessoa se pergunta sobre o que é necessário para receber mais apoio da sua equipe. "Uma vez que a mudança interna aconteça, é possível externá-la por meio de desenvolvimento de planos de ação em conjunto com seu time e saindo do papel de somente dar ordens, ainda que claramente, assumindo a responsabilidade pelo caminho a ser seguido", complementa o headhunter.

Para ter sucesso nessa nova fase os chefes terão que exercer uma liderança mais democrática e precisarão trabalhar o comportamento educador (persuasivo) demonstrando a competência na tomada de decisão. "Estes chefes terão que mostrar muito conhecimento, unir pessoas e atingir metas para ser aceito pelos funcionários", diz Fernanda Abreu.

A evolução da sociedade, das empresas e das famílias depende da atuação e inspiração de pequenos, médios e grandes líderes. Ser um bom líder é agregar valor às pessoas, se interessar por elas. É necessário atuar intensamente nas ações cotidianas que sustentam o foco da sua equipe em atingir resultado. Os rituais de acompanhamento dos resultados da equipe é um ótimo exemplo para demonstrar sua capacidade de liderança.

Quando o superior não consegue motivar e inspirar a sua equipe não é visto com bons olhos e então irá perder o respeito. "Se um líder souber usar as suas ferramentas motivacionais e suas habilidades sociais e se aproximar dos aprendizes, ele estará muito perto do trabalho, das demandas, dos possíveis conflitos e dos próprios funcionários. Proximidade e abertura são dois pontos importantes para que haja controle e convergência nas zonas de trabalho", afirma Bernardo.

De acordo com Fernanda Abreu a procura por líderes nas seleções de funcionários tem aumentado e os recrutadores analisam alguns pontos nos candidatos: "nas dinâmicas em grupo, procuramos o candidato que mais tiver brilhos nos olhos, que se expressam com empolgação e demonstram as habilidades que têm. Procuramos os líderes em cada fase de um processo seletivo, aqueles que se destacam e conduzem o grupo. O conhecimento será conquistado no dia a dia do trabalho".

Autor: Por

Fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/lideran-requisito-essencial-para-o-sucesso-na-carreira-143400813.html 07/06/2013

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Brasil cai cinco posições em ranking de competitividade mundial

O Brasil perdeu espaço no cenário competitivo internacional, de acordo com o Índice de Competitividade Mundial 2013, divulgado nesta quinta-feira pelo International Institute for Management Development (IMD).
O país passou para a 51ª posição, cinco abaixo do 46º lugar ocupado no ranking do ano passado. O ranking tem 60 países.
"Estávamos esperando o Brasil numa posição bem melhor", disse o diretor do IMD World Competitiveness Center, Stephane Garelli. Na sua visão, o grande problema do país é "muito consumo e pouca produção".
Já de acordo com o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena o levantamento no Brasil, um dos únicos pontos em que o país ganhou competitividade foi a atração de investimentos.
No entanto, segundo ele, o principal problema é transformar este aporte em produtos e serviços de maior valor agregado. Além disso, problemas em educação e infraestrutura e a necessidade de reformas como a tributária também prejudicam a competitividade do Brasil.
A pesquisa avalia as condições de competitividade de 60 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião realizada com executivos.
"O Brasil precisa ter um senso de direção e um bom plano de investimento e persegui-lo", adicionou Garelli.

Brics têm resultados distintos

Além do Brasil, Índia e África do Sul também caíram no ranking, enquanto China e Rússia subiram. Para o IMD, as economias emergentes em geral ainda estão altamente dependentes da recuperação global, que parece estar atrasada.
Segundo a pesquisa, os Estados Unidos permaneceram no primeiro lugar em 2013, graças a uma melhora do setor financeiro, uma abundância de inovação tecnológica e companhias de sucesso.
China e Japão também estão melhorando sua competitividade, segundo o levamentamento.
Na Europa, Suíça, Suécia e Alemanha são consideradas as nações mais competitivas, cujo sucesso se baseia na manufatura orientada para exportação, economias diversificadas, pequenas e médias empresas fortes e disciplina fiscal.
"Como no ano passado, o resto da Europa está pesadamente constrangida por programas de austeridade que estão atrasando a recuperação e colocando em causa a oportunidade das medidas propostas", disse o IMD.

(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro)

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2013/05/30/brasil-cai-cinco-posicoes-em-ranking-de-competitividade-diz-imd.htm

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Auditoria vê diferença milionária na contabilidade da Via Varejo

Contratada pela Via Varejo para levantar possíveis inconsistências na contabilidade, a auditoria KPMG descobriu diferenças de avaliação de valores que superestimaram o patrimônio da empresa em R$ 230 milhões.
A maior parte desse valor é uma diferença na avaliação do patrimônio da Casas Bahia e do Ponto Frio, empresas que se juntaram em 2010 para formar a Via Varejo.
A Folha apurou que R$ 170 milhões são resultado de uma diferença na avaliação dos ativos da Casas Bahia e da fabricante de móveis Bartira.
A cifra também inclui R$ 50 milhões em vendas supostamente realizadas pela Casas Bahia. As cerca de 73 mil notas fiscais dessas vendas desapareceram.
O relatório aponta ainda o não recolhimento do Imposto de Renda, PIS e Cofins e ICMS dessas vendas.
No Ponto Frio, a diferença patrimonial foi inicialmente de R$ 35 milhões.
Mas a Folha apurou que esse número pode chegar a R$ 60 milhões.
Além desses valores, a KMPG apontou novas inconsistências que não puderam ser mensuradas. Isso significa que o valor pode extrapolar os R$ 230 milhões.
Oficialmente, as empresas dizem que os números apontados pela KPMG não são definitivos, mas se negam a comentar o relatório, que é sigiloso e não pode ser usado em processos judiciais.
O assunto está sendo conduzido pelo comitê financeiro da Via Varejo com apoio técnico dos executivos.
solução
Segundo apurou a reportagem, a solução que deverá ser aprovada é o pagamento das diferenças pelas partes para que o assunto seja encerrado.
Acerto semelhante foi feito no ano passado por outras diferenças.
Resolvida essa controvérsia entre os sócios, a empresa fica livre para seguir adiante com o plano da família Klein, que detém 47% da Via Varejo, de vender parte de suas ações por meio de abertura de capital da companhia.
A empresa foi avaliada em até R$ 12 bilhões -quase o triplo do valor na época da fusão. A abertura de capital agrada ao Casino, grupo francês que controla o Pão de Açúcar, dono dos outros 53%.
Procurada, a KPMG preferiu não comentar.

Autores: JULIO WIZIACK
TONI SCIARRETTA


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1286476-auditoria-ve-diferenca-milionaria-na-via-varejo.shtml 29/05/2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cinco anos após o pico, Bolsa de SP não dá sinais de reação

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Há exatos cinco anos o Ibovespa, índice que serve como referência para o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo, marcava 73.516 pontos. Era o pico histórico do principal termômetro dos negócios com ações no país.

Hoje longe daquele patamar (com 55.164 pontos na última sexta), o índice não dá sinais de recuperação em médio prazo.

Wall Street renasce com recorde nas ações americanas
México tira do Brasil posto de 'queridinho'
Análise: Sem NY como guia, Bovespa perdeu o rumo das compras

À época do recorde, o país acabara de obter o chamado "grau de investimento", selo de bom pagador de dívida. Os bancos Pactual e Credit Suisse tinham levado 89 empresas para abrir o capital no Novo Mercado (segmento de alta transparência da Bolsa). O empresário Eike Batista captava R$ 6,7 bilhões (que valem hoje R$ 1 bilhão) para a OGX, então um projeto de exploração de petróleo.

"Havia um excesso de dinheiro que levou às alturas preços de ações, commodities e imóveis. Nos EUA, havia dinheiro até para financiar compra de imóvel para quem não tinha trabalho fixo. Claro que não se sustentou", disse Carlos Nunes, estrategista de renda variável do HSBC.

A bolha estourou, os EUA deixaram quebrar o banco Lehman Brothers e sinalizaram que não haveria mais socorro. Depois, tiveram de voltar atrás para evitar a implosão do sistema financeiro.

No Brasil, em cinco meses o Ibovespa derreteu 60% e atingiu o fundo do poço, marcando 29.067 pontos.

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O então presidente Lula chamou a crise de "marolinha", veio a recuperação, e a Bolsa subiu 82,6% em 2009.

No capítulo atual, a Bolsa brasileira se tornou a de pior desempenho entre os dez maiores mercados, com perda de 39,10% em dólares (veja ao lado). Está atolada na casa dos 50 mil pontos e acumula perda de 9,5% no ano.

Na semana passada, os 55.164 pontos do Ibovespa representavam uma queda de 24,9% em relação ao 20 de maio de 2008. E isso sem considerar a inflação do período.

Se fosse corrigido pelo IPCA, os 73.516 de cinco anos atrás seriam hoje 97.362, segundo a consultoria Economática. Ou seja, o Ibovespa precisa subir 43,3% para voltar ao nível de 2008.

O mesmo investidor estrangeiro que tornou o Brasil o "queridinho do mercado" vai procurar oportunidades em mercados mais promissores -como EUA, México e Japão- de crescimento mais comedido, porém, contínuo.

"Da mesma forma que havia uma euforia desmedida em 2008, agora há um excesso de pessimismo com o Brasil", disse Álvaro Bandeira, sócio da gestora Órama, e veterano de crises na Bolsa.

Pessimismo em parte explicado pelo alto intervencionismo do governo Dilma, que impediu a Petrobras de subir a gasolina, fez os bancos públicos reduzirem juros para forçar competição com os privados e diminuiu o ganho das empresas de energia para tornar mais barato o custo da eletricidade.

"O governo passa a sensação de que lucro é demoníaco. O investidor estrangeiro e o nacional têm que sentir que o Brasil é uma terra de oportunidade", diz Ricardo Rocha, professor do Insper.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1281083-cinco-anos-apos-o-pico-bolsa-de-sp-nao-da-sinais-de-reacao.shtml 20/05/2013