segunda-feira, 26 de agosto de 2013

BB é banco mais rentável entre os maiores da América Latina e EUA


O Banco do Brasil é o mais rentável entre os maiores bancos de capital aberto da América Latina e Estados Unidos, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira (26) pela consultoria Economatica. As duas colocações seguintes, aliás, também são instituições brasileiras: Bradesco em segundo e Itaú Unibanco em terceiro.

A empresa calculou a rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) das maiores instituições financeiras. Para fazer parte da amostra, o banco tem que ter ativos totais em junho de 2013 superiores a US$ 100 bilhões. Nesse perfil, somente 18 bancos se enquadram, diz.

Para ficar em primeiro lugar, o Banco do Brasil tem rentabilidade sobre o patrimônio de 24,82%  no acumulado em junho de 2013. O Bradesco tem 17,59% e o Itaú, 16,83%.
O Santander Brasil, o próximo brasileiro da lista, está na 14ª colocação da lista, com índice de 6,52%.

Os demais 15 bancos são todos dos Estados Unidos. O primeiro deles, que está em quarto lugar, é o US Bancorp, com índice de 14,99%.

Lucro
Apesar de ser o banco com maior rentabilidade, o Banco do Brasil é o quinto maior banco por lucro acumulado nos últimos 12 meses até junho de 2013, com US$ 7,1 bilhões.
Em primeiro lugar está o americano JP Morgan Chase, com US$ 24,4 bilhões.
O Itaú é o segundo brasileiro e o sexto da lista, com US$ 5,9 Bilhões.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sky inflou número de assinaturas

Investigação da DirecTV, controladora da empresa nos EUA, apontou irregularidades nos números informados à Anatel desde 2012.


A empresa de televisão por assinatura Sky inflou o seu número de assinantes no Brasil, segundo informou a controladora da companhia, a empresa norte-americana DirecTV. O erro foi verificado depois de uma investigação interna realizada desde abril pela própria DirecTV nos Estados Unidos.

De acordo com a investigação, a contabilização inflada foi ocasionada por irregularidades praticadas por alguns funcionários no Brasil. A informação foi divulgada em documento enviado à agência Securities and Exchange Comission (SEC), órgão que regulamenta e controla o mercado de capitais nos Estados Unidos, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A DirectTV estima que a base de assinantes possa ter sido, na verdade, de aproximadamente 100 mil a menos do que a relatada à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no final de 2012, de 5,038 milhões.

Em março, o aumento do número de assinantes foi inflado em 200 mil, frente aos números de 5,258 milhões encaminhados à Anatel.

Dados alterados. Segundo a empresa, desde 21012 alguns funcionários do Brasil conduziam atividades incompatíveis com as políticas autorizadas pela Sky para retenção de assinantes e gerenciamento dos desligamentos de clientes. Entre as irregularidades apontadas estava a concessão indevida de créditos a contas de assinantes com o objetivo de reduzir ou eliminar saldos devedores.

O custo estimado da irregularidade deve gerar encargos antes de impostos de US$ 25 milhões, contabilizados nos resultados do segundo trimestre, em razão do reconhecimento das taxas de desconexões e dos respectivos custos operacionais da empresa. Assim, com a revisão da base de clientes, a Sky terminou maio com 5,212 milhões de assinantes, ante 5,342 milhões em abril.

De acordo com a Anatel, a Sky/DirecTV tem a segunda maior operação de televisão por assinatura do País, atrás da NET/Embratel, com 8,842 milhões de assinaturas, e à frente da Oi, com 857 mil, segundo dados de abril.

As pesquisas mais recentes apontam que há 16,969 milhões de domicílios com televisão por assinatura no Brasil.

A Anatel afirmou em nota que não tomou conhecimento dos resultados da investigação nos Estados Unidos, e que "eventuais falhas de registro na base de assinantes da empresa não trazem repercussões diretas sobre a prestação do serviço aos usuários, preocupação maior do órgão regulador".

De acordo com a Anatel, o erro nos cálculos da base de assinantes não provoca impacto na arrecadação tributária. "Caso a empresa encontre inconsistências em sua base de assinantes, deve efetuar as correções devidas e comunicar ao órgão regulador para fins estatísticos."

Procurada pela reportagem, a Sky Brasil não se pronunciou até o fechamento da edição.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sky-inflou-numero-de-assinaturas--,1047933,0.htm acessado em 28/06/2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Rei do Leite: Império de Wilson Zanatta Estremece

O empresário que comanda o setor gaúcho de laticínios, no momento em que sete marcas estão com a imagem arranhada devido a fraudes no alimento, já foi aclamado Rei do Leite pelo império lácteo que montou no Brasil. O título se justificava: afinal, Wilson Zanatta tinha indústrias em 11 Estados, faturava R$ 1,7 bilhão por ano e planejava se expandir para o Uruguai.
O império estremeceu em fevereiro, quando a Lácteos Brasil (LBR) – fabricante das marcas Bom Gosto e Líder, entre outras – entrou em recuperação judicial, deixando dívida de R$ 1,1 bilhão com mais de 2,7 mil empresas fornecedoras – algumas das quais faliram ou precisaram mudar de ramo. Somente com cinco bancos, entre os quais Banrisul e Sicredi, os débitos somam R$ 131 milhões.
O segundo golpe sobreveio em 8 de maio. Deflagrada pelo Ministério Público Estadual e Ministério da Agricultura, a Operação Leite Compen$ado descobriu adulteração em sete marcas. Uma delas é a Líder, pertencente ao grupo de Zanatta, que teve um lote confiscado por apresentar contaminação com água, ureia e formol.
O escândalo do leite com formol – o mais grave da história recente do setor por afetar a saúde – ocorre justamente quando Zanatta preside o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). Pela projeção que conquistou, ele também dirige o Conselho Paritário do Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite).
O clima no Sindilat e no Conseleite vai do desconforto à indignação. As reuniões se esvaziaram. Industriais que trabalham seriamente, sem fazer alquimias para aumentar o volume do leite, estão descontentes com o fato de o número 1 da área ter caído nas malhas da fiscalização.
A trajetória de Zanatta foi meteórica. Filho de agricultores em Tapejara, no norte do Estado, iniciou-se nos laticínios com uma fabriqueta caseira de queijos. Era 1993, surgia a empresa Bom Gosto – hoje uma das associadas da LBR.
Zanatta foi um ousado trapezista nos negócios, sempre armando uma rede de proteção com financiamentos em bancos públicos. Enquanto comprava vacas holandesas no Uruguai, para qualificar o plantel dos produtores na região de Tapejara, dispunha dos cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assumiu participação de 23% no capital da Bom Gosto.
Preterindo outros empresários, o BNDES apostou que Zanatta poderia ser referência num mercado fracionado, dividido em inúmeras marcas de laticínios. A partir de 2006, a Bom Gosto engoliu concorrentes. Dois anos depois, amparado pelo BNDES, deu um salto ainda maior: uniu-se à Líder, do Paraná, tornando-se o quarto maior grupo lácteo do país.
O estilo Zanatta contrariava empresários da área, mas trazia resultados. No final de 2010, era anunciada a fusão da Bom Gosto-Líder com a LeitBom, originando a Lácteos Brasil (LBR). Um dos acionistas, o BNDES aportou R$ 700 milhões na LBR.
Mas o colosso andava sobre pés de barro. Confiava num faturamento de R$ 3 bilhões, mas parte das 31 fábricas ruiu num efeito dominó, a partir de 2011, por má gestão ou ociosidade. Hoje, restam 12. Cerca de 30% dos funcionários foram demitidos no projeto de reestruturação.
As ressalvas aos métodos do Rei do Leite aumentaram, mas Zanatta não se manifesta – nem sobre a situação da empresa, nem sobre a fraude com ureia que atingiu uma das suas marcas e abalou a credibilidade de uma parcela dos laticínios gaúchos. ZH entrou em contato com assessores do empresário em São Paulo e em Tapejara, mas a resposta foi negativa.
Berço do empresário, Tapejara está temerosa com o destino da Bom Gosto (LBR), pelo risco de perder impostos e empregos. Prestadores de serviços que gravitavam em torno da indústria sofreram calote, quebraram ou tiveram de se reinventar. Uma das preocupações é uma eventual mudança do empresário para o Uruguai, onde teria comprado terras perto de Montevidéu, em San José.

Autor: Nilson Mariano
 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Liderança: requisito essencial para o sucesso na carreira

O que é preciso para conquistar espaço em grandes empresas e fazer a diferença no mercado de trabalho? Falar um segundo idioma, fazer cursos de aperfeiçoamento, procurar um coaching ou fazer treinamentos. Tudo isso é válido, mas existe um ingrediente que não pode faltar aos jovens que estão em busca de uma carreira de sucesso: liderança.
Ser Líder ou ser chefe? Muitas pessoas podem pensar que é a mesma coisa, mas há uma grande diferença. "O conceito de liderança no mercado passa por uma mudança importante. Observamos que existe cada vez menos espaço para o 'chefe' que somente dá ordens. As pessoas querem fazer parte de algo e não somente obedecer a ordens. Hoje, um líder é reconhecido por ser exemplo de sucesso, acompanhar as tarefas dos liderados de maneira horizontal, trabalhar como os outros e servindo como exemplo", explica Bernardo Cavour, headhunter e sócio da FLOW Executive Finders.

Dada a explicação, agora vem outra questão: Como ser líder? Existe algum treinamento para se tornar um líder? Segundo Fernanda Abreu, diretora de Pessoas, Projetos e Gestão do Instituto Aquila, ser líder não é tarefa tão impossível como as pessoas pensam: "A liderança é uma característica nata, mas é possível desenvolvê-la, sim". Para a diretora, os passos para desenvolver a liderança são conhecimento, respeito, foco, organização e avaliação.

Para deixar de ser um chefe e se tornar um líder, é preciso ter a capacidade de observar e refletir sobre as consequências de suas ações. "Caso ele não observe as consequências e não reflita sobre os motivos e significado das ações, dificilmente conseguirá aprender e ser um líder", explica Fernanda Abreu.

"Para que esta liderança seja legitimada, a pessoa precisa ter uma inteligência emocional desenvolvida que lhe confira habilidades como automotivação, autoconhecimento, autocontrole, bom relacionamento e empatia. Todos nós nascemos com diferentes níveis de desenvolvimento destas habilidades, mas podemos fortalecê-las com vontade, treinamentos e feedbacks de gestores e mentores. O desenvolvimento será melhor e mais fácil quanto maior for o engajamento da pessoa", afirma Bernardo Cavour.

A mudança começa internamente, a partir do momento em que a pessoa se pergunta sobre o que é necessário para receber mais apoio da sua equipe. "Uma vez que a mudança interna aconteça, é possível externá-la por meio de desenvolvimento de planos de ação em conjunto com seu time e saindo do papel de somente dar ordens, ainda que claramente, assumindo a responsabilidade pelo caminho a ser seguido", complementa o headhunter.

Para ter sucesso nessa nova fase os chefes terão que exercer uma liderança mais democrática e precisarão trabalhar o comportamento educador (persuasivo) demonstrando a competência na tomada de decisão. "Estes chefes terão que mostrar muito conhecimento, unir pessoas e atingir metas para ser aceito pelos funcionários", diz Fernanda Abreu.

A evolução da sociedade, das empresas e das famílias depende da atuação e inspiração de pequenos, médios e grandes líderes. Ser um bom líder é agregar valor às pessoas, se interessar por elas. É necessário atuar intensamente nas ações cotidianas que sustentam o foco da sua equipe em atingir resultado. Os rituais de acompanhamento dos resultados da equipe é um ótimo exemplo para demonstrar sua capacidade de liderança.

Quando o superior não consegue motivar e inspirar a sua equipe não é visto com bons olhos e então irá perder o respeito. "Se um líder souber usar as suas ferramentas motivacionais e suas habilidades sociais e se aproximar dos aprendizes, ele estará muito perto do trabalho, das demandas, dos possíveis conflitos e dos próprios funcionários. Proximidade e abertura são dois pontos importantes para que haja controle e convergência nas zonas de trabalho", afirma Bernardo.

De acordo com Fernanda Abreu a procura por líderes nas seleções de funcionários tem aumentado e os recrutadores analisam alguns pontos nos candidatos: "nas dinâmicas em grupo, procuramos o candidato que mais tiver brilhos nos olhos, que se expressam com empolgação e demonstram as habilidades que têm. Procuramos os líderes em cada fase de um processo seletivo, aqueles que se destacam e conduzem o grupo. O conhecimento será conquistado no dia a dia do trabalho".

Autor: Por

Fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/lideran-requisito-essencial-para-o-sucesso-na-carreira-143400813.html 07/06/2013

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Brasil cai cinco posições em ranking de competitividade mundial

O Brasil perdeu espaço no cenário competitivo internacional, de acordo com o Índice de Competitividade Mundial 2013, divulgado nesta quinta-feira pelo International Institute for Management Development (IMD).
O país passou para a 51ª posição, cinco abaixo do 46º lugar ocupado no ranking do ano passado. O ranking tem 60 países.
"Estávamos esperando o Brasil numa posição bem melhor", disse o diretor do IMD World Competitiveness Center, Stephane Garelli. Na sua visão, o grande problema do país é "muito consumo e pouca produção".
Já de acordo com o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena o levantamento no Brasil, um dos únicos pontos em que o país ganhou competitividade foi a atração de investimentos.
No entanto, segundo ele, o principal problema é transformar este aporte em produtos e serviços de maior valor agregado. Além disso, problemas em educação e infraestrutura e a necessidade de reformas como a tributária também prejudicam a competitividade do Brasil.
A pesquisa avalia as condições de competitividade de 60 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião realizada com executivos.
"O Brasil precisa ter um senso de direção e um bom plano de investimento e persegui-lo", adicionou Garelli.

Brics têm resultados distintos

Além do Brasil, Índia e África do Sul também caíram no ranking, enquanto China e Rússia subiram. Para o IMD, as economias emergentes em geral ainda estão altamente dependentes da recuperação global, que parece estar atrasada.
Segundo a pesquisa, os Estados Unidos permaneceram no primeiro lugar em 2013, graças a uma melhora do setor financeiro, uma abundância de inovação tecnológica e companhias de sucesso.
China e Japão também estão melhorando sua competitividade, segundo o levamentamento.
Na Europa, Suíça, Suécia e Alemanha são consideradas as nações mais competitivas, cujo sucesso se baseia na manufatura orientada para exportação, economias diversificadas, pequenas e médias empresas fortes e disciplina fiscal.
"Como no ano passado, o resto da Europa está pesadamente constrangida por programas de austeridade que estão atrasando a recuperação e colocando em causa a oportunidade das medidas propostas", disse o IMD.

(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro)

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2013/05/30/brasil-cai-cinco-posicoes-em-ranking-de-competitividade-diz-imd.htm

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Auditoria vê diferença milionária na contabilidade da Via Varejo

Contratada pela Via Varejo para levantar possíveis inconsistências na contabilidade, a auditoria KPMG descobriu diferenças de avaliação de valores que superestimaram o patrimônio da empresa em R$ 230 milhões.
A maior parte desse valor é uma diferença na avaliação do patrimônio da Casas Bahia e do Ponto Frio, empresas que se juntaram em 2010 para formar a Via Varejo.
A Folha apurou que R$ 170 milhões são resultado de uma diferença na avaliação dos ativos da Casas Bahia e da fabricante de móveis Bartira.
A cifra também inclui R$ 50 milhões em vendas supostamente realizadas pela Casas Bahia. As cerca de 73 mil notas fiscais dessas vendas desapareceram.
O relatório aponta ainda o não recolhimento do Imposto de Renda, PIS e Cofins e ICMS dessas vendas.
No Ponto Frio, a diferença patrimonial foi inicialmente de R$ 35 milhões.
Mas a Folha apurou que esse número pode chegar a R$ 60 milhões.
Além desses valores, a KMPG apontou novas inconsistências que não puderam ser mensuradas. Isso significa que o valor pode extrapolar os R$ 230 milhões.
Oficialmente, as empresas dizem que os números apontados pela KPMG não são definitivos, mas se negam a comentar o relatório, que é sigiloso e não pode ser usado em processos judiciais.
O assunto está sendo conduzido pelo comitê financeiro da Via Varejo com apoio técnico dos executivos.
solução
Segundo apurou a reportagem, a solução que deverá ser aprovada é o pagamento das diferenças pelas partes para que o assunto seja encerrado.
Acerto semelhante foi feito no ano passado por outras diferenças.
Resolvida essa controvérsia entre os sócios, a empresa fica livre para seguir adiante com o plano da família Klein, que detém 47% da Via Varejo, de vender parte de suas ações por meio de abertura de capital da companhia.
A empresa foi avaliada em até R$ 12 bilhões -quase o triplo do valor na época da fusão. A abertura de capital agrada ao Casino, grupo francês que controla o Pão de Açúcar, dono dos outros 53%.
Procurada, a KPMG preferiu não comentar.

Autores: JULIO WIZIACK
TONI SCIARRETTA


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1286476-auditoria-ve-diferenca-milionaria-na-via-varejo.shtml 29/05/2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cinco anos após o pico, Bolsa de SP não dá sinais de reação

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Há exatos cinco anos o Ibovespa, índice que serve como referência para o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo, marcava 73.516 pontos. Era o pico histórico do principal termômetro dos negócios com ações no país.

Hoje longe daquele patamar (com 55.164 pontos na última sexta), o índice não dá sinais de recuperação em médio prazo.

Wall Street renasce com recorde nas ações americanas
México tira do Brasil posto de 'queridinho'
Análise: Sem NY como guia, Bovespa perdeu o rumo das compras

À época do recorde, o país acabara de obter o chamado "grau de investimento", selo de bom pagador de dívida. Os bancos Pactual e Credit Suisse tinham levado 89 empresas para abrir o capital no Novo Mercado (segmento de alta transparência da Bolsa). O empresário Eike Batista captava R$ 6,7 bilhões (que valem hoje R$ 1 bilhão) para a OGX, então um projeto de exploração de petróleo.

"Havia um excesso de dinheiro que levou às alturas preços de ações, commodities e imóveis. Nos EUA, havia dinheiro até para financiar compra de imóvel para quem não tinha trabalho fixo. Claro que não se sustentou", disse Carlos Nunes, estrategista de renda variável do HSBC.

A bolha estourou, os EUA deixaram quebrar o banco Lehman Brothers e sinalizaram que não haveria mais socorro. Depois, tiveram de voltar atrás para evitar a implosão do sistema financeiro.

No Brasil, em cinco meses o Ibovespa derreteu 60% e atingiu o fundo do poço, marcando 29.067 pontos.

table(articleGraphic).
|/3.(articleGraphicSpace). |(articleGraphicCredit). Editoria de Arte/Folhapress|/3.(articleGraphicSpace). |
|(articleGraphicImage).


















O então presidente Lula chamou a crise de "marolinha", veio a recuperação, e a Bolsa subiu 82,6% em 2009.

No capítulo atual, a Bolsa brasileira se tornou a de pior desempenho entre os dez maiores mercados, com perda de 39,10% em dólares (veja ao lado). Está atolada na casa dos 50 mil pontos e acumula perda de 9,5% no ano.

Na semana passada, os 55.164 pontos do Ibovespa representavam uma queda de 24,9% em relação ao 20 de maio de 2008. E isso sem considerar a inflação do período.

Se fosse corrigido pelo IPCA, os 73.516 de cinco anos atrás seriam hoje 97.362, segundo a consultoria Economática. Ou seja, o Ibovespa precisa subir 43,3% para voltar ao nível de 2008.

O mesmo investidor estrangeiro que tornou o Brasil o "queridinho do mercado" vai procurar oportunidades em mercados mais promissores -como EUA, México e Japão- de crescimento mais comedido, porém, contínuo.

"Da mesma forma que havia uma euforia desmedida em 2008, agora há um excesso de pessimismo com o Brasil", disse Álvaro Bandeira, sócio da gestora Órama, e veterano de crises na Bolsa.

Pessimismo em parte explicado pelo alto intervencionismo do governo Dilma, que impediu a Petrobras de subir a gasolina, fez os bancos públicos reduzirem juros para forçar competição com os privados e diminuiu o ganho das empresas de energia para tornar mais barato o custo da eletricidade.

"O governo passa a sensação de que lucro é demoníaco. O investidor estrangeiro e o nacional têm que sentir que o Brasil é uma terra de oportunidade", diz Ricardo Rocha, professor do Insper.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1281083-cinco-anos-apos-o-pico-bolsa-de-sp-nao-da-sinais-de-reacao.shtml 20/05/2013





Log, da MRV, terá capitalização de R$278 mi

SÃO PAULO, 20 Mai (Reuters) - A MRV Engenharia informou no domingo que acertou acordo com fundo de private equity gerido pelo Bradesco para investimento de 278 milhões de reais na empresa de gestão de espaços comerciais LOG Commercial Properties.

Do total de recursos, atuais investidores da LOG investirão 150 milhões de reais enquanto o fundo FIP MPLUS, gerido pelo Bradesco BBI, aportará 128 milhões, ficando com 9,9 por cento de participação na LOG.

"Esta operação permitirá à LOG a continuidade do seu agressivo plano de investimento em propriedades comerciais que incluem galpões industriais, shopping centers, centros de conveniência (strip malls), lajes corporativas e loteamentos industriais", afirmou a MRV em comunicado.

Com o acordo, MRV, Starwood Capital Global Group e executivos e colaboradores reduzirão suas participações na LOG, para 37,87, 30,03 e 22,2 por cento, respectivamente.

Antes do acordo, a MRV tinha 42 por cento do negócio, com Starwood detendo 33,3 por cento e executivos e funcionários possuindo fatia de 24,7 por cento.

No comunicado, a MRV afirmou que a LOG prevê investimento de 429 milhões de reais este ano e de 455 milhões em 2014.


(Por Alberto Alerigi Jr.)

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2013/05/20/mrv-faz-acordo-com-fundo-do-bradesco-para-investimento-na-log.htm 20/05/2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Caixa Seguros assume 70% da Previsul

SÃO PAULO - O Grupo Caixa Seguros assinou contrato para a aquisição de 70% da participação acionária da Previsul, seguradora gaúcha especializada em seguros de vida. Segundo comunicado do banco, o investimento, de R$ 70 milhões, se enquadra na estratégia de expansão do grupo, que atua nas áreas de seguros, previdência, consórcios, capitalização e saúde.

"A compra da participação na Previsul faz parte de um objetivo específico de crescimento na região Sul, com um mercado de 24 milhões de pessoas e uma grande tendência a consumir marcas de identidade regional", afirmou, em nota, o presidente do Grupo Caixa Seguros, Thierry Claudon.
De acordo com o comunicado, a Previsul é uma instituição fundada em 1906, especializada em seguros de pessoas, com uma carteira de cerca de 600 mil segurados, um corpo de colaboradores de 143 funcionários e aproximadamente 3 mil corretores cadastrados. A empresa fechou o ano de 2012 com faturamento de R$ 146,5 milhões e um lucro líquido de R$ 5,9 milhões.
A aquisição estará sujeita a aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Lucro
O Grupo Caixa Seguros, uma parceria da francesa CNP Assurances e da Caixa Econômica Federal, é o quinto maior do País em seu segmento. Segundo o comunicado, em 2012, apresentou lucro líquido de R$ 1,22 bilhão - o maior de sua história, com um crescimento de 21% em relação a 2011. Em faturamento, o grupo fechou o exercício passado em R$ 7,975 bilhões. A companhia tem 8 milhões de clientes.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-geral,caixa-seguros-assume-70-da-previsul,147858,0.htm 21/03/2013

terça-feira, 19 de março de 2013

Receita aplica multas de R$ 60 bilhões a multinacionais

Punição se deve ao não pagamento de impostos sobre os lucros apurados no exterior. As companhias, como Vale, Petrobrás, Ambev e Odebrech, contestam as punições

As multinacionais brasileiras e a Receita Federal estão travando uma disputa bilionária, que pode ameaçar a internacionalização das empresas. A Receita aplicou multas que, somadas, chegam a R$ 60 bilhões, por causa do não pagamento de impostos sobre os lucros apurados no exterior. As companhias contestam as punições na Justiça.

Para acabar com a insegurança jurídica, o Ministério da Fazenda negocia com os representantes das empresas uma nova legislação sobre o tema, que será enviada ao Congresso em breve. Segundo o Estado apurou, uma das alternativas mais prováveis é dar um prazo de oito anos para que as empresas internalizem os lucros obtidos fora do País e paguem os impostos devidos. A nova lei, no entanto, não resolve a situação das multas antigas.

Praticamente todos os pesos pesados da indústria nacional foram multados. Estão na lista: Vale, Petrobrás, Ambev, Gerdau, Odebrecht, CSN, Votorantim, Embraco, Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Coamo, entre outras. Procuradas, as empresas não se manifestaram. A Receita também não deu entrevista.

A Vale, que concentra suas operações em uma holding na Áustria, foi multada em R$ 36 bilhões. A empresa não fez provisão no balanço, pois avalia que há possibilidade de vitória na Justiça. No caso de derrota, o impacto seria brutal, com venda de ativos ou até uma eventual adesão ao Refis, programa de refinanciamento de dívidas tributárias.

Apesar de ser estatal, a Petrobrás é vice-líder das multas, com cerca de R$ 12 bilhões. Em seguida, aparece a Ambev, com autuações de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, por não pagar os impostos por lucros obtidos por duas subsidiárias no exterior, uma na Espanha e outra no Uruguai.

Os valores restantes são menores, mas ainda assim expressivos. A Gerdau, por exemplo, foi multada em R$ 232 milhões, por consolidar lucros em uma holding na Espanha. A empresa conseguiu uma vitória em primeira instância na esfera administrativa, mas a Receita pode recorrer.

Imbróglio

Em todos os casos, o imbróglio é parecido. As empresas organizam as operações no exterior por meio de holdings, onde consolidam lucros e prejuízos apurados ao redor do mundo. Uma fatia do lucro é reinvestida, enquanto outra parte é enviada para a matriz no Brasil, quando a controlada paga dividendos à controladora.

As holdings são instaladas em países com os quais existem acordos para evitar a bitributação. Entre os destinos preferidos estão Áustria e Espanha. Com base nos tratados, são pagos impostos nesses países e quase nada no Brasil. Na visão das empresas, os acordos internacionais se sobrepõem à legislação local. Para a Receita, algumas dessas holdings só existem no papel, para evitar pagar imposto.

De acordo com advogados e fontes das empresas, o potencial de passivo tributário é, pelo menos, o dobro das multas já aplicadas. Boa parte das autuações expedidas pela Receita no ano passado são referentes a 2008 - prazo-limite para as multas, já que a infração expira em cinco anos. Ou seja, as multas dos últimos cinco anos ainda não teriam sido contabilizadas.

“As divergências entre as empresas e o Fisco geraram uma insegurança jurídica brutal. O Brasil precisa com um urgência de uma nova lei, que não retire a competitividade do setor privado” diz Bernard Appy, sócio da LCA Consultores e ex-secretário executivo da Fazenda.

“As multas da Receita contradizem o objetivo de outros órgãos do governo de promover a internacionalização das empresas brasileiras”, diz Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do departamento de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Cinco dias no escritório é tempo demais

NYT- Prerna Gupta

Trabalhei em casa durante a maior parte da minha vida profissional. A liberdade de trabalhar fora de um escritório tradicional foi uma das principais razões pelas quais deixei o mundo corporativo oito anos atrás, aos 23 anos de idade, para inaugurar minha empresa de software.
A ideia de que todos os funcionários precisam estar no mesmo lugar durante oito horas por dia, cinco dias por semana, me parece enlouquecedora e ineficiente. Eu sabia que atingia meu pico de produtividade em determinadas horas do dia, com baixas regulares entre elas. A flexibilidade de determinar quando e onde trabalho sempre me tornou uma trabalhadora melhor.
Mas à medida que minha empresa crescia, tive uma surpresa: comecei a me sentir atraída pelo escritório. Enquanto funcionária, ainda não queria passar meu dia todo lá. Mas no papel de empregadora, queria garantir que todos os meus funcionários trabalhassem de forma eficaz. Exigir que todos passassem ao menos alguns dias da semana no escritório me parecia a forma mais fácil de fazer isso. Também compreendi o valor das conversas que surgem quando as pessoas estão fisicamente juntas em uma sala.
Quando soube que Marissa Meyer, executiva chefe do Yahoo, proibiu os funcionários de trabalharem em casa, meu primeiro pensamento foi: "Ainda bem que não trabalho no Yahoo". Contudo, entendo porque ele se sentiu forçada a colocar a política em prática, ao menos por enquanto. Ela está a cargo de uma empresa gigantesca que se tornou famosa por seu inchaço. Talvez seja exatamente disso que o Yahoo precisa para voltar aos trilhos. A questão é saber se essa política será capaz de aumentar a produtividade em longo prazo.
A noção de que todo mundo precisa estar no escritório cinco dias por semana nos faz lembrar de um tempo em que os funcionários não possuíam as ferramentas necessárias para trabalhar em casa. Porém, agora vivemos em um mundo completamente diferente: uma vez que a tecnologia fez com que os funcionários se tornassem acessíveis 24 horas por dia, os patrões passaram a esperar que fizessem hora extra; sob diversos aspectos, a jornada de 40 horas se tornou um anacronismo.
O Yahoo argumentou no anúncio da nova política que "algumas das melhores decisões e insights ocorrem nos corredores e lanchonetes, quando se conhecem pessoas novas e durante reuniões improvisadas". Certamente isso é verdade, mas também é verdade que alguns dos insights mais criativos só acontecem quando o cérebro humano tem o ócio necessário para pensar. Esses momentos em que a mente vaga quase nunca ocorrem durante o corre-corre do dia a dia no escritório.

No mundo de hoje, em que estamos constantemente conectados e quase sempre trabalhando, o escritório deveria ser repensado como um local de encontro, onde se comunicam ideias e se reforçam os laços interpessoais. Além disso, os funcionários deveriam ter o respeito e a responsabilidade necessária para gerir suas próprias grades horárias, além de trabalhar pelo tempo que achassem necessário e onde preferissem. Esse é o princípio que seguimos em nossa empresa, chamada Khush. Vamos ao escritório três dias por semana, cinco horas por dia, a partir do meio dia.
Em 2011, um grande fabricante de aplicativos, a Smule Inc., nos adquiriu e descobri que a complexidade cresce juntamente com a equipe. A comunicação é um desafio ainda maior. É fácil ignorar detalhes, perder oportunidades de colaboração espontânea e até mesmo as melhores intenções podem ser mal compreendidas.
Ainda assim, a despeito do tamanho da empresa, os princípios básicos da produtividade não mudam. Pessoas espertas ainda trabalham melhor quando podem escolher quando e onde atuar. Esse tipo de flexibilidade também ajuda funcionários que têm filhos. Alguns de nossos engenheiros costumam fazer pausas à tarde para buscar os filhos na escola, então voltam para terminar o serviço. E o trabalho sempre é entregue a tempo.
A Smule já era relativamente flexível em relação aos horários de trabalho, pedindo que os funcionários trabalhassem um mínimo de 5 horas por dia, quatro dias por semana no escritório. Recentemente, quando nossas empresas se fundiram ainda mais, a matriz passou a pedir que os funcionários da Khush adotassem os horários da Smule. Mas ao invés disso, convenci o executivo-chefe da Smule a adotar a grade mínima de três dias por semana que minha empresa já mantinha. Ele concordou com a mudança, muito embora tivesse suas dúvidas – ele acredita de verdade na cooperação presencial.
Acho que essa é a política que mais se aproxima de um meio termo que satisfaça as necessidades tanto de empregados quanto de empregadores. Ao invés de contar com princípios organizacionais projetados para uma época mais antiga, as empresas deveriam desenvolver novas estratégias para acabar com os desafios de se trabalhar em casa.

Fonte: http://economia.ig.com.br/carreiras/2013-03-18/cinco-dias-no-escritorio-e-tempo-demais.html 18/03/2013

quinta-feira, 14 de março de 2013

JBS sai de prejuízo para lucro de R$ 718,9 milhões em 2012

SÃO PAULO - Em 2012, a JBS teve um lucro líquido de R$ 718,9 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 75,7 milhões do ano anterior. O lucro líquido ajustado no ano ficou em R$ 1,259 bilhão.

O Ebitda alcançou R$ 4,410 bilhões no período, um incremento de 40% sobre 2011. A margem Ebitda em 2012 melhorou, alcançando 5,8%. No ano anterior, havia sido de 5,1%.

No ano que passou, a JBS teve uma receita líquida de R$ 75,696 bilhões, um incremento de 22,5% na comparação com 2011. Segundo a empresa, a expansão se deu, principalmente, em decorrência do aumento do volume vendido de carne bovina e do início da operação de aves no Brasil. A alta dos preços de carne bovina e de aves nos Estados Unidos também contribuiu par ao resultado.

A JBS encerrou 2012 com uma relação dívida líquida/Ebitda de 3,4x, abaixo dos 3,7x do fim do terceiro trimestre de 2012. Segundo a empresa, a redução da alavancagem é resultado da geração de caixa livre de R$ 305,4 milhões no trimestre e do aumento do Ebitda nos últimos doze meses.

No quarto trimestre, a maior produtora de carnes do mundo teve lucro líquido de R$ 66,4 milhões, alta de 160% ante igual período do ano anterior.

Contudo, o resultado, que ficou abaixo da expectativa de analistas, recuou 82% na comparação com o terceiro trimestre.

O resultado "foi influenciado pela expansão do volume de carne comercializado a partir do Brasil e também pelo início das operações de aves no país", disse a JBS em nota.

Além disso, informou a empresa, o ajuste nos preços da carne bovina e de aves nos Estados Unidos e a entrada no mercado canadense também foram fatores que contribuíram para o desempenho da JBS.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 310,4 milhões. Esse item desconsidera a parcela do imposto de renda diferido passivo que se refere ao ágio gerado na controladora --uma provisão que somente deverá ser paga se a companhia alienar investimento relacionado.

O Ebitda, que mede o desempenho operacional da companhia, totalizou R$ 1,17 bilhão, alta de 24,5% ante o mesmo período de 2011.

Os analistas apontavam em média R$ 282 milhões de lucro líquido e 1,15 bilhão de Ebitda.
Conforme o previsto pela empresa, a receita da companhia no ano atingiu R$ 75,7 bilhões, com um crescimento de 22,5% ante o ano anterior.

"Os resultados financeiros de 2012 foram positivos, mas é importante destacar o desempenho operacional de nossos negócios e também o processo de consolidação realizado pela companhia após anos de crescimento expressivo", disse em comunicado.

A companhia realizou forte processo de expansão, elevando sua capacidade de abate, mas vem anunciando que agora espera consolidar investimentos recentes.

Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/jbs-sai-de-prejuizo-para-lucro-de-7189-milhoes-em-2012-7833966 14/03/2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

CVM multa ex-gestores da Brasil Telecom em R$ 1,75 mi em caso Opportunity

Após quase oito anos, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou ex-executivos e membros do Conselho de Administração da Brasil Telecom (BrT) por terem atuado em favor do grupo Opportunity, um dos controladores e responsável por sua gestão até 2005.

Entre os condenados estão a ex-presidente da tele Carla Cico, o ex-diretor-financeiro Paulo Pedrão Rio Branco e o ex-presidente do conselho de administração Luís Octávio da Motta Veiga.

Ao todo, a autarquia aplicou multas no valor de R$ 1,75 milhão, com a condenação de oito ex-gestores da empresa. Cabe recurso ao conselho de recursos do SFN (Sistema Financeiro Nacional).

Ex-conselheiro e ex-presidente da companhia, Humberto José Rocha Braz recebeu a maior autuação: R$ 500 mil. Os demais foram multados em R$ 250 mil cada um.

Rio Branco também foi condenado em outro processo, acusado de permitir empréstimos da BrT para outra empresa do Opportunity. O dinheiro foi usado na compra das teles regionais Telemig e Teleamazônia Celular, integradas mais tarde à BrT.

Os advogados dos condenados, presentes ao julgamento, não quiseram falar sobre a decisão. Apenas Francisco Mussnich, advogado de Humberto Rocha Braz e de Eduardo Cintra Santos, disse que irá recorrer da sentença.

HISTÓRICO
Adquirida pela Oi em 2008, a Brasil Telecom foi formada a partir de uma fatia da antiga Telebras, na privatização do setor, em 1998.

Pouco após o leilão, tiveram início as brigas entre os sócios. De um lado estava o Opportunity, que comandava a companhia. De outro, a Telecom Italia e os fundos de pensão Previ e Petros.

Em 2005, a disputa teve fim, quando o Opportunity perdeu o apoio do Citibank, que detinha um fundo estrangeiro administrado pelo banco brasileiro. Esse fundo dava ao banco o controle sobre a empresa.

No entendimento da CVM, os gestores da BrT agiram para manter o controle da companhia em favor do Opportunity, dando início a uma "guerra" judicial --patrocinada pela companhia, que contratou advogados.

Outra irregularidade constatada foi a anulação de uma convocação para assembleia geral, cujo tema central seria a troca dos conselheiros da companhia após a retirada de apoio do Citi ao Opportunity, em setembro de 2005.

CONDENADOS
Dentre os condenados está Robson Barreto, ex-conselheiro indicado pela Telecom Italia. Ele foi o único que não teve a condenação aprovada por unanimidade. A diretora da CVM Luciana Dias votou por sua absolvição.

Os demais condenados eram ligados ao Opportunity.

Autor: Pedro Soares

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1241385-cvm-multa-em-r175-mi-ex-gestores-da-brasil-telecom.shtml 06/03/2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

Gestão Estratégica: Balanced Scorecard

Resumo

Cada vez mais as organizações de todo o mundo percebem que para prosperar e continuar rentáveis é necessário considerar aspectos intangíveis ao invés de apenas ater-se à análise financeira. O Balanced Scorecard foi proposto como uma ferramenta que abre os horizontes das organizações, sejam elas com fins lucrativos ou não, por partir dos pontos fundamentais da organização criando novos enfoques que se somam à financeira e gerando uma compreensão holística aos colaboradores. Apresentamos o Balanced Scorecard e sua metodologia através do exemplo da empresa Nokia do Brasil Tecnologia Ltda.


1 INTRODUÇÃO

Diz-se que os indicadores contábeis e financeiros tradicionais são essenciais à correta gestão de uma organização. São fundamentais, porém não mais suficientes. Cada vez mais os executivos e gerentes percebem que as formas tradicionais de mensuração puramente financeira como retorno sobre o investimento, lucro e rentabilidade, não são mais fontes de informação suficiente em um mundo cada vez mais dinâmico, exigente e competitivo. Isto ocorre, pois o principal sistema de avaliação de muitas empresas ainda é o tradicional relatório financeiro, que não fornece as informações necessárias para a mensuração e gestão do valor criado pelos ativos intangíveis [1].

Em resposta a esta necessidade crescente, surgiu na década de 1990 o modelo de Balanced Scorecard (BSC) proposto por Robert S. Kaplan e David P. Norton em publicação da Harvard Business Review. Surgia assim, o BSC – uma ferramenta que oferece uma visão abrangente e ao mesmo tempo detalhada da organização. Imediata, porém com visão a médio e longo prazo [2].
O BSC é um conjunto de indicadores equilibrados que permite aos gestores visualizar a empresa sob várias perspectivas ao mesmo tempo, resultando na capacidade de traduzir e implementar a estratégia para alinhar esforços e metas em busca de melhoria contínua, criação de valor e crescimento.

O BSC parte da percepção que nenhum indicador isolado é capaz de fornecer metas de desempenho claras ou de manter o foco da organização naquilo que é realmente relevante. É exatamente este ciclo vicioso de análise única e exclusiva dos indicadores financeiros de uma empresa que o BSC rompe para propor um sistema mais abrangente de indicadores. Ao melhorar os indicadores operacionais, como duração dos ciclos e índices de defeitos e os resultados financeiros serão uma conseqüência.

Nascia o conceito que se os processos internos são mensurados e guiados por objetivos e metas alinhadas com a estratégia e a visão da empresa, a organização cria valor, melhora seus processos e procedimentos, realimentando-os e corrigindo sistematicamente seu rumo na direção desejada. Assim, com um ganho de eficiência interna, a empresa dotada de uma estratégia consistente termina atingindo os objetivos financeiros.

Seguindo este raciocínio, o lucro e o valor são obtidos de forma sustentável, pois para tanto foram criadas as bases necessárias à continuidade do crescimento, por meio da realimentação de todos os processos e da aprendizagem.

Uma das grandes contribuições do BSC é a tradução da visão estratégica da organização em termos operacionais e metas tangíveis que propiciam o alinhamento dos processos da empresa à estratégia adotada, garantindo o foco nas ações tomadas. O Balanced Scorecard não ajuda apenas a trabalhar corretamente, mas também a trabalhar naquilo que é certo, de forma correta. O BSC vai além, pois parte da estratégia e do planejamento.
Outra contribuição importante é o equilíbrio entre indicadores financeiros e outros não-financeiros, sendo que estes últimos obedecem a pelo menos três perspectivas básicas: clientes, processos internos e aprendizado e crescimento.
Ao invés de ater-se apenas à ótica contábil, o BSC cria outras três perspectivas que se somam à financeira, interligando-se e criando um conjunto de indicadores equilibrados que monitoram apenas aquilo que realmente é relevante à organização. Para transformar esta idéia em realidade, o BSC exige que se visualize o desempenho da empresa em quatro perspectivas:
a) Perspectiva do Cliente;
b) Perspectiva dos Processos Internos;
c) Perspectiva de Inovação e Aprendizado;
d) Perspectiva Financeira.

Estas quatro perspectivas fornecem respostas a quatro questões básicas, respectivamente [3]:
a) “Como queremos que os clientes nos vejam?”;
b) “Em que devemos ser excelentes?”;
c) “Como seremos capazes de continuar melhorando e criando valor?”;
d) “Como parecemos para os acionistas?”.

O BSC propõe que se estas questões forem satisfatoriamente respondidas pela missão, visão e estratégia de uma organização, as quatro perspectivas serão devidamente consideradas, o plano estratégico de trabalho será consistente e o sucesso dependerá da devida tradução do plano em termos operacionais.

A partir do momento em que os gerentes tenham condições de visualizar a organização sob estas quatro perspectivas, várias necessidades começam a ser atendidas. Primeiro, o Balanced Scorecard reúne em um único relatório gerencial muitas informações essenciais de diversos processos e departamentos: evolução de faturamento, retorno sobre investimento, melhoria da qualidade dos produtos e serviços, redução de custos, redução de tempo de lançamento de novos produtos, etc.
Segundo, o BSC protege contra a cultura da resposta satisfatória ao invés da resposta ótima (subotimização). Por considerar em conjunto todos os indicadores operacionais relevantes, o Balanced Scorecard permite que se avalie se o objetivo em determinada área foi atingido em detrimento de outra, já que mesmo os melhores objetivos às vezes são alcançados de maneira inadequada. Por exemplo, às vezes é possível reduzir os custos de um produto diminuindo seu nível de qualidade ou através de uma reengenharia. Também é possível aumentar o lucro líquido em curto prazo cortando-se os investimentos programados ou em médio e longo prazo, reinvestindo estrategicamente os recursos disponíveis no presente.
Ao BSC podem-se acrescentar outras perspectivas para adaptá-lo segundo as conveniências das organizações, mas na grande maioria dos casos, as quatro perspectivas básicas propostas por Kaplan e Norton são suficientes [4].

As perspectivas demonstram que o BSC está fortemente estruturado no conceito de causa e efeito onde ações isoladas, porém alinhadas com a estratégia, somam-se em uma cadeia de inter-relações para tornarem reais os objetivos planejados. Observa-se também que o Balanced Scorecard proporciona a visão necessária para a gestão não apenas dos ativos tangíveis, físicos e financeiros, como também dos ativos intangíveis, que são cada vez mais importantes no meio empresarial [5], [6].

1.1 FORMULAÇÃO DE UM BALANCED SCORECARD
O processo de formulação do BSC é sempre no sentido da missão para os objetivos operacionais.

Largamente utilizado na formulação de Balanced Scorecards, o mapa estratégico é uma ferramenta gráfica que auxilia na elaboração do BSC, pois expõe de forma conjunta todos os pontos críticos das quatro perspectivas, mostrando suas inter-relações de causa e efeito que culminam no cumprimento da missão e na visão de longo prazo [7].

Os gerentes seniores (alta-direção) devem definir objetivos gerais sob cada uma das perspectivas. Depois, os gerentes devem traduzir esses objetivos gerais em metas específicas e desenvolver indicadores apropriados para cada uma das metas. Como boa parte das ações ocorre nos níveis operacionais, o cumprimento das metas é facilitado quando os gerentes criam indicadores influenciáveis pelas ações dos empregados, ou seja, quanto melhor a tradução das metas do BSC em termos operacionais, maior a probabilidade de êxito. Este vínculo assegura que os colaboradores situados na base da organização possuam objetivos, plano de trabalho e metas claros.

Mas como deve ser montado um mapa estratégico? Em baixo, deve-se posicionar a perspectiva da inovação e aprendizagem – ou aprendizagem e crescimento, como também é conhecida – que dará suporte à perspectiva interna localizada logo acima, que por sua vez apoiará as perspectivas do cliente e das finanças para atingir a visão e a missão da empresa. No entanto, ao se criar um mapa estratégico, deve-se fazê-lo no sentido inverso, ou seja, da missão e visão para as perspectivas, até chegar ao aprendizado e crescimento.

Neste momento, deve-se responder claramente à pergunta fundamental de cada perspectiva, além de ir mais a fundo na formulação de cada perspectiva e nas suas interconexões de causa e efeito, como visto no capítulo dois. Também é necessário restringir os vários indicadores propostos àqueles que são verdadeiramente críticos, limitando em até 15 a 20 o número de indicadores do BSC. Desta forma, o BSC não deve multiplicar o elevado número de indicadores que as empresas já possuem e sim concentrar a atenção naqueles poucos que são verdadeiramente estratégicos e trarão resultados superiores. Portanto, é importante que o BSC force os gerentes a selecionar um número limitado de indicadores críticos dentro de cada uma das quatro perspectivas para concentrar a visão estratégica e os esforços dentro daquilo que é realmente relevante.

Após definido o mapa estratégico, deve-se desdobrar os objetivos estratégicos de cada perspectiva em indicadores, metas e plano de ação, abrangendo a divulgação do BSC entre todos os colaboradores da empresa e um sistema de informação e banco de dados para dar suporte ao Balanced Scorecard. Ao final, o BSC todos os pontos devem ser definidos.

2 EXEMPLO DE IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO
Para exemplificar a implantação e o gerenciamento do Balanced Scorecard, foi realizada entrevista com a Gerente de Pós-Vendas, Sandra C. A. Andreassi, da Nokia do Brasil Tecnologia Ltda., subsidiária brasileira da finlandesa Nokia Corporation, líder mundial em comunicação móvel que adotou o Balanced Scorecard em parte de suas operações em território nacional.
Em janeiro de 2004 a Gerente de Pós-Vendas assumiu o cargo e foi incumbida de reestruturar seu departamento com base no BSC para alinhar seus esforços com os parâmetros requisitados pela matriz mundial da Nokia e melhorar o desempenho do suporte ao cliente.

Para implantar o BSC, foi necessário avaliar o estado inicial dos processos de pós-vendas da organização. Os indicadores relativos aos processos de Customer Care (nome dado ao pós-vendas na Nokia – atenção ao cliente, em português) não eram animadores.

Apesar da Nokia do Brasil ser na época a fabricante de aparelhos celulares mais lembrada pelos consumidores conforme a pesquisa Folha Top of Mind 2003 realizada pelo Folha Online em outubro de 2003, uma pesquisa interna da empresa constatou que seus clientes consideravam seus serviços de suporte inferiores quando comparados com seus concorrentes [8].

A quantidade de produtos em assistência técnica à espera de liberação para o cliente era considerada muito grande, assim como o prazo médio para a devolução de aparelhos celulares aos clientes. Muitos processos de reparo de aparelhos ultrapassavam o prazo máximo previsto pelo Código de Defesa do Consumidor, o que obrigava a empresa fazer a troca do aparelho e ainda gerava crescentes processos judiciais por meio do PROCON [9]. Logo a Gerente de Pós-Vendas descobriu que seria necessário também reavaliar os estoques mínimos e totais de peças sobressalentes para reparo de aparelhos celulares, um dos motivos na demora dos reparos.

Além da baixa satisfação de clientes que necessitaram dos serviços de assistência técnica, a qualidade do suporte ao cliente era outro ponto a ser considerado tanto por conta dos problemas relativos ao atendimento no call center (centro de atendimento de chamadas telefônicas, em português), às imperfeições nos manuais do usuário que acompanhavam os produtos.
As metas de desempenho impostas pela alta-direção tornavam a empreitada ainda mais desafiadora. Era necessário:
a) Criar serviços focados nos consumidores que atendessem às necessidades de cada segmento;
b) Elevar os serviços e o atendimento ao cliente a níveis nunca antes vistos de integração entre os canais de logística;
c) Investir continuamente na avaliação e melhoria da satisfação dos clientes;
d) Aumentar o controle de custos do Customer Care;
e) Melhorar os processos de estoque e logística;
f) Estabelecer foco em qualidade para todos os processos de Customer Care.

2.1 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA E PLANO DE AÇÃO
Com base na situação inicial e nas metas e objetivos determinados pela alta-direção, o departamento de pós-vendas iniciou sua reestruturação a partir da missão e visão da matriz global da empresa. Estes dois pilares fundamentais guiaram os esforços para a construção da estratégia de trabalho e elaboração do mapa estratégico.
Para a formulação da estratégia e planos de ação foi utilizada a metodologia de mapas estratégicos. É interessante ressaltar que, por possuir total liberdade para implantar um Balanced Scorecard específico em sua área, a Gerente de Pós-Vendas analisou e formulou a missão e visão específicas para seu departamento, além de elaborar os objetivos, indicadores, metas e plano de ação inicial.

A perspectiva financeira era fundamental, pois todo o departamento de pós-vendas dependia de recursos limitados por um orçamento elaborado pelo departamento financeiro. A solicitação por maiores recursos era possível, mas seria burocrática, demorada e ainda não seria bem vista pela alta-direção.

A perspectiva do cliente foi simples e clara. Era preciso resgatar a satisfação do cliente antes que os concorrentes fossem capazes de ganhar espaço às custas deste ponto, até então, vulnerável.

A perspectiva dos processos internos era um pouco mais complexa, pois para viabilizar o resgate da satisfação do cliente era necessário fazer acertos e revisões de processos, além de criar novas ferramentas de trabalho e serviços para encantar os consumidores finais e as operadoras de telefonia móvel.

Finalmente, a perspectiva do aprendizado e crescimento adotada pela organização era essencial para capacitar cada um de acordo com suas atribuições, treinar, unir e garantir a melhoria contínua de todos os colaboradores.

O mapa estratégico foi traduzido de forma operacional em um plano de ação e em 10 indicadores de desempenho, sendo que 2 deles eram condensações de vários indicadores de desempenho de processos:
a) Retorno de aparelhos até 90 dias após o reparo;
b) Tempo médio de atendimento nas AT;
c) Satisfação do cliente em chamadas para o call center solicitando reparo;
d) Satisfação do cliente em chamadas para o call center solicitando suporte;
e) Troca de aparelhos em garantia;
f) Custo por ligação atendida;
g) Custo por reparo;
h) Custo da garantia sobre a população de aparelhos em garantia;
i) Desempenho dos colaboradores sobre suas metas pessoais;
j) Desempenho do fornecedor de reparos;
k) Desempenho das AT;
l) Desempenho do call center.

Apesar do aparente pequeno número de indicadores, ao capilarizar a estrutura de controle e considerar os indicadores de desempenho que serviam de base para o cálculo daqueles condensados, o total encontrava-se dentro do recomendado por Kaplan e Norton [10].

O plano de ação consistiu em gerenciar cada um dos indicadores escolhidos, resolvendo os problemas críticos detectados. No início das atividades, foi dada ênfase à solução de questões emergenciais, elaboração do planejamento de treinamentos e divulgação do BSC para toda a equipe. Conforme o sistema foi se realimentando com os resultados obtidos, adequações foram feitas e novas iniciativas, programas e ações foram incorporados.

2.2 IMPLEMENTAÇÃO
Já com o plano de ação definido pela Gerente de Pós-Vendas, foram realizadas reuniões para expô-lo a todos os envolvidos. Um dos objetivos foi demonstrar a situação presente e qual a situação almejada no futuro após um semestre, um ano e dois anos. Outro objetivo era indicar a todos a forma com que a equipe trabalharia para chegar às suas metas; era preciso mostrar como cada um deveria fazer sua parte que todos atingissem os objetivos propostos – começavam os trabalhos de transformação de um grupo de trabalho em um time. Foram divulgadas também a missão e a visão da empresa, com o intuito de fortalecê-las.

Nesta mesma reunião, todos receberam uma cópia do código de conduta da Nokia, para que soubessem desde o início sob quais regras deveriam atuar e quais as expectativas da empresa com relação às decisões que deveriam ser tomadas e à postura profissional. O código de conduta explica qual a posição da organização – e consequentemente, qual deve ser a postura de todos os envolvidos – sobre ética e legislação, direitos humanos, conflitos de interesse, presentes, brindes e subornos, práticas no ambiente de trabalho, meio ambiente e fornecedores. Estes parâmetros eram essenciais para que ninguém trabalhasse fora dos padrões exigidos; e caso isto viesse a ocorrer, para que não houvesse contestação.

A criação do sentimento de time e trabalho em equipe foi fundamental logo no início da implementação do BSC. Para criar esta condição, foram elaborados treinamentos sob medida como o Team Building (Criação de Time, em português), que força os participantes a desenvolver várias atividades em equipe ao céu aberto, enquanto são gravadas as suas imagens para posterior análise em conjunto dos próprios participantes.

Atenta a geração do espírito de equipe, os bônus por desempenho foram atrelados às metas de forma gradual conforme o resultado alcançado, porém com um detalhe importante. Ou todos atingiam suas metas e todos ganhavam o bônus, ou ninguém ganhava.
Também foi desenvolvida a pesquisa de opinião Listening to You (Ouvindo Você, em português), realizada entre os funcionários a respeito de vários assuntos relevantes a organização, para que os gerentes pudessem avaliar como conduzir melhor as atividades.
Nesta mesma linha de raciocínio, foi feito um workshop com os funcionários que atuavam no departamento de pós-vendas para que estes recebessem uma realimentação sobre os resultados obtidos no programa Listening to You, expondo os pontos onde foram detectadas debilidades nos processos internos. Depois, eles puderam propor ações corretivas, preventivas e de melhoria nos pontos detectados, o que gerou idéias embrionárias que mais tarde se tornariam ações efetivas dentro da empresa.
Com a implementação do BSC, foram criados planos de controle e rastreabilidade em todos os processos. Alguns indicadores do BSC foram criados a partir de condensações de indicadores de empresas prestadoras de serviço. Por exemplo, a empresa responsável pela logística da Nokia enviava periodicamente os seus KPI (Key Performance Indicators, ou Indicadores Chave de Performance, em português) para apreciação e análise da contratante. Estes KPI eram então analisados, e dentro de um sistema de pesos para cada um, geravam um indicador resumido sobre a logística.

Como planejado estrategicamente, a atenção com o cliente foi elevada. Não só foram instituídas pesquisas regulares com os clientes a respeito da qualidade dos serviços prestados pelo call center, mas também se reestruturou o site da Nokia para que os consumidores obtivessem maior qualidade de informação e maior facilidade para buscá-las via internet.
Visando estreitar os laços com o cliente, dois programas foram desenvolvidos. O primeiro deles, totalmente inédito no Brasil em todas as unidades de negócio da Nokia Corporation, chama-se Fique Conectado. Este programa permite ao consumidor permanecer conectado em um celular em regime de empréstimo pela Nokia, mesmo enquanto o aparelho original se encontra em assistência técnica.
O segundo, denominado Door to Door (Porta-a-Porta, em português), consiste em um serviço de coleta e devolução de aparelho para assistência técnica na própria casa do cliente. Neste programa inovador, o aparelho é reparado no laboratório da Nokia e o fato do consumidor não precisar se deslocar para solucionar seu problema é um diferencial e uma grande comodidade.
Outra iniciativa, o Customer Day (Dia do Consumidor, em português) levou dezenas de funcionários Nokia aos pontos de venda para entender de perto os anseios do consumidor. Sandra C. A. Andreassi esclarece que “respeito é se colocar no papel do cliente para entendê-lo e atender às suas necessidades, buscando sempre exceder suas expectativas”.

Os indicadores de desempenho eram analisados todo mês, pois apesar do BSC projetar resultados a longo prazo, algumas das iniciativas do plano de ação visavam resultados de curto prazo para estancar dificuldades tidas como emergenciais. Após serem gerados, tratados e analisados, os indicadores eram divulgados a todos os envolvidos para que os colaboradores soubessem exatamente em qual etapa da estratégia e em qual passo do plano de ação se encontrava cada um.

2.3 RESULTADOS DA UTILIZAÇÃO DO BALANCED SCORECARD
Os resultados da estratégia adotada, do BSC e do plano de ação começaram a ser visíveis já no final do primeiro semestre. Neste período, o número de AT mais que duplicou, facilitando o acesso dos clientes aos serviços prestados.
A gerente de pós-vendas conta que o número de aparelhos celulares trocados em garantia também sofreu queda brusca de mais de 50%. Os custos operacionais foram reavaliados, o que gerou ações para a sua redução. Um dos melhores resultados ocorreu na reengenharia do inventário, onde foram revistos os estoques mínimos de partes e peças importadas, gerando um corte de mais de 80% em ativos.

No call center, o tempo de espera de atendimento foi reduzido e a qualidade dos serviços foi elevada, o que levou o índice de satisfação geral do cliente com o atendimento a superar o patamar dos 80%, segundo a gerente de pós-vendas.
Com estes resultados animadores, foi dado o prosseguimento do plano de ação, após alguns ajustes. Uma das idéias que foram agregadas na revisão do plano de ação foi divulgar os serviços e o suporte de pós-vendas em eventos de marketing. O projeto piloto aconteceu em Campos do Jordão, no auge alta estação turística, e o resultado superou as expectativas.

Em novembro de 2004, a Nokia foi considerada novamente a marca mais bem lembrada pelos usuários de aparelhos celulares de acordo com a pesquisa Folha Top of Mind 2004 realizada pela Folha Online [11].

Mas foi ao final do segundo ano de adoção do BSC que ocorreu o maior reconhecimento, quando a Revista Consumidor Moderno publicou sua pesquisa em parceria com a empresa TNS/Interscience. Na pesquisa, foi traçada a percepção do consumidor nas regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife sobre as empresas que mais o respeitam. Foi citado o programa Fique Conectado e a iniciativa Customer Day, como grandes diferenciais, o que levou a Nokia a conquistar o prêmio de empresa que mais respeitou o consumidor na categoria telefones celulares em 2005 [12].

Em dezembro de 2005, o jornal O Estado de São Paulo publicou matéria reconhecendo que apesar da grande maioria dos fabricantes de eletro-eletrônicos não possuírem programas de coleta e reciclagem de equipamentos antigos, a Nokia, além de ser exceção, vai além, recolhendo equipamentos antigos e mantendo um programa contínuo de coleta e reciclagem de baterias [13]. Segundo a Gerente de Pós-Vendas, o cliente só precisa deixar o telefone celular usado em uma das assistências técnicas autorizadas.

Os indicadores do BSC também continuaram sua trajetória de melhoria. O nível de aparelhos trocados em garantia caiu em mais de 76% e o índice de satisfação de clientes com o call center superou a marca dos 89%, segundo a gerente de pós-vendas.Por ter sido corretamente planejado, formulado e executado, o Balanced Scorecard foi bem sucedido, alcançando seus objetivos e metas propostos e conduzindo o pós-vendas da Nokia Brasil à um patamar de excelência inteiramente novo.

3 CONCLUSÃO
O Balanced Scorecard viabiliza e maximiza o trabalho em conjunto de várias ferramentas, metodologias e pensamentos diferentes, pois soma seus esforços em busca de metas e objetivos comuns de forma estratégica e planejada.

A maleabilidade e o dinamismo do Balanced Scorecard são suficientes para que empresas pequenas, médias e grandes, órgãos públicos, instituições e organizações não-governamentais possam utilizá-lo como instrumento de gestão e controle não apenas de processos, como de negócios. Sua proposta é suficientemente abrangente para gerar relatórios que sejam relevantes e compreensíveis a todos os níveis hierárquicos, processos e unidades de negócio integrantes, atendendo não só aos acionistas ou aos colaboradores, mas a todos os stakeholders.

O BSC permite que se trabalhe não somente com foco, metas e objetivos, mas também dá suporte ao pensamento divergente que foge do lugar comum, possibilitando novos rumos e rompendo paradigmas.

Para o Balanced Scorecard ser corretamente implantado e gerido, as organizações devem criar a consciência de que é necessário mudar sua gestão e cultura de trabalho em busca de competitividade, sobrevivência e crescimento. Ao contrário das normas de produtos e sistemas, que forçavam as empresas a adotá-las para vender seus produtos, as organizações só adotarão o BSC quando verificarem que esta é uma revolução cultural essencial para sua perpetuação, atingindo não apenas seus processos, mas toda a concepção da organização – sua missão, valores e objetivos.
É um erro pensar que apenas grandes empresas podem se beneficiar do BSC. As empresas que mais necessitam desta ferramenta são as pequenas e médias empresas, uma vez que são as que possuem menos recursos disponíveis e que melhor devem planejar e executar suas ações e atividades para sobreviver e prosperar. São exatamente estas organizações que podem obter os melhores resultados relativos com o uso do Balanced Scorecard, pois geralmente carecem de missão, visão, objetivos claros e análises críticas de seus negócios e resultados.
Muitas dessas empresas menores ainda não possuem nem sequer controle financeiro adequado para dar suporte à análise e execução de projetos, investimentos e planejamento de suas atividades. Mas mesmo assim, algumas possuem certificação ISO 9000:2000, o que demonstra que elas ainda se encontram na fase de “fazer as coisas do jeito certo”, não tendo acordado para “fazer as coisas certas do jeito certo”. Porém, por serem menores, as mudanças podem ser mais ágeis e dinâmicas, o que as deixa em vantagem, neste sentido, sobre empresas maiores.

O Balanced Scorecard e sua sinergia com outras ferramentas de gestão, além da cultura do planejamento e do pensamento estratégico, podem ser a resposta que as empresas brasileiras – mesmo as menores – necessitam para alcançar competitividade mundial, exportar, resistir às empresas internacionais e prosperar.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALBUJA, Cristian. D. Balanced Scorecard (BSC). Dissertação (Graduação em Engenharia Elétrica). São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2006.
2. KALLÁS, D. O que é Balanced Scorecard. São Paulo: Symnetics, 2005.
3. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Kaplan e Norton na Prática. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
4. KALLÁS, D. Balanced Scorecard: Aplicação e Impactos. Um estudo com jogos de empresas. Dissertação (Mestrado em Administração). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2003.
5. SARDENBERG, D. P. Instrumento de Avaliação de Sistemas de Gestão Estratégica com base no Balanced Scorecard. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2003.
6. IGLESIAS, A. E. O Balanced Scorecard e o Estilo Brasileiro de Administrar. In: Anais do Terceiro Iberoamerican Academy of Management. São Paulo, 2003.
7. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Mapas Estratégicos: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
8. MOURA, G. Top Performance: Disparada da Nokia. Folha Online, São Paulo, 8 out. 2003.

9. BRASIL. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 set. 1990.
10. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
11. MOURA, G. Comunicação: Conexão em ritmo frenético. Folha Online, São Paulo, 21 out. 2004.
12. PAVONI JUNIOR, G. Respeito é bom e todos gostam. Revista Consumidor Moderno, São Paulo, ano 10, n. 99, p. 60-95, dez. 2005/jan. 2006.
13. TEITELBAUM, I. R. Maioria dos fabricantes não auxilia usuário no descarte. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 dez. 2005.

Autor: Cristian Diego Albuja

Fonte: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_25439/artigo_sobre_gestao_estrategica:_balanced_scorecard
04/03/2013

sexta-feira, 1 de março de 2013

China lidera as aquisições de empresas brasileiras

A China foi o país que mais investiu recursos em fusões e aquisições no Brasil entre 2009 e 2012.

Empresas do país asiático foram responsáveis por 16,1% --equivalente a US$ 21,5 bilhões-- do total dessas transações nesse período, um pouco à frente dos Estados Unidos (15,6%).

A conclusão é de uma pesquisa do banco Credit Suisse que mapeou 677 operações de fusões e aquisições caracterizadas como IED (investimento estrangeiro direto) entre 2005 e 2012.

As transações analisadas pelo banco somaram US$ 188,3 bilhões, mais da metade (56%) de todo o IED recebido como participação no capital de empresas pelo Brasil nesse período. Existe outra categoria de IED, classificada como empréstimos entre empresas.

Entre 2005 e 2008, a presença da China nas operações de fusões e aquisições no Brasil tinha sido marginal (apenas 0,1% do total).

"Esse salto da participação chinesa ajuda a explicar o forte desempenho do investimento estrangeiro direto no país nos últimos anos", diz Nilson Teixeira, economista-chefe do Credit Suisse.

PESO DA CHINA
Dados oficiais divulgados pelo Banco Central não permitem identificar o peso da China nos investimentos realizados no Brasil porque contabilizam os fluxos de IED com base no país de onde os recursos são remetidos.

Isso faz com que paraísos fiscais e grandes centros financeiros escondam muitas vezes a nação de origem dos investimentos.

Segundo dados do BC, a China respondeu por apenas 0,6% do IED recebido pelo Brasil entre 2009 e 2012.

"Esse estudo cobre em parte uma lacuna importante dos dados oficiais. Com base em informações anedóticas, já havia uma impressão de que a China havia se tornado uma fonte importante de IED", afirma o economista Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos e Empresas Transacionais).

Editoria de Arte/Folhapress

SALTO EM RANKING
O Credit Suisse estima que os US$ 65,3 bilhões de IED que o Brasil recebeu em 2012 representaram 5% do total investido por empresas multinacionais globalmente, a fatia mais alta registrada em três décadas.

Embora o fluxo de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil tenha recuado 2,1% no ano passado, a queda foi inferior às estimativas para outros países emergentes como China (-3,7%), Rússia (-16,6%) e Índia (-13,6%) e para o IED global (-18,3%).

Esse movimento contribuiu para que o Brasil saltasse do quinto para o quarto lugar no ranking de nações que mais receberam IED, segundo estimativa do Credit Suisse, entre 2011 e 2012.

O país, atualmente, só perde para EUA, China e Hong Kong. Em 2009, o Brasil ocupava a 14ª posição.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1238804-china-lidera-as-aquisicoes-de-empresas-brasileiras.shtml 01/03/2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Grã-Bretanha perde classificação de risco Aaa

A Grã-Bretanha perdeu sua classificação máxima de crédito - Aaa - pela primeira vez desde 1978. A agência Moody’s, responsável pelo rebaixamento, afirmou esperar que o crescimento no país "permaneça lento ao longo dos próximos anos".


A Moody's se tornou a primeira agência de classificação de risco a rebaixar a Grã-Bretanha da classificação máxima Aaa para Aa1.

A agência disse que o programa do governo de redução da dívida tem significativos "desafios" pela frente.

O ministro das Finanças britânico, George Osborne, disse que a decisão é "um forte lembrete dos problemas da dívida do país".

"Longe de enfraquecer nossa decisão de realizar nosso plano de recuperação econômica, essa decisão redobra nossa determinação".

"Continuaremos o plano que cortou o déficit em um quarto", disse.

Segundo o editor de política da BBC, Nick Robinson, Osborne corre o trisco de ser apelidado como o "chanceler do rebaixamento"

A Grã-Bretanha tinha a nota máxima de crédito Aaa desde 1978 tanto pela Moody's como pela S&P.

Oposição

O porta-voz da oposição para assuntos econômicos, Ed Balls, afirmou que a decisão da agência foi "um golpe humilhante para um premiê e um ministro das Finanças que disseram que manter a classificação Aaa era um teste para sua credibilidade política e econômica".

Ao anunciar o rebaixamento da nota, a Moody's disse que desafios venceram as perspectivas de crescimento de médio prazo no país.

A agência afirmou ainda que é improvável que a grande dívida britânica seja revertida até 2016.

A Moody's afirmou que apesar dos pontos fortes de sua economia, a Grã-Bretanha foi arrastada pela crise global e terá um crescimento lento nos próximos anos.

Porém, a agência afirmou que a perspectiva para a Grã-Bretanha é estável - o que descartaria mais rebaixamentos no futuro - pois o país permaneceria bastante solvente.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/02/130215_moody_uk_lk.shtml 27/02/2013

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Planejamento financeiro exige projeto de vida


Em geral tanto as épocas de crise, como também as de estabilidade financeira do mercado, tendem a provocar nas pessoas maior preocupação com seu futuro e dos seus familiares.
Como resposta a este comportamento é natural que haja um aumento, no mundo financeiro, das ofertas por especialistas em investimentos pessoais ou em grupo.
A gama de produtos é a mais variada possível. Desde recursos para manter a renda numa previsível aposentadoria, financiar os estudos dos filhos, criação de reservas para futuros desfrutes ou até um seguro de vida para reduzir o baque financeiro dos familiares na eventual falta por falecimento ou incapacidade. Todos produtos importantes e com forte conotação preventiva.
Mas o que esta orientação não discute, vincula ou orienta, é a necessária relação que deve haver entre assegurar um investimento visando a tranqüilidade financeira no futuro e um projeto de vida correspondente a estas reservas.
Além de ter claro qual o rendimento que minhas aplicações irão me proporcionar ao atingir os 50, 60.70...anos de idade, também devo ter maior clareza do que aspiro ser, parecer, fazer, pensar, transmitir, ou ser visto, quando estas fases chegarem.
Ao perder a identidade que a empresa me emprestou, enquanto estive empregado, com que “sobrenome” vou me apresentar depois de aposentado?
O que farei com o tempo livre? Como será meu futuro relacionamento como cônjuge, familiar e amigo? Ainda estaremos juntos como casal? Estarei ainda morando no mesmo lugar? Como vou manter minha auto-estima e amor pela vida? Quais os cuidados que devo ter em relação à saúde? Assistência médica? Atividades físicas? Qual a imagem que pretendo transmitir nesta fase da vida? Qual o padrão de vida que pretendo manter?
E uma pergunta crucial: Desejo continuar mantendo minha autonomia financeira e afetiva, ou espero que os filhos me cuidem na velhice?
Em relação aos que se preocupam em criar reservas financeiras para os filhos, seja no sentido de financiar seus estudos ou alguma tranqüilidade material para o início da vida adulta, as recomendações – para o presente - também são importantes.
Muito cuidado: Poupar, investir e buscar melhores alternativas visando um futuro material tranqüilo para os dependentes é algo que os pais podem fazer sem consultá-los.
Mas a experiência tem demonstrado que filhos que recebem recursos e facilidades financeiras, sem que tenham tido uma efetiva participação no esforço, sacrifícios e construção do mesmo apresentam como tendência um comportamento de desperdício, além de não valorizarem o que estão recebendo como apoio material.
Lembre:“tudo aquilo que vêm fácil, e sem sacrifícios ou compromissos, também pode ser facilmente perdido...”.
Eis aqui algumas sugestões: Envolva seus filhos, desde muito cedo, em planos, compromissos e consciência no seu relacionamento com o dinheiro. Não omita informações ou trate deste assunto procurando “poupá-los” das dificuldades da vida, que irão enfrentar só mais tarde.
Inclua nas conversas com a família, além do desempenho na escola, namoricos e fuxicos, também os planos futuros de cada um, vinculados a uma adequada educação financeira. Crianças e adolescentes que nunca transacionaram nada na sua infância – ao menos compraram algo com sua mesada – tendem a desconhecer o valor relativo dos bens materiais. Para muitos, o valor de um automóvel não difere muito do custo de uma bicicleta. Afinal tudo sempre lhe foi muito facilitado. Até porque muitos pais procuram manter um “discurso”, e prática, de que seus filhos devem ser poupados das dificuldades, que, eventualmente, os mesmos viveram.
Fica aqui mais uma provocação de tema para cada profissional e família tratarem à sua maneira.

Por: Renato Bernhoeft,

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Brasileiro viveria 11 anos sem recursos na aposentadoria

Pelas expectativas dos brasileiros sobre a própria aposentadoria, eles passariam em média 11 anos sem recursos suficientes para ter uma vida confortável. É o que aponta um estudo do HSBC, em que as pessoas responderam que esperam viver 23 anos depois de se aposentarem, mas poupam o suficiente para que as economias durem apenas 12 anos depois de encerrado o período de trabalho.

"Há um intervalo a partir do qual a pessoa fica com receio: espera que ainda esteja viva mas não tem segurança de que seu dinheiro vai durar nesta segunda fase. É um alerta muito interessante", comenta o superintendente-executivo de Gestão de Patrimônio do HSBC Bank Brasil, Gilberto Poso.

Aqui, o resultado é pior do que a média mundial, na qual os entrevistados esperam viver 18 anos depois de se aposentarem, mas suas economias devem durar dez anos. "Enquanto aqui o intervalo é de 11 anos, no resto do mundo o buraco é menor, com um intervalo de oito anos. Se elas gastarem o que pretendem, não vão ter dinheiro para viver ate o fim da vida", afirmou Poso.

O estudo "O Futuro da Aposentadoria: Uma nova realidade" é o oitavo de uma série elaborada pelo HSBC e representa a visão de mais de 15 mil pessoas consultadas na Austrália, Brasil, Canadá, China, Egito, França, Hong Kong, Índia, Malásia, México, Cingapura, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos. Foram ouvidas pessoas de 25 anos ou mais, durante os meses de julho e agosto de 2012. No Brasil, foram mais de mil entrevistados.

Os brasileiros ouvidos para a pesquisa acreditam que 31% dos rendimentos de sua aposentadoria virão do Estado. O dado também é superior ao resultado global, segundo o qual as pessoas esperam que 24% da renda seja proveniente de benefícios sociais. "Isso é preocupante porque, à medida que tivermos no Brasil uma mudança demográfica, a previdência oficial vai claramente ter mais dificuldades. Teremos menos gente na ativa e mais pessoas usufruindo por mais tempo", alertou Poso.

Para 37% dos brasileiros, a contribuição do Estado será uma fonte importante de renda na aposentadoria. A alta expectativa com relação à previdência é preocupante também pelo fato de que os brasileiros esperam que a aposentadoria - seja proveniente de poupança pessoal, seja de benefícios sociais - substitua aproximadamente 70% do rendimento que têm em seu trabalho.

"Por outro lado o que é interessante e positivo é que essa parcela de 31% dos que pensam que os rendimentos virão do Estado é puxada pelas pessoas mais velhas, acima de 45 anos. Aqueles que estão entrando no mercado de trabalho já têm uma perspectiva diferente em relação à previdência social", disse Poso.

Atualmente, 19% dos brasileiros não fazem nenhuma preparação para sua aposentadoria e 41% consideram que fazem de forma inadequada. Os brasileiros creditam ao alto custo de vida o fato de não pouparem especificamente para a aposentadoria. Para 42%, todo o dinheiro é gasto no custo de vida diário. "Temos uma parcela significativa de brasileiros que não são poupadores regulares e muitas pessoas que reconhecem que não estão bem preparados", comenta o executivo.

Fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/brasileiro-viveria-11-anos-recursos-114200753.html 21/02/2013