quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Grã-Bretanha perde classificação de risco Aaa

A Grã-Bretanha perdeu sua classificação máxima de crédito - Aaa - pela primeira vez desde 1978. A agência Moody’s, responsável pelo rebaixamento, afirmou esperar que o crescimento no país "permaneça lento ao longo dos próximos anos".


A Moody's se tornou a primeira agência de classificação de risco a rebaixar a Grã-Bretanha da classificação máxima Aaa para Aa1.

A agência disse que o programa do governo de redução da dívida tem significativos "desafios" pela frente.

O ministro das Finanças britânico, George Osborne, disse que a decisão é "um forte lembrete dos problemas da dívida do país".

"Longe de enfraquecer nossa decisão de realizar nosso plano de recuperação econômica, essa decisão redobra nossa determinação".

"Continuaremos o plano que cortou o déficit em um quarto", disse.

Segundo o editor de política da BBC, Nick Robinson, Osborne corre o trisco de ser apelidado como o "chanceler do rebaixamento"

A Grã-Bretanha tinha a nota máxima de crédito Aaa desde 1978 tanto pela Moody's como pela S&P.

Oposição

O porta-voz da oposição para assuntos econômicos, Ed Balls, afirmou que a decisão da agência foi "um golpe humilhante para um premiê e um ministro das Finanças que disseram que manter a classificação Aaa era um teste para sua credibilidade política e econômica".

Ao anunciar o rebaixamento da nota, a Moody's disse que desafios venceram as perspectivas de crescimento de médio prazo no país.

A agência afirmou ainda que é improvável que a grande dívida britânica seja revertida até 2016.

A Moody's afirmou que apesar dos pontos fortes de sua economia, a Grã-Bretanha foi arrastada pela crise global e terá um crescimento lento nos próximos anos.

Porém, a agência afirmou que a perspectiva para a Grã-Bretanha é estável - o que descartaria mais rebaixamentos no futuro - pois o país permaneceria bastante solvente.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/02/130215_moody_uk_lk.shtml 27/02/2013

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Planejamento financeiro exige projeto de vida


Em geral tanto as épocas de crise, como também as de estabilidade financeira do mercado, tendem a provocar nas pessoas maior preocupação com seu futuro e dos seus familiares.
Como resposta a este comportamento é natural que haja um aumento, no mundo financeiro, das ofertas por especialistas em investimentos pessoais ou em grupo.
A gama de produtos é a mais variada possível. Desde recursos para manter a renda numa previsível aposentadoria, financiar os estudos dos filhos, criação de reservas para futuros desfrutes ou até um seguro de vida para reduzir o baque financeiro dos familiares na eventual falta por falecimento ou incapacidade. Todos produtos importantes e com forte conotação preventiva.
Mas o que esta orientação não discute, vincula ou orienta, é a necessária relação que deve haver entre assegurar um investimento visando a tranqüilidade financeira no futuro e um projeto de vida correspondente a estas reservas.
Além de ter claro qual o rendimento que minhas aplicações irão me proporcionar ao atingir os 50, 60.70...anos de idade, também devo ter maior clareza do que aspiro ser, parecer, fazer, pensar, transmitir, ou ser visto, quando estas fases chegarem.
Ao perder a identidade que a empresa me emprestou, enquanto estive empregado, com que “sobrenome” vou me apresentar depois de aposentado?
O que farei com o tempo livre? Como será meu futuro relacionamento como cônjuge, familiar e amigo? Ainda estaremos juntos como casal? Estarei ainda morando no mesmo lugar? Como vou manter minha auto-estima e amor pela vida? Quais os cuidados que devo ter em relação à saúde? Assistência médica? Atividades físicas? Qual a imagem que pretendo transmitir nesta fase da vida? Qual o padrão de vida que pretendo manter?
E uma pergunta crucial: Desejo continuar mantendo minha autonomia financeira e afetiva, ou espero que os filhos me cuidem na velhice?
Em relação aos que se preocupam em criar reservas financeiras para os filhos, seja no sentido de financiar seus estudos ou alguma tranqüilidade material para o início da vida adulta, as recomendações – para o presente - também são importantes.
Muito cuidado: Poupar, investir e buscar melhores alternativas visando um futuro material tranqüilo para os dependentes é algo que os pais podem fazer sem consultá-los.
Mas a experiência tem demonstrado que filhos que recebem recursos e facilidades financeiras, sem que tenham tido uma efetiva participação no esforço, sacrifícios e construção do mesmo apresentam como tendência um comportamento de desperdício, além de não valorizarem o que estão recebendo como apoio material.
Lembre:“tudo aquilo que vêm fácil, e sem sacrifícios ou compromissos, também pode ser facilmente perdido...”.
Eis aqui algumas sugestões: Envolva seus filhos, desde muito cedo, em planos, compromissos e consciência no seu relacionamento com o dinheiro. Não omita informações ou trate deste assunto procurando “poupá-los” das dificuldades da vida, que irão enfrentar só mais tarde.
Inclua nas conversas com a família, além do desempenho na escola, namoricos e fuxicos, também os planos futuros de cada um, vinculados a uma adequada educação financeira. Crianças e adolescentes que nunca transacionaram nada na sua infância – ao menos compraram algo com sua mesada – tendem a desconhecer o valor relativo dos bens materiais. Para muitos, o valor de um automóvel não difere muito do custo de uma bicicleta. Afinal tudo sempre lhe foi muito facilitado. Até porque muitos pais procuram manter um “discurso”, e prática, de que seus filhos devem ser poupados das dificuldades, que, eventualmente, os mesmos viveram.
Fica aqui mais uma provocação de tema para cada profissional e família tratarem à sua maneira.

Por: Renato Bernhoeft,

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Brasileiro viveria 11 anos sem recursos na aposentadoria

Pelas expectativas dos brasileiros sobre a própria aposentadoria, eles passariam em média 11 anos sem recursos suficientes para ter uma vida confortável. É o que aponta um estudo do HSBC, em que as pessoas responderam que esperam viver 23 anos depois de se aposentarem, mas poupam o suficiente para que as economias durem apenas 12 anos depois de encerrado o período de trabalho.

"Há um intervalo a partir do qual a pessoa fica com receio: espera que ainda esteja viva mas não tem segurança de que seu dinheiro vai durar nesta segunda fase. É um alerta muito interessante", comenta o superintendente-executivo de Gestão de Patrimônio do HSBC Bank Brasil, Gilberto Poso.

Aqui, o resultado é pior do que a média mundial, na qual os entrevistados esperam viver 18 anos depois de se aposentarem, mas suas economias devem durar dez anos. "Enquanto aqui o intervalo é de 11 anos, no resto do mundo o buraco é menor, com um intervalo de oito anos. Se elas gastarem o que pretendem, não vão ter dinheiro para viver ate o fim da vida", afirmou Poso.

O estudo "O Futuro da Aposentadoria: Uma nova realidade" é o oitavo de uma série elaborada pelo HSBC e representa a visão de mais de 15 mil pessoas consultadas na Austrália, Brasil, Canadá, China, Egito, França, Hong Kong, Índia, Malásia, México, Cingapura, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos. Foram ouvidas pessoas de 25 anos ou mais, durante os meses de julho e agosto de 2012. No Brasil, foram mais de mil entrevistados.

Os brasileiros ouvidos para a pesquisa acreditam que 31% dos rendimentos de sua aposentadoria virão do Estado. O dado também é superior ao resultado global, segundo o qual as pessoas esperam que 24% da renda seja proveniente de benefícios sociais. "Isso é preocupante porque, à medida que tivermos no Brasil uma mudança demográfica, a previdência oficial vai claramente ter mais dificuldades. Teremos menos gente na ativa e mais pessoas usufruindo por mais tempo", alertou Poso.

Para 37% dos brasileiros, a contribuição do Estado será uma fonte importante de renda na aposentadoria. A alta expectativa com relação à previdência é preocupante também pelo fato de que os brasileiros esperam que a aposentadoria - seja proveniente de poupança pessoal, seja de benefícios sociais - substitua aproximadamente 70% do rendimento que têm em seu trabalho.

"Por outro lado o que é interessante e positivo é que essa parcela de 31% dos que pensam que os rendimentos virão do Estado é puxada pelas pessoas mais velhas, acima de 45 anos. Aqueles que estão entrando no mercado de trabalho já têm uma perspectiva diferente em relação à previdência social", disse Poso.

Atualmente, 19% dos brasileiros não fazem nenhuma preparação para sua aposentadoria e 41% consideram que fazem de forma inadequada. Os brasileiros creditam ao alto custo de vida o fato de não pouparem especificamente para a aposentadoria. Para 42%, todo o dinheiro é gasto no custo de vida diário. "Temos uma parcela significativa de brasileiros que não são poupadores regulares e muitas pessoas que reconhecem que não estão bem preparados", comenta o executivo.

Fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/brasileiro-viveria-11-anos-recursos-114200753.html 21/02/2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Volume de dólares e libras no mundo mais que triplica desde 2008

O volume de dinheiro impresso pelos países ricos aumentou drasticamente desde que a crise internacional veio à tona, em setembro de 2008. O montante de dólares e de libras esterlinas em circulação, por exemplo, mais do que triplicou no período.

A emissão de moeda já nem ocupava mais as manchetes, de trivial que se tornou, mas voltou ao debate nos últimos meses porque o Japão resolveu adotar mais intensamente esse tipo de operação.

No país asiático, a chamada base monetária, que é a quantidade de dinheiro em circulação mais as reservas do banco central, subiu 11% nos últimos 12 meses e 46% desde janeiro de 2008.

Mas os EUA ainda são, de longe, os campeões de impressão de dinheiro. A base monetária americana aumentou de US$ 831 bilhões para US$ 2,7 trilhões em cinco anos.

Desde novembro de 2008, o país já fez diversas rodadas de afrouxamento quantitativo, processo que equivale a criar moeda. Atualmente, despeja até US$ 45 bilhões por mês no mercado.

Antes da crise, a base monetária dos EUA era praticamente estável, na faixa dos US$ 800 bilhões, como aponta o gráfico abaixo.















Em termos relativos, quem mais aumentou a base monetária foi o Reino Unido, de 73 bilhões de libras para 338 bilhões, uma alta de 362% desde janeiro de 2008. Na Europa, a expansão foi menor.

A quantidade de euros em circulação subiu apenas 32%.



Evolução da base monetária desde 2008

PaísJan/08Jan/13Diferença (em moeda do país)Variação (%)
EUA (US$ bi)8312.7421911230
Eurolândia (€ tri)3,8485,0861,23832
Reino Unido (£ bi)73,24338,4265,16362
Japão (¥ tri)90131,941,947
  • Fonte: Bancos centrais

‘Tsunami monetário’
Se convertermos tudo para dólares, a base monetária somada de EUA, zona do euro, Reino Unido e Japão estava em US$ 7,5 trilhões em 2008. Hoje, superam US$ 11,6 trilhões. Ou seja, o mundo ganhou US$ 4,4 trilhões em moedas de países ricos desde a crise.

O governo brasileiro reclama dessas medidas porque o aumento do volume de moeda desses países no mundo tende a provocar uma valorização no real, o que prejudicaria empresas brasileiras que competem com produtos estrangeiros.

Mas nem todos concordam que o Brasil deveria tentar conter erguer uma barreira contra o que a presidente Dilma Rousseff chamou de “tsunami monetário”, ou que o ministro Guido Mantega (Fazenda) apelidou de “guerra cambial”. Para críticos do governo, o melhor a fazer seria buscar outras formas de melhorar a competitividade das empresas brasileiras e estimular investimentos no país.

O professor de economia Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, explica na entrevista abaixo:

Por que os países ricos estão aumentando a quantidade de dinheiro em circulação?

Porque a atividade econômica está deprimida. O aumento de liquidez monetária busca suprir as necessidades de pessoas e empresas que sofreram fortes restrições com a redução da disposição dos bancos em emprestar. O aumento da liquidez é uma forma de oxigenação da economia.

Quais são os efeitos do aumento, em ritmo acelerado, da base monetária em países ricos?

Enquanto não houver pressão inflacionária, a expansão da liquidez não causa efeitos negativos imediatos na economia real dos países. Os EUA, que emitem dólares, não têm dificuldade em expandir a dívida pública, uma vez que o mundo se dispõe a financiar essa expansão a um custo muito baixo. Na Europa, o problema maior reside nos países da periferia do euro, que, não podendo emitir moeda própria, dependem da disposição das nações centrais em aumentar a base monetária. O Japão tem uma dívida pública muito grande, mas não há outra saída para o crescimento da economia se o governo não continuar sua política de emissão de moeda e de desvalorização do iene.

No futuro, os problemas seriam a criação de bolhas nos diversos setores de atividade e a perda de confiança nas moedas dos países excessivamente endividados.

E os efeitos nos países emergentes?

O principal é a tendência de valorização das moedas locais. Isso encarece as exportações desses países e barateia suas importações, reduzindo o resultado da balança comercial.
 
Autor: Silvio Guedes Crespo
Fonte: http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2013/02/20/volume-de-dolares-e-libras-no-mundo-mais-que-triplica-desde-a-crise/ 20/02/2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Conheça dez profissões em alta no mercado de trabalho


Confiantes no vigor da economia brasileira, empresas locais e multinacionais com filiais no Brasil preveem contratar mais profissionais nos próximos anos, aumentando, para isso, as exigências de qualificação da mão de obra.
 

O otimismo dos empregadores resultou também em uma crescente formalização na relação com os trabalhadores. Dados do último Censo, divulgados na semana passada pelo IBGE, revelam que 63,9% da população ocupada tinha carteira assinada em 2010, contra 54,8%, em 2000.

Segundo um relatório divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em fevereiro desse ano, a expectativa de contratação para os próximos anos permanecerá aquecida.

Intitulada Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira - 2020, a pesquisa ouviu de 402 empresas brasileiras - que, juntas, empregam 2,2 milhões de pessoas - quais setores demandarão mais profissionais nos próximos anos.

De acordo com o estudo, quem deve liderar as contratações no país é a área da engenharia, além do segmento comercial - este último um dos principais empregadores de uma economia que caminha cada vez mais em direção ao setor de serviços, dizem especialistas.

"Depois de 'arrumar a casa' em 2011, ou seja, organizar suas finanças, as empresas estão buscando entregar resultados neste ano. Isso significa maximizar os lucros, algo que se reflete no perfil das contratações", diz Paulo Pontes, presidente da filial brasileira da Michael Page, uma das principais agências de recrutamento de executivos de média e alta gerência do país.

Para isso, as companhias brasileiras estão elevando suas exigências. Segundo o relatório da Firjan, 69,1% das empresas ouvidas requerem, no mínimo, algum tipo de pós-graduação para profissionais de nível superior. Já para mais da metade delas, o diploma universitário é indispensável, inclusive, para profissionais de nível médio/técnico.

Marcando as celebrações do Dia do Trabalho neste 1º de Maio, a BBC Brasil entrevistou especialistas para descobrir dez profissões que devem permanecer "aquecidas" nos próximos anos. Confira a lista:

1) Engenheiro de Petróleo

Quanto ganha (em média): R$ 14.000

O que faz: É responsável pelo desenvolvimento de projetos de exploração do petróleo e seus derivados em poços e jazidas, buscando uma maior eficiência de produção sem dano ao meio-ambiente. Com a descoberta do pré-sal, a profissão ganhou 'alma' própria - e é oferecida, hoje, como curso de graduação nas principais universidades do país.

2) Engenheiro de mobilidade

Quanto ganha (em média): R$ 12.000

O que faz: Supervisiona grandes obras de infra-estrutura, verificando se estão adequadas às normas legais. Nos grandes centros urbanos, esse profissional é encarregado de gerenciar o planejamento do transporte urbano. A carreira entrou no radar dos recrutadores depois que o Brasil foi confirmado como sede de grandes eventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada.

3) Engenheiro ambiental e sanitário

Quanto ganha (em média): R$ 8.000 a R$ 12.000

O que faz: Concebe e executa projetos que diminuam o dano causado pela ação humana no meio-ambiente. A profissão é cada vez mais requisitada por grandes empresas e governos ciosos de seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.

4) Médico do Trabalho

Quanto ganha (em média): R$ 10.000 a R$ 16.000

O que faz: Trata-se de um ramo da medicina especializado na promoção do bem-estar e da saúde do trabalhador. Profissionais dessa área avaliam a capacidade de um candidato de executar determinada tarefa, além de realizar exames de rotina nos funcionários para verificar o cumprimento das obrigações trabalhistas.

5) Gerente de Recursos Humanos

Quanto ganha (em média): R$ 8.000 a R$ 14.000

O que faz: É responsável por recrutar novos profissionais e assegurar a permanência dos antigos. Antes subestimada, a profissão saiu do limbo e conquistou importância à medida que as empresas perceberam a necessidade de reter bons profissionais face à concorrência.

6) Controller

Quanto ganha (em média): R$ 10.000 a R$ 20.000

O que faz: Analisa e interpreta as informações contábeis das empresas de forma a reduzir perdas e maximizar o lucro, utilizando, para isso, conhecimentos avançados de administração. Atua no "centro nervoso" da companhia, relacionando os campos da contabilidade e da administração.

7) Advogado de contratos

Quanto ganha (em média): R$ 10.000 a R$ 14.000

O que faz: Analisa e redige contratos. É uma das áreas do Direito que mais tem crescido, acompanhando a escalada das fusões e aquisições de empresas no Brasil.

8) Gerente comercial/vendas

Quanto ganha (em média): R$ 8.000 a R$ 18.000

O que faz: É responsável pelo planejamento e controle das vendas, desde a saída dos produtos da fábrica até a chegada à casa dos consumidores. Cada vez mais disputado pelas empresas, precisa ser bem relacionado e carismático, com conhecimentos avançados de administração e marketing.

9) Biotecnologistas

Quanto ganha (em média): R$ 4.000 a R$ 5.000

O que faz: Pesquisa a criação, melhoria e gerenciamento de novos produtos nas áreas de saúde, química, ambiental e alimentícia. Na área da microbiologia, pode atuar na produção de vacinas. É cada vez mais requisitado por indústrias, cientes da necessidade da otimização da cadeia produtiva.

10) Técnico em Sistemas de Informação

Quanto ganha (em média): R$ 2.000 a R$ 3.000

O que faz: Profissional de nível médio, é responsável por criar e analisar os sistemas de armazenamento e coleta de dados de uma companhia.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120430_profissoesemalta_brasil_lgb.shtml 18/02/2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cade vai investigar expansão do JBS em carne bovina, diz jornal

O crescimento das operações do frigorífico JBS será investigado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo informou nesta sexta-feira (15) o jornal "O Estado de S. Paulo". Segundo o veículo, estimativas iniciais mostram que a empresa pode ter triplicado de tamanho nos últimos quatro anos, elevando sua participação no mercado de carne bovina de 15% para 40%. Parte da expansão foi financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Na próxima quarta-feira, o Cade vai reunir em um mesmo processo a análise de seis casos de aquisição do JBS, incluindo a compra do frigorífico Bertin. Além disso, a superintendência do Cade identificou, entre as operações do grupo, cerca de 70 aquisições e arrendamentos de plantas frigoríficas no Brasil, e outras 20 no exterior, que não foram notificadas.

A empresa pode ser multada se o órgão avaliar que as operações deveriam ter sido informada.

Pessoas próximas da empresa, entrevistadas pelo "Estado", disseram que o JBS entende se tratar de operações de arrendamento, e não compra, e que, portanto, não haveria necessidade de informar o Cade sobre as movimentações.

O grupo JBS Friboi se tornou a maior empresa global de processamento de carnes após a aquisição da Pilgrim's, segunda maior produtora de frango dos Estados Unidos, e da fusão com o Bertin S/A. Com a ajuda do BNDES, a empresa cresceu rápido no Brasil, arrendando ou comprando dezenas de frigoríficos. Nenhuma das operações passou pela avaliação do Cade ainda.

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/02/15/cade-vai-investigar-expansao-do-jbs-em-carne-bovina-diz-jornal.htm 15/02/2013


 
 

Quando uma medida econômica é austera

Grandes manifestações, greves, revolta e até ex-trabalhadores de classe média vasculhando lixo atrás de comida… Há quem diga que a austeridade já foi longe demais em países que sofrem com a crise na Europa. Austeridade?

(Na Europa, alguns já buscam comida no lixo.

Foto: Samuel Aranda/ NYT)

A expressão ‘austeridade fiscal’ tem sido utilizada com muita frequência em matérias e alimentado polêmicas ligadas às políticas econômicas em países da União Europeia; e talvez a melhor tradução para ela, a grosso modo, seja contenção de gastos de forma rígida.

Com grandes déficits orçamentários, governos de países como Espanha, Grécia e Itália têm adotado medidas duras e, porque não, dolorosas, para não decepcionar seus credores. Para isso, o Estado acaba cortando verbas direcionadas ao bem estar da população – o que pode afetar a educação, previdência e até os salários dos servidores públicos.

A polêmica é que o sofrimento causado pela austeridade dos governos pode ser ainda maior com os cortes de gastos. “De um lado, o governo gasta menos para conseguir honrar suas dívidas. De outro, a população paga mais impostos e tem seus salários reduzidos, o que diminui o consumo no país”, explica o professor de economia da FEA-USP Adriano Biava. “Como a economia em retração, o desemprego cresce”, completa.

Veja abaixo lista com algumas medidas de austeridade adotadas por alguns países da UE:

FRANÇA - No final de setembro, o governo socialista do presidente francês François Hollande anunciou fortes aumentos de impostos para empresas e ricos, num orçamento para 2013.

Dos 30 bilhões de euros em economias, aproximadamente 20 bilhões de euros virão de aumentos de impostos para famílias e empresas. Hollande confirmou um taxa temporária de 75% para receitas acima de 1 milhão de euros e uma nova taxa de 45% para receitas acima de 150 mil.

ITÁLIA - Em agosto, novos cortes nos gastos públicos aumentaram a impopularidade do governo e de suas reformas polêmicas, como a modificação do código do trabalho, o aumento de impostos e a redução das aposentadorias.

ESPANHA - O governo, que apresentou no final de setembro um novo pacote de reformas econômicas e seu projeto de orçamento para 2013, está considerando congelar pensões e acelerar um aumento planejado na idade de aposentadoria para cortar gastos e atingir as condições para conseguir um esperado pacote internacional de ajuda soberana. O aumento da idade de aposentadoria de 65 anos para 67 anos está acertado e a eliminação do aumento de pensões ligado à inflação anual ainda está sendo avaliada.

PORTUGAL - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, anunciou no início de setembro que os trabalhadores do setor privado passarão a sofrer um desconto de 18% de seus salários para financiar a Segurança Social, taxa que, até agora, é de 11%. Na prática, a medida representa o fim do 13.º salário no país, algo que já havia sido cortado dos funcionários públicos. A medida entrará em vigor em 2013. O governo também indicou que a mesma situação será mantida aos funcionários públicos em 2013 e aposentados também ficam sem os benefícios.

Em junho de 2011, a Justiça portuguesa havia declarado ilegal o fim do 13.º salário apenas para os funcionários públicos, argumentando que essa seria uma injustiça em relação aos demais. O governo decidiu, portanto, que ninguém receberá o benefício, acabando com a “injustiça”. Além disso, Portugal adotou um duro plano de cortes, incluindo a elevação do IVA (equivalente ao ICMS no Brasil) para 23%, privatizações e corte de salários.

GRÉCIA - Com um orçamento para 2013 que prevê 6º ano de recessão, a Grécia espera aprovação de um duro orçamento de austeridade, que inclui reduções nos pagamentos de aposentadorias, em programas sociais e nos gastos com saúde. Nos últimos anos, os servidores públicos gregos tiveram seus salários cortados. Em solidariedade aos trabalhadores, o presidente do Banco Central grego, George Provopoulos, anunciou um corte seu salário em 30%.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/descomplicador/2012/10/09/quando-uma-medida-economica-e-austera/?doing_wp_cron=1360930757.3538339138031005859375 15/02/2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

American Airlines e US Airways criam a maior aérea do mundo

Nova companhia resultado de uma fusão entre as empresas terá valor de mercado de cerca de US$ 11 bilhões.


NOVA YORK - Os conselhos de administração da AMR Corp e da US Airways aprovaram no final da quarta-feira, 13, uma fusão que criará a maior companhia aérea do mundo, com um valor de mercado de cerca de US$ 11 bilhões, afirmaram fontes próximas ao assunto.

A operação toda em ações, que deve ser anunciada nesta quinta-feira, 14, vai finalizar a consolidação das companhias aéreas norte-americanas que ajudou a indústria e ter bases financeiras mais sólidas.

A fusão das empresas vai criar a maior companhia aérea do mundo em volume de passageiros e ajudar a American e a US Air a competirem melhor com a United Continental e com a Delta Air Lines.

O valor de mercado de US$ 11 bilhões da companhia combinada se compara aos cerca de US$ 12,4 bilhões da Delta e aos US$ 8,7 bilhões da United.

Nova empresa
Os credores da AMR, controladora da American Airlines, vão deter 72% da companhia aérea combinada, que vai atuar sob a marca da American e será baseada no Texas, disseram as fontes. Os acionistas da US Airways ficarão com o restante.

O executivo-chefe da US Airways, Doug Parker, terá esse cargo na nova empresa e Tom Horton, que tem o mesmo cargo na AMR, será presidente do conselho não executivo até o próximo ano.

A nova entidade vai manter a marca American e continuará com sede em Fort Worth, Texas, mas o plano representa uma vitória para Parker, um dos maiores defensores da necessidade de consolidação no setor aéreo.

O plano está sujeito à aprovação do juiz que supervisiona a concordata da AMR desde novembro de 2011 e exige aprovação de órgãos reguladores e outras agências.

As duas companhias farão uma teleconferência sobre o acordo às 13h (de Brasília).

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios%20servicos,american-airlines-e-us-airways-criam-a-maior-aerea-do-mundo,143826,0.htm 14/02/2013

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Balanced Scorecard (Por Volnei F. de Castilhos)

Devido às novas tendências de gestão, surgiu a necessidade de criar um instrumento de avaliação e gerenciamento destas informações de performance. Após estudos profundos e testes realizados em diversas empresas que hoje em conseqüência são sucesso em seus setores, KAPLAN e NORTON entre outros especialistas em negócios, com o apoio da HARVARD Business School, criaram o Balanced Scorecard (BSC).

Para Kaplan e Norton (1997) o ideal seria que o atual modelo de contabilidade financeira fosse ampliado, que incorporasse a avaliação dos ativos intangíveis e intelectuais de uma organização, como produtos e serviços de qualidade, colaboradores motivados e habilitados, processos internos eficientes e clientes fiéis e satisfeitos. O complemento das medições financeiras com avaliações sobre o cliente identifica processos internos que devem ser aprimorados e analisa as possibilidades de aprendizado e o crescimento, assim como investimentos em recursos humanos, sistemas de capacitação que poderão mudar substancialmente todas as atividades.

Segundo Kaplan e Norton (1997) o BSC complementa as medidas financeiras ocorridas no passado com medidas que ocorrerão futuramente. As medidas e objetivos derivam da estratégia da organização e focalizam o desempenho organizacional dentro de quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizagem e crescimento.

De acordo com Herrero (2005) as perspectivas podem ser descritas da seguinte forma:
  • Financeira: demonstra se a execução da estratégia está contribuindo para a melhoria do patrimônio líquido da empresa, principalmente do lucro líquido, o retorno sobre o investimento, à geração de caixa e a criação de valor econômico;
  • Cliente: avalia se as metas articuladas com relação à satisfação do cliente, conquista de novos clientes, retenção de clientes e conquista de novos mercados estão trazendo resultados para a empresa, através de algumas medidas como, tempo de entrega, qualidade, custo e desempenho do produto;
  • Processos Internos: identifica se os principais processos definidos pela empresa estão gerando valor e se os objetivos da empresa estão sendo atingidos, e;
  • Aprendizagem e Crescimento: verifica se a aprendizagem, obtenção de novos conhecimentos, tecnologias, e a competência do indivíduo, estão viabilizando as três perspectivas anteriores.
“Para construir um sistema de mensuração que descreva a estratégia, precisamos de um modelo geral de estratégia” (KAPLAN e NORTON, 2004, p. 06). O BSC oferece esse modelo para descrição de estratégias que agregam valor, focando assim às quatros perspectivas dessa ferramenta.

Segundo Kaplan e Norton (2004) o desempenho financeiro é o critério definitivo para o sucesso da organização, por isso a estratégia deverá descrever como a organização pretende promover esse crescimento, o qual trará valor sustentável aos acionistas. Os clientes é o principal componente da melhora do desempenho financeiro, por esse motivo a perspectiva de clientes deverá definir uma proposta de valor para o segmento de clientes-alvo, a qual se torna o elemento central da estratégia.

Os processos internos agregam valor para os clientes, por isso o desempenho dos processos internos é um indicador de tendência de melhorias, as quais causam impacto nos clientes e nos resultados financeiros. E finalmente os ativos intangíveis criam valor sustentável para a organização, as melhorias nos resultados de aprendizagem e crescimento servem de indicadores para os processos internos, clientes e financeiro.

Os objetivos das quatro perspectivas interligam-se uns com os outros numa cadeia de relações de causa e efeito. O desenvolvimento e o alinhamento dos ativos intangíveis induzem a melhorias no desempenho do processo, que, por sua vez, impulsionam o sucesso para os clientes e acionistas (KAPLAN e NORTON, 2004, p.7).

De acordo com Kaplan e Norton (2006) essas perspectivas estão interligadas por uma cadeia de relações causa e efeito. No momento em que é concedido um programa de treinamento para aprimorar as habilidades dos empregados (perspectiva de aprendizado e crescimento) influencia para a melhoria dos serviços aos clientes (perspectivas dos processos internos) o que resulta em maior satisfação e lealdade dos clientes (perspectiva dos clientes) e, por fim, aumenta à receita e as margens que influencia na perspectiva financeira.
   
Por esse motivo criou-se um sistema de informação que possibilita a toda a empresa conhecer estas informações e o mais importante saber aproveitá-la. Neste sistema todo o funcionário é muito importante para seu sucesso, seja ele, mais alto executivo até a função de mais baixo escalão.

De acordo com Kaplan e Norton (2004) o mapa estratégico é a representação visual das relações existentes entre os componentes da estratégia de uma organização, é tão importante quanto o BSC para os executivos. Os mapas estratégicos é produto da evolução das quatro perspectivas do BSC, acrescenta alguns detalhes que ilustra a dinâmica temporal da estratégia, também adiciona maior grau de detalhes o que aumenta a clareza e o foco. Por esse motivo, o mapa estratégico fornece uma maneira uniforme e consistente de descrever a estratégia, a qual facilita a definição e o gerenciamento dos objetivos e indicadores.

Fico à disposição de vocês!

Volnei Ferreira de Castilhos
Mestre em Finanças (UFRGS)
Professor da Fundação Getúlio Vargas
Consultor Financeiro
volneifc@terra.com.br

Fonte: http://www.simplessolucoes.com.br/blog/2009/10/balanced-scorecard-por-volnei-f-de-castilhos/ 13/02/2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

País vive pleno emprego, diz FGV

Para comprovar a tese, economista argumenta que os salários estão crescendo acima da produtividade.

A economia brasileira vive uma situação de pleno emprego, segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Fernando Barbosa Filho. A informação contraria a interpretação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que não reconhece o pleno emprego, apesar das baixas taxas registradas na Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
Para comprovar a sua tese, o economista da FGV argumenta que os salários estão crescendo acima da produtividade. "Isso vai gerar problema para as empresas. O mercado só pode responder jogando gasolina na inflação. A tendência é que a pressão nos preços de serviços devido ao mercado de trabalho apertado continue. A indústria não deve ter refresco do mercado de trabalho neste ano", avaliou.

Em janeiro, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), tradicionalmente, é mais alto do que no mês anterior, observou Barbosa. No mês passado, o índice, que corresponde à variação das taxas de desemprego entre dois meses, avançou 2,7%. Em dezembro, a taxa foi de -2,4%. A elevação do porcentual indica mais desemprego.

Apesar deste dado relativo ao mês anterior, o economista ressalta que não foi observada nenhuma tendência de mudança no mercado de trabalho, que deve permanecer em expansão. A expectativa é que a taxa de desocupação da PME deverá se aproximar de 5% em janeiro, segundo previsão do Ibre/FGV. A avaliação é que o mercado de trabalho está, atualmente, no patamar de outubro de 2012.

Apesar da previsão de aumento do desemprego no início do ano, o esperado é uma retomada da contratação no fim do primeiro trimestre, disse Barbosa Filho. A projeção é de uma taxa de desocupação inferior aos 5,5% registrados em 2012.

"Houve uma mudança no perfil do mercado, que passou a ser puxado pelo setor de serviços. A tese de crescimento da ocupação por causa da retenção da mão de obra pela indústria não me convence. Isso pesaria no bolso do empresário. Não podemos acreditar em um otimismo infinito da indústria", argumentou.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,pais-vive-pleno-emprego-diz-fgv,143473,0.htm 12/02/2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Economia brasileira está se tornando um 'enigma', diz 'Financial Times'

A economia brasileira está se tornando um "enigma" por causa do nível de emprego recorde e do forte consumo interno combinado com baixo investimento, atividade industrial em queda e inflação em alta, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times.

 A inflação de janeiro, divulgada na quinta-feira pelo IBGE, teve a mais alta taxa mensal em oito anos. O índice IPCA de janeiro foi de 0,86%, representando um índice anualizado de 6,15%.

Para o Financial Times, isso "aumenta os temores de que a maior economia da América Latina esteja escorregando na direção da estagflação (inflação em alta combinada com recessão).

'Velho inimigo'

O jornal comenta que o retorno da inflação, um "velho inimigo do Brasil", ocorre num momento em que o país vem lutando para reativar a economia e recuperar o brilho relacionado com os grandes mercados emergentes.

"A economia brasileira está se tornando um enigma caracterizado por um recorde de baixo desemprego e forte consumo doméstico contrabalanceados por um investimento e por atividade industrial fracos e pela inflação em alta e entrincheirada", diz o jornal.

O artigo comenta que as autoridades já vêm agindo para tentar reativar a economia, com os juros no nível mais baixo da história, incentivos à indústria e ao consumo, cortes de impostos e a redução dos preços de eletricidade.

Apesar disso, observa o jornal, os analistas acreditam que os problemas brasileiros são relacionados principalmente à queda no investimento por conta da baixa confiança das indústrias.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/02/130208_press_ft_inflacao_rw.shtml 08/02/2012

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

As 10 campeãs de prejuízos no 2º trimestre no Brasil

Alta do dólar fez parte das companhias amargarem prejuízos vultosos; confira as dez companhias com maiores perdas, segundo levantamento da Economática.

 

 

1. Petrobras: -1,3 bilhão de reais

A empresa religiosamente aparecia entre as companhias com maiores lucros trimestrais. Mas desta vez a valorização do real teve um gosto amargo para a Petrobras. A estatal apresentou o primeiro prejuízo trimestral em 13 anos, avaliado em 1,3 bilhão de reais.
O aumento da moeda americana afetou tanto o endividamento da companhia, quanto seus custos dolarizados. Não por menos, o resultado financeiro líquido ficou negativo em 6,407 bilhões. No mesmo período de 2011, a Petrobras havia apresentado um número positivo em 2,901 bilhões.
Maiores gastos com baixas de poços secos ou subcomerciais, perfurados principalmente entre 2009 e 2012, e a diminuição da produção de óleo em função de paradas para manutenção contribuíram para avolumar o prejuízo.

2. CSN: -1 bilhão de reais

A reclassificação contábil foi a justificativa da CSN para a perda de 1,03 bilhão de reais registrada entre abril e junho deste ano. O valor refere-se ao montante atribuído aos sócios controladores.
A CSN optou por fazer um ajuste de mais de 1,5 bilhão no balanço em função da desvalorização das ações da Usiminas no mercado - a CSN detém 20,14% das ações preferenciais e 11,66% das ações ordinárias da siderúrgica mineira.
Na visão da CSN, os papéis não devem se recuperar tão cedo. Veio daí a decisão de contabilizar a queda sofrida pelos ativos. No mesmo período do ano passado, a empresa teve lucro de 1,1 bilhão de reais.

3. Braskem: -1 bilhão de reais

O real mais fraco também fez a Braskem perder muito. O prejuízo da companhia chegou a 1,03 bilhão entre abril e junho, contra lucro de 420 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado financeiro líquido ficou negativo em nada menos que 2,1 bilhões.
Segundo a empresa, 100% da sua receita está vinculada, direta ou indiretamente, à variação do dólar. O percentual é de 80% para os custos da companhia.

4. Gol: -715 milhões de reais

Combustível mais caro, aumento das tarifas aeroportuárias e, outra vez, dólar mais caro. Juntas, as variáveis traçaram "a combinação mais adversa" para a Gol, nas palavras do seu presidente, Paulo Kakinoff. O resultado foi um prejuízo líquido de 715 milhões de reais.
Com isso, a companhia aérea acabou revisando boa parte de suas projeções para o ano. Agora, o crescimento da demanda está previso para 6% a 9%, ante expectativa anterior de 7% a 10%. O ebit, que representa a margem operacional antes de juros e impostos, deverá ir para o campo negativo, depois de ter sido estimado em uma faixa 4% a 7%.

5. Fibria: -525,8 milhões de reais

A Fibria teve um prejuízo de 525,8 milhões de reais, após registrar lucro líquido de 215 milhões no mesmo intervalo de 2011. Neste caso, o dólar também foi algoz. A alta de 11% na moeda no segundo trimestre acabou penalizando a dívida dolarizada da empresa.
Esse, que responde por 93% do endividamento bruto total da Fibria, chegou a 981 milhões de reais no período.

6. PDG Realty: -450 milhões de reais

No sexto lugar da lista, a PDG reviu orçamentos e modificou o cronograma de entrega de alguns empreendimentos. A estratégia acabou pesando na última linha do balanço, negativa em 450 milhões de reais. No mesmo trimestre de 2011, o lucro da empresa havia alcançado 241,5 milhões.
De um total de 315 projetos, 108 sofreram alguma modificação. O acréscimo de custos chegou a 478 milhões de reais.

7. MMX: -392,2 milhões de reais

A mineradora de Eike Batista perdeu 392,2 milhões entre abril e junho depois de ganhos líquidos de 49,2 milhões no mesmo trimestre de 2012. Os números fazem referência ao prejuízo atribuído aos acionistas controladores.
Além da subida do dólar ter contribuído para deixar o resultado financeiro no vermelho, a companhia registrou um volume mais fraco de minérios vendidos. Para terminar, os preços da commodity também ficaram 20% mais baratos no período.

8. OGX: -390 milhões de reais

Para os acionistas controladores, o prejuízo da OGX no trimestre foi de 390 milhões de reais, ante perda de 108,7 milhões apresentada em igual período do ano passado.
A empresa de petróleo de Eike Batista engrossou o coro das companhias que sofreram com a desvalorização do real. Mas independente da despesa financeira líquida de 375,3 milhões de reais - diretamente afetada pela oscilação do câmbio -, a OGX também teve que arcar com a baixa de três poços considerados secos ou subcomerciais, que acabaram representando uma perda de 145,5 milhões.

9. Brookfield: -383,4 milhões de reais

A Brookfield também reverteu o quadro positivo de 2011, descendo de lucro de 78,2 milhões de reais para prejuízo de 383,4 milhões em 2012. A incorporadora acusa a realização do ajustes de orçamento pela virada.
A revisão custou 316,9 milhões de reais - ou 3,2% do custo total dos projetos em execução. Segundo a Brookfield, a operação levou a um impacto contábil negativo de 295,8 milhões no lucro líquido do trimestre.

10. Suzano: -264,2 milhões de reais

Depois de registrar um lucro líquido de 103,5 milhões de reais no segundo trimestre de 2011, a Suzano teve perdas de 264,2 milhões em igual período deste ano, prejuízo que lhe rendeu o décimo lugar no ranking das empresas que mais perderam dinheiro entre abril e junho.
A segunda maior produtora mundial de celulose de eucalipto também culpa a escalada do dólar pela derrocada. Como nas demais empresas da lista, o impacto da variação cambial acabou aumentando as dívidas da empresa na moeda norte-americana. Com isso, o resultado financeiro líquido ficou negativo em 534 milhões de reais.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/noticias/as-10-empresas-que-mais-perderam-dinheiro-no-2o-trimestre#1 07/02/2013

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

.Agência de risco diz ser alvo de processo do governo dos EUA

A agência de classificação de risco Standard & Poor's disse que o governo dos Estados Unidos pretende processá-la devido à avaliação, feita pela agência, de títulos americanos durante a crise financeira de 2008.

Segundo a Standard & Poor's, a ação vai se concentrar nas avaliações da agência para alguns títulos garantidos por hipotecas em 2007, antes do auge da crise. Nesses casos, a Standard & Poor's deu notas altas para estes títulos e depois eles entraram em colapso.

A agência afirmou que foi informada do processo pelo Departamento de Justiça americano a respeito da ação, mas o departamento ainda não se pronunciou a respeito.

O processo será o primeiro no qual há uma acusação má conduta contra uma agência de classificação de risco relacionada à crise financeira.

A Standard & Poor's afirma que o processo não tem nenhum mérito legal ou factual.

Outras agências

No pregão de segunda-feira em Wall Street, as ações de outra agência de classificação de risco, a Moody's, caíram 10%, o que indica que ela poderá ser o próximo alvo do Departamento de Justiça americano.

A Standard & Poor's e outras agências foram criticadas por investidores, políticos e agências reguladoras por dar as notas mais altas, AAA, para milhares de títulos de alto risco que depois sofreram um colapso em seus valores.

Estas agências de avaliação de risco são pagas pelos emissores de títulos e outros produtos, o que levanta a suspeita de conflito de interesses.

As notas dadas pelas agências podem afetar a capacidade de uma companhia de levantar fundos ou conseguir empréstimos, além de afetar os preços dos títulos.

No caso da bolha imobiliária que gerou a crise - cujo auge ocorreu com o colapso do banco Lehman Brothers em 2008 - as agências de classificação de risco, incluindo a Standard & Poor's, foram contratadas para analisar transações financeiras complexas que colocavam juntas, em um pacote, milhares de empréstimos para compradores de imóveis individuais, as obrigações de dívida colateralizadas, (ou CDOs, na sigla em inglês).

O trabalho das agências de classificação de risco era analisar a probabilidade de que os empréstimos imobiliários fossem pagos. As avaliações feitas permitiram que os bancos colocassem juntos muitos destes CDOs e os vendessem para investidores no mundo todo.

A Standard & Poor's também já foi processada por investidores. Mas a agência alega que suas avaliações são opiniões protegidas pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos.

A companhia afirma que "lamenta profundamente" a forma como suas avaliações de CDOs não conseguiram antecipar as condições do mercado de crédito imobiliário quando a crise financeira começou e que, desde então, gastou US$ 400 milhões para melhorar a qualidade de suas avaliações.

Em uma declaração divulgada na segunda-feira, a Standard & Poor's, afirma que o Departamento de Justiça estará errado ao entrar com a ação alegando que as avaliações da agência "eram motivadas por considerações comerciais" e não por "boa fé".

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/02/130205_standard_poor_processo_fn.shtml 06/02/2013

A CONTROLADORIA COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Julio Candido de Meirelles Junior ¹

RESUMO

A sociedade moderna, bem como as empresas do novo milênio, necessitam de uma estrutura organizacional bem delineada para a sua sobrevivência. Nessa nova ótica, observa-se que as empresas necessitam de um órgão interno cuja finalidade seja a garantia de informações adequadas ao processo decisório, colaborando de uma forma holística com os administradores e gestores na busca da eficácia gerencial. O trabalho apresenta como pressuposto a necessidade de um controle em todo o sistema de gestão e um monitoramento eficiente por um profissional de Controladoria. Enfoca a importância, a origem e a influência da Controladoria no planejamento e no controle operacional, a sua responsabilidade e o seu valor. Evidencia a necessidade do uso da Controladoria na atualidade, a importância de uma boa formação do profissional de Contabilidade e a realidade empresarial, as suas características e o perfil desejado para o Controller, que é o profissional da Controladoria. Demonstra que existe um novo mercado para o profissional da Contabilidade na atualidade que estiver preparado para essa questão.
PALAVRAS-CHAVE
Contabilidade. Controller. Profissional.

 
ABSTRACT

Modern society, as well as companies of the new millennium has a need for an organizational


structure that is well delineated for its survival. Under this new point of view, we observe that companies need an internal organ which has the objective of guaranteeing the adequate information for the decision making process, collaborating in a holistic form with the administrators and directors in the quest for efficient management. This paper presents as a hypothesis the necessity of a control for the gestating system as a whole and efficient monitoring by a controlling professional. It focuses on the importance, the origin and the influence of the controller in the planning and operational control, on his responsibility and his value. It shows evidence of the necessity of the use of controlling in the present time, the importance of proper training for the controlling profissional and the business reality as its characteristics and desired stance for the controlling. It demonstrates that there exists a new market for the accounting professional in the present time that is well prepared for this moment.


 


KEY WORDS  
Accounting. Controller. Professional.

 

 
INTRODUÇÂO

A visão dos negócios se ampliou na era da informação e aumentou a responsabilidade da contabilidade. A crescente expansão dos negócios e a elevada diversificação das atividades empresariais têm mudado radicalmente a visão de controle empresarial.

Observa-se um crescente interesse na área da contabilidade e, em particular, na área de conhecimento denominada controladoria, que tem como base científica a contabilidade, os princípios e os fundamentos da gestão empresarial (CATELLI, 1999).
A tendência natural de gestores e dos grupos empresariais é ampliar a visão de seus negócios para obterem um entendimento que satisfaça o gerenciamento próprio e o entendimento do complexo mundo empresarial em que estão ligados.
O entendimento nacional sobre gestão está sendo ampliado, e a visão, no contexto global, está sofrendo mudanças radicais. Observa-se na mídia os efeitos da crise norte americana que afetou de forma global os negócios mundo afora.
Esses acontecimentos contribuem de maneira positiva para uma nova visão da gestão empresarial e, fatalmente, teremos que mudar a visão antiga do Contador, que já não é mais um simples funcionário, mais sim um analista voltado para a nova face da Contabilidade, que tende a se mostrar observador dos fenômenos patrimoniais com uma ótica de relações gigantescas e não mais aquelas restritas do passado (PADOVEZE, 2005; CATELLI, 1999).
A sociedade moderna, bem como as empresas do novo milênio, necessitam de uma estrutura organizacional bem delineada para a sua sobrevivência. Nesta nova ótica, observa-se que as empresas necessitam de um órgão interno cuja finalidade seja a garantia de informações adequadas ao processo decisório, colaborando de forma holística com os administradores e gestores na busca da eficácia gerencial.
A vida está a cada dia mais difícil, manchetes assustadoras estão estampadas em todos os jornais, e advertências metodicamente colocadas na TV amedrontam até mesmo os indivíduos mais seguros. A palavra de ordem é controle de gastos, a mídia amplia as notícias sobre a crise econômica nos quatro cantos do planeta e observam-se mudanças radicais na maneira de se operar os mercados.
Percebe-se muita cautela em todos os seguimentos do mercado, pois as incertezas dos acontecimentos, do amanhã, em todos os níveis, geram expectativas em todos os setores.
A velocidade que era imposta pelo mercado foi reduzida em todos os segmentos da sociedade, e a competição ficou mais acirrada. Os processos ficaram mutilados e percebem-se situações inusitadas, pois todos querem vender, mas ninguém quer comprar. Uma situação de risco para o mercado que fragiliza todo complexo econômico mundial.
Nesse contexto de mudanças, a necessidade de precisão nas decisões, de velocidade de informações faz com que o conhecimento contábil se torne essencial em todos os setores. A contabilidade vem reagindo de forma surpreendente e sentiu a necessidade de romper as barreiras dos ambientes restritos das empresas para se conectar com fatos externos, oferecendo respostas às necessidades de informações dos dirigentes das empresas, ampliando uma nova dimensão para Contabilidade, iniciando um novo ciclo de trabalho que se pode denominar ciclo da controladoria, já que se pode verificar que esse órgão passa a ser responsável por toda gestão econômica da empresa, com o objetivo de aprimorar sua gestão e a sua performance.
Não é um assunto novo, muitas empresas já utilizam a controladoria como órgão de gestão, mas a necessidade imposta pelo mercado já sensibiliza empresários a adotarem e utilizarem a controladoria na gestão de suas empresas.
A Contabilidade com a controladoria abre uma nova porta em seus estudos, preocupando-se com os fatos que provocam influências no patrimônio, sob a ótica de uma eficácia holística, correlativa, em regime de interação, especialmente no que tange aos mundos social e ecológico, caracterizado pelo planejamento, execução e controle.
 
Segundo Sá (2002, p. 23):
                                 A Doutrina neopatrimonialista enfoca como uma das funções específicas do
                                 patrimônio a de socialidade, dentre as demais de liquidez, resultabilidade,
                                 estabilidade, economicidade, produtividade, invulnerabilidade e elasticidade.
Funções essas que, observadas em todos os seus aspectos, devem estar na rotina das ações da controladoria para levar a empresa à eficácia.
Uma das razões deste artigo é focar a importância da controladoria para a gestão empresarial e levar esse entendimento para os profissionais da área e aos alunos da graduação, para que se formem munidos de material e capacidade para utilização dessa nova ferramenta e, durante seus estudos, possam focar com mais atenção esta magnífica disciplina.
Com isso, deve ficar evidente que qualquer empresa ou organização necessita de instrumentos para equacionar soluções, para pensar estrategicamente, introduzir modificações, atuar preventivamente, seja gerando ou transmitindo conhecimentos, ou tendo uma visão ampla de toda a cadeia de produção.

1 - O Controller: uma breve apresentação
Das atribuições privativas dos Contabilistas em seu segundo artigo, nasce uma nova perspectiva para as organizações, surge a figura do Controller. A responsabilidade da garantia da missão da Controladoria fica a ele confiada (CATELLI, 1999). O zelo pela continuidade da empresa, bem como todo o processo de otimização para que esta consiga obter um resultado global satisfatório às suas necessidades.
Qualquer sociedade necessita de uma estrutura organizacional para a sua sobrevivência. Por sua vez, essas sociedades necessitam de um órgão interno cuja finalidade seja a garantia de informações adequadas ao processo decisório, colaborando de forma holística com os administradores e gestores na busca da eficácia gerencial.
As funções variam de empresa para empresa, de forma que a estrutura organizacional possa ter algumas variantes.
No tocante ao nome Controller, em muitas organizações é legado ao chefe da Contabilidade. Independente da estrutura de trabalho, as suas atribuições básicas estão ligadas ao planejamento (PADOVEZE, 2005). Estas funções estão dispostas de maneira que possam integrar ações e metas aos objetivos gerais da empresa, para que se possa estabelecer um plano de ação integrado, interligando ações com revisões e avaliações constantes, dentro das modernas técnicas de gerenciamento.
O resultado do planejamento deve ser checado de forma a garantir que as atividades estejam de acordo com o planejado. Os padrões devem ser revisados constantemente de forma a garantirem a eficácia do sistema. Esta garantia está relacionada com o controle propriamente dito.
Uma outra atividade está relacionada com a atuação do Controller na elaboração e interpretação das informações geradas pelo sistema, de maneira que estas sejam inteligíveis aos gestores para o processo de tomada de decisão.
Muitas outras funções estão em sua competência, como a administração e a supervisão de tarefas-chaves para o desempenho da organização, bem como a manutenção de todo o processo contábil, controle de custos e demais atividades inerentes às Ciências Contábeis e suas aplicações.
Dessa maneira, o profissional de Controladoria deve estar preparado, com uma formação direcionada, com um domínio pleno de conceitos utilizados em áreas afins, como a Administração, Economia, Estatística, Contabilidade, Informática, dentre outras, que serão um diferencial para ajudá-lo a levar a empresa à eficácia.

 
2 - As exigências de mercado
O impacto das normas internacionais da série ISO 9000 aprimorou o que se fazia sobre a qualidade, produtividade, competitividade e complexidade. Um novo momento foi efetivado com a implantação da nova série, a ISO 14000 relativas à gestão do meio ambiente.
Publicadas pela organização Internacional para a Normalização. Sendo esta, a associação da excelência tecnológica com a consciência da população para as questões de preservação da natureza. Está sendo também, a forma mais prática, direta e eficiente para associar o que de melhor se exige de uma empresa frente à imagem institucional, com seus esforços de marketing.
As normas ISO 14000 poderão se constituir em novas barreiras não tarifárias ao comércio internacional (CAMPOS, 1994). Como os nossos empresários devem se preparar para isso? Num pequeno exercício de imaginação, é possível ampliar o significado dessa preocupação para o nosso imenso país, poderemos visualizar a dimensão gigantesca do problema que nos irá afetar. Sem dúvida, um grande problema.
Embora complexa, a solução existe, está ao nosso alcance, constituindo-se no grande desafio à nossa capacidade de criar desenvolvimento sem degradar o meio ambiente.
Internamente, devemos reconhecer a necessidade de mudança na postura de uma comunidade nacional que se acomodou com a arraigada crença no Estado todo poderoso e na responsabilidade única dos governos. Em outras palavras, o conceito da cidadania, em seu sentido mais abrangente, tem sido pouco cultivado.
A hora é de mudança e de adotar novas posturas, colocando as novas metodologias integradas num processo educacional sistêmico, no treinamento e desenvolvimento do Recurso Humano, pois a referência que se deve tomar nestas transformações é a de que estamos em um estágio dinâmico, voltado para o posicionamento da concorrência, por meio de um ciclo de aprendizado e de postura estratégica a cada dia analisado e submetido ao crivo da Controladoria.
Uma outra questão fundamental, já comentada anteriormente, fica agora evidente no sentido de que a contabilidade em todo o seu aspecto teórico estuda e se envolve nos processos econômicos da empresa. Sendo assim, deve estar direcionando a aplicação prática e ordenada de seus conceitos, princípios e normas para a eficácia empresarial, que deve ser priorizada tendo em vista a continuidade do negócio e o lucro de seus acionistas (TUNG, 1993).
 
 
3 - Uma ferramenta diferenciada
As alterações econômicas ocorridas no mundo e no Brasil nos últimos tempos provocaram mudanças importantes no cenário empresarial, tornando-se necessária a reciclagem dos profissionais da área de Controladoria e demais áreas financeiras (CATELLI, 1999; PADOVEZE, 2005).
A mídia evidencia uma sequência de eventos ocasionados pela crise norte americana que desencadeou um processo dominó com reflexos em todos os países. Uma pergunta fica no
ar que deve ser respondida após uma profunda análise. Onde estavam as garantias reais? Por que ocorreu a crise? Onde estavam os gestores que deveriam evidenciar e utilizar normas, princípios contábeis e legislações que se cumpridas à risca evitariam essa situação?
Percebe-se a necessidade de um aprofundamento nas questões gerenciadoras de negócios próprios do controlador moderno, envolto não somente na visão contábil, mas econômica, jurídica e institucional, tendo contato com as mais recentes técnicas metodológicas disponíveis. Essa interação não é uma maquiagem empresarial, é uma situação que deve ser trabalhada de forma consciente, pois envolve a continuidade do empreendimento.
A grande necessidade de um acompanhamento mais ágil e aprofundado do desempenho econômico-financeiro das empresas, devido ao cenário globalizado atualmente fragilizado e altamente competitivo em que estamos vivendo, faz com que seja imperativa a criação de Departamentos de Controladoria e Gestão nas empresas, sejam elas no campo industrial ou em qualquer negócio (CAMPOS, 1994).
Contando com profissionais altamente qualificados, esses departamentos têm por objetivo a elaboração de relatórios gerenciais bastante detalhados, procurando fornecer aos empresários uma visão clara, real e objetiva do desempenho de suas empresas.
A cadeia agroindustrial deve estar perfeitamente delineada em todos os seus aspectos.
Cada etapa deve ser cuidadosamente analisada, seja nos insumos, no processamento, na
distribuição, até o cliente final deve ser detalhadamente estudada e analisada nos mínimos detalhes.
Utilizando-se de técnicas de Análise de Demonstrativos Contábeis, Contabilidade de Custos, Administração Financeira, Técnicas administrativas e de gestão, o Departamento de Controladoria e Gestão exprimirá os números da Contabilidade de forma real para um formato acessível, que irá proporcionar a sua utilização nos relatórios gerenciais como instrumento para a tomada de decisões conscientes, dentro do novo enfoque e tendências desta nova era globalizada (PADOVEZE, 2005; CATELLI, 1999).
4 - Eficácia empresarial
A atualidade e a modernidade exprimem um cenário de competição exacerbada em todos os setores da atividade econômica. Neste ínterim, apenas as empresas que conseguem colocar no mercado produtos e serviços de qualidade, ao preço que o mercado está disposto a pagar, têm sobrevivido.
Verifica-se que as margens de lucro das empresas estão cada vez menores, só podem ser maximizadas através de um rigoroso controle sobre todo o processo administrativo e produtivo, visto que custos e despesas precisam ser controlados de forma racional e inteligente, para que se tenha muita agilidade na tomada de decisões. A Controladoria, no mundo moderno, deve ser considerada um suporte indispensável na tomada de decisões, as informações geradas por esse órgão deve estar sempre “on line” e confiáveis para auxiliar neste processo que, conjuntamente com a logística, tem como objetivos a redução de custos e aumento da lucratividade, para garantir a sobrevivência da
empresa moderna (PADOVEZE, 2005).
Deve se observar que, nos últimos anos, com as mudanças nos sistemas de informação, a realidade empresarial mudou radicalmente e, nesse aspecto, observa-se que a contabilidade ampliou sua visão, iniciando uma outra jornada a partir da teoria do lucro e envolvendo a teoria da decisão.
Essa passagem fez com que a contabilidade necessitasse de estudos diferenciados que possibilitassem a criação de modelos de decisão. As teorias de Lopes de Sá citadas anteriormente servem de arcabouço fundamental para a construção de modelos inteligentes para a gestão empresarial (SÁ, 1997; 2000; 2009).
Esse processo remete a contabilidade para a controladoria, que definirá a partir de todo complexo de dados gerados pela contabilidade, um arsenal de informações que irá possibilitar que a empresa alcance seus objetivos de forma consciente utilizando seus recursos de forma eficiente. Diante do que foi exposto, fica evidente que a empresa deve criar uma estrutura para o seu planejamento, controle de suas atividades internas e seus reflexos externos.
Qualquer empresa na atualidade, principalmente com as circunstâncias econômicofinanceiras envolvidas, devem estar municiadas com um planejamento efetivo e bem detalhado, que deve partir de um orçamento bem elaborado e trabalhado, de forma a explicitar as necessidades empresariais, que devem ser monitoradas com um eficiente sistema de controle com ênfase no feedback de informação, no intuito de avaliar a real da situação e desempenho planejado (PADOVEZE, 2005; IUDICIBUS, 1986).
5 - Perfil do Controller
Este novo campo para os profissionais de Contabilidade abre as portas para um novo modelo de gestor, com um o perfil que concentra no indivíduo características pessoais e de relacionamento interpessoal, com habilidades comunicativas para expressar-se bem oralmente e por escrito, inclusive em outros idiomas, competência gerencial, visão abrangente das cadeias de produção e conhecimento do seu negócio, qualificações técnicas, sintonia com as especificidades do setor, flexibilidade e polivalência (TUNG, 1993).
Esse profissional deve ter profundos conhecimentos dos princípios contábeis e das implicações fiscais que afetam o resultado empresarial e estar preparado para a análise dos dados contábeis e estatísticos (PERES JUNIOR; PESTANA; FRANCO, 1997).
Deve ser ousado, com iniciativa, sem vícios, sem bloqueios e disposto a assimilar a cultura da empresa, trabalhando de forma que obtenha um bom conhecimento do seu ramo de atividade para entender os problemas, vantagens e desvantagens, bem como todas as características do empreendimento.
Uma característica marcante que tem sido evidenciada pelas empresas é a capacidade empreendedora do indivíduo, que deve estar sempre antenado com a situação política do país e sempre se atualizando.
Percebe-se que o ritmo de mudanças no mundo dos negócios está acelerado e fica evidente que as garantias de sucesso no passado não garantem o sucesso de amanhã (BERMAGASCHI, 2000).
Com isso, as empresas procuram profissionais diferenciados que saibam mudar e aprendam com as mudanças, e esta nova maneira de vida não se aprende nos bancos escolares, deve ser buscado por cada profissional que quer ter um perfil fora da média.
O mundo esta seguindo um novo ritmo de trabalho, e as organizações são mais inteligentes e procuram profissionais capazes de processar suas experiências com o mercado, com clientes, parceiros e fornecedores, de forma que lhes permita criar ambientes onde possam ter sucesso.
O profissional para a controladoria precisa estar atento às mudanças e estar motivado diariamente, pela simples razão de querer aprender bem, assim como ser capaz de enxergar além do óbvio e ter empatia com o negócio, com a aprendizagem e com a carreira (PADOVESE, 2005).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho demonstrou a necessidade de implementação do serviço de Controladoria para as empresas que ainda não utilizam este riquíssimo instrumento.
Observou-se que a informação e o gerenciamento são fatores indispensáveis para a sobrevivência.
A necessidade de crescimento e especialização demonstra que, cada vez mais, existe um maior número de empresas em plena expansão de conhecimento, com recursos humanos altamente qualificados, que certamente são fatores decisivos neste mundo competitivo, porque cada centavo economizado e a economizar é um lucro em potencial.
Todas as atividades gerenciais e de controle são altamente prioritárias e torna-se cada vez mais relevante o capital intelectual.
A qualificação é indispensável, bem como uma formação acadêmica continuada que assegure ao profissional de Controladoria a capacitação suficiente para análise e tomada de decisões.
Concluiu-se que as empresas precisam de profissionais aptos para o processo decisório, interpretando as informações, analisando e tomando decisões, do chão de fábrica à alta administração, de maneira que a empresa caminhe para um processo de crescimento continuado e estabilizado.

REFERÊNCIAS
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¹ Mestre em Contabilidade. Professor da Fundação Educacional Machado Sobrinho (Ciências Contábeis) Juiz de Fora - MG. Membro da ACIN (Associação Científica Internacional Neopatrimonialista). Prêmio Ivan Carlos Gatti (2004). Pesquisador, Assessor e Perito Contábil.
 
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um estudo sobre as funções da controladoria

Rogério João LunkesI; Valdirene GasparettoII; Darci SchnorrenbergerIII
IProfessor da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil. Pós-Doutorado pela Universidade de Valência. Florianópolis, SC - Brasil. E-mail: rogeriolunkes@hotmail.com
IIProfessora Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil. Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC - Brasil. E-mail: valdirene@cse.ufsc.br
IIIProfessor da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil. Doutorado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC - Brasil. E-mail: darcisc@gmail.com


RESUMO
A definição das funções básicas é um dos aspectos fundamentais no estudo sobre o tema de controladoria. Entretanto, têm-se encontrado dificuldades nesse aspecto em decorrência de conceitos e concepções insatisfatórias, confusas e muitas vezes contraditórias na literatura. Isso se estende à prática das organizações. A controladoria é uma área de estudos que ainda precisa consolidar as suas definições e conceituações, o que inclui um conjunto básico de funções. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar comparativamente, visando identificar um conjunto básico de funções da controladoria, baseado em estudos empíricos sobre o tema nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil. Quanto ao delineamento, o trabalho conforma-se como descritivo, sendo conduzido por meio de levantamento bibliográfico. Os resultados mostram que as funções mais citadas são as de elaboração e interpretação de relatórios com 85%, planejamento com 77% e controle e contábil com 62%, respectivamente. Isso evidencia que a controladoria na prática tem atuado em atividades estratégicas nas organizações. Entretanto, as funções informativas ainda estão muito presentes na prática do controller.
Palavras-chave: Controladoria; Funções; Comparativo.

ABSTRACT
The definition of the basic functions is one of the fundamental aspects in the study on the controllership theme. However, difficulties in this aspect have been found due to concepts and conceptions which are unsatisfactory, confused and sometimes contradictory in literature. It is extended to the practice of the organizations. Controllership is an area of studies that still needs to consolidate its concepts which includes a basic group of functions. Thus, this work has as objective to analyze comparatively, seeking to identify a basic group of functions of the controllership, based on empiric studies on the theme in the United States, Germany and Brazil. This work can be classified as descriptive, being developed by bibliographical rising. The results show that the most mentioned functions are the ones of elaboration and interpretation of reports with 85%, planning with 77%, and control and accounting with 62%, respectively. It evidences that the controllership in practice has been acting in strategic activities in the organizations. However, the informative functions are still very present in controller's practice.
Key-Words: Controllership; Functions; Comparative.

1 INTRODUÇÃO
A controladoria é uma área de estudos que carece de definições e conceituações claras, isso inclui um conjunto básico de funções. Seu desenvolvimento ocorreu a partir dos preceitos básicos da contabilidade para uma ampla função de suporte informacional, controle interno, planejamento tributário, elaboração do orçamento e medidas operacionais, passando a participar também ativamente da formulação das estratégias, fazendo com que deixasse de ser apenas um compilador de dados e passasse a ser um gestor da informação responsável pelo alinhamento estratégico das organizações.
Nesse sentido, Roehl-Anderson e Bragg (1996) defendem que o controller, mais que principal responsável pela contabilidade, é um executivo da empresa que frequentemente deve orientar na direção, controle e proteção do negócio. Defendem ainda que o controller não é o comandante do navio, esta tarefa compete ao principal executivo (CEO), mas pode ser comparado ao navegador, que mantém o controle sobre os "instrumentos de navegação". Deve manter o comandante informado sobre a distância navegada, a velocidade imprimida, resistências encontradas, variações de curso, recifes perigosos à frente e onde os painéis de navegação indicam que o CEO deve encontrar e alcançar o próximo porto em segurança.
Nesta linha, Siegel e Kulesza (1996) asseveram que a controladoria tem se especializado no apoio à decisão. Tem a função de garimpar a informação, transformando-a de tal forma que auxiliem e facilitem a tomada de decisão das demais áreas.
Complementarmente Anthony e Govindarajan (2001), entendem que a controladoria desempenha um importante papel na preparação de planos estratégicos e orçamentários. Adicionalmente, Atkinson et al. (2000), Garrison e Noreen (2001), defendem que no atual contexto a controladoria está se tornando parte da alta administração, participando da formulação e da implementação de estratégias, cabendo-lhe a tarefa de traduzir o plano estratégico em medidas operacionais e administrativas. Já autores como, Jackson (1949), Heckert e Willson (1963), Tung (1974), Yoshitake (1984), Brito (2005), Padoveze e Benedicto (2005), Lopes de Sá (2009) e Garcia (2010) apresentam a contabilidade como uma das funções básicas da controladoria.
Complementando, autores como Almeida, Parisi e Pereira (2001), Peleias (2002) e Brito (2003) fazem referência à função de atender os agentes de mercado. Também funções como, auditoria interna citada por Jackson (1949), Tung (1974) e Lopes de Sá (2009) e controle interno por Yoshitake (1984), Horngren, Sundem e Stratton (2004), Lopes de Sá (2009) e Garcia (2010), fazem parte segundo os autores das atribuições do controller.
Conforme se pode observar, ao mesmo tempo em que há pontos em comum entre a maioria dos autores, também há, na literatura, múltiplos entendimentos sobre a amplitude das funções da controladoria. Ou seja, constata-se uma certa assimetria sobre qual seja o campo de estudo e atuação da controladoria e, principalmente suas funções. Para Carvalho (1995), a confusão de conceitos e visões detectados encontra ressonância nos estudos acadêmicos, uma vez que ainda são grandes as incertezas do que vem a ser e compor efetivamente esse campo de estudos. Corroborando, Borinelli (2006) destaca que os conteúdos dos textos da área abordam o tema sob prismas que, em algumas situações, nem parecem fazer parte da mesma teoria. Dessa forma, Teixeira (2003) descreve que não há consenso entre os autores de quais seriam as funções básicas da controladoria.
Na prática, as organizações passam por grandes mudanças nas últimas décadas, face à abertura dos mercados, internacionalização e consequente volatilidade do capital, crises financeiras e econômicas e aos avanços tecnológicos, essa complexidade teve um aumento significativo. A gestão das organizações é uma atividade complexa, com influência de múltiplas variáveis e sujeita a riscos.
Diante da fragilidade do arcabouço teórico e da influência das mudanças externas nas organizações, e partindo do pressuposto que a prática das organizações fornece importantes indicações que facilitam a seleção de um conjunto nuclear de funções da controladoria, o trabalho busca encontrar uma resposta para a seguinte questão: quais são, em diferentes países, as funções da controladoria na prática? Assim, dar uma resposta a esta questão, torna-se o objetivo central deste artigo: identificar as principais funções da controladoria baseadas em pesquisas empíricas realizadas em empresas dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil.
O trabalhado está estruturado de forma a permitir alcançar o objetivo proposto e evidenciar a investigação, assim, a partir desta introdução apresenta-se a metodologia da pesquisa, a revisão de literatura, os resultados alcançados e finalmente as conclusões e referências.

2 METODOLOGIA DE PESQUISA
Ao ingressar no campo da pesquisa científica, constata-se que diversas são as linhas existentes, bem como os resultados delas decorrentes. A forma de organização, investigação e análise dependem do quadro de referência adotado pelos pesquisadores bem como da questão que orienta o trabalho. Assim, a definição do arcabouço metodológico a adotar constitui-se numa questão-chave, pois ele comporá o pano de fundo que norteará toda a pesquisa. Não dar a devida atenção a esta questão implica incorrer no que Sokal e Bricmont (2001) denominam de imposturas intelectuais. Nesta perspectiva o presente estudo se pautará num trabalho investigativo das pesquisas empíricas realizadas sobre o tema da controladoria.
Seguindo a proposição de Horváth (2006), que para conhecer o estado e o desenvolvimento da controladoria na prática é necessário estudar quatro instrumentos básicos, que são: (i) órgãos de representação "oficiais" e/ou associações, (ii) relatórios sobre estudos empíricos e específicos de atividades, relacionados á organização e desenvolvimento, (iii) publicações sobre soluções "típicas" ou "dignas de imitação" oriundas da práxis e, (iv) manuais e/ou obras de referência em controladoria.
Assim, esta pesquisa envolve uma primeira parte que é o estudo das funções em manuais e obras de referência, descritas na revisão de literatura deste trabalho. Esta possibilitou a classificação das funções em três perspectivas, apresentadas no Quadro 2. A partir desta revisão, e com base na frequência das citações e relevância das suas contribuições, foram selecionados trabalhos de cada um dos países a serem estudados. A amostra constitui-se, de trabalhos publicados em Congressos Qualis A (Capes) no Brasil, e eventos de natureza equivalente, do exterior. Em seguida, com base nos dados coletados, foi realizado um estudo buscando identificar e enquadrar as funções da controladoria.
Desta forma, por ter como propósito a observação, classificação, registro e evidenciação dos resultados, a metodologia da pesquisa adotada é, de acordo com Andrade (2002), descritiva quanto ao seu objetivo, pois, preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los sem a interferência dos pesquisadores. Ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa é bibliográfica e documental. Nesta linha, Gil (1999) assevera que este tipo de procedimento tem como pano de fundo a ideia de pautar seu desenvolvimento sobre material já elaborado, principalmente livros e artigos científicos. No entanto, o trabalho também se utiliza da pesquisa documental. Desta forma, com base nestas investigações, busca-se fazer primeiramente uma breve apresentação das funções da controladoria sob a visão das empresas de dois países com importante papel no desenvolvimento do tema, além do Brasil.
Por fim, quanto à abordagem, a pesquisa pode ser considerada predominantemente qualitativa uma vez que se caracteriza pela não utilização de instrumentos da estatística. Isto porque, Richardson (1999) define a pesquisa qualitativa como sendo estudos que procuram descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis e compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais.
Os estudos certamente apresentam limitações quanto ao poder de comparação, seu valor consiste na representação das funções da controladoria relativa à realidade. Também há limitações quanto a trabalhos mais recentes, principalmente em relação aos Estados Unidos.

3 FUNÇÕES DA CONTROLADORIA
As funções têm por objetivo orientar o campo de atuação de determinada área do conhecimento. São como a ação própria ou natural de um órgão, aparelho ou máquina.
Por isto, o conceito de função está associado:
1. ao estudo das organizações, onde Weber (1963) sintetiza os processos de autoridade e obediência, dentro de um determinado grupo, Taylor (1995) trata a administração como ciência e Fayol (1990) trata do processo administrativo;
2. aos estudos sobre o papel dos gerentes, onde, Barnard (1983) trata das funções do executivo, Simon (1965) e Stewart (1982) tratam do processo decisório, Mintzberg (1995) associa as funções aos papéis dos gerentes, Luthans (2004) cuida do desempenho dos gerentes e Grova (1997) aborda os princípios de administração de alta performance.
A escola clássica da administração trata como principais funções as de planejamento, organização, direção e controle, que resumidamente podem ser caracterizadas como:

Planejamento: determinação de um plano de ação que forneça uma base estimativa do grau de sucesso provável, para que os objetivos traçados sejam atingidos;
Organização: Para que haja a execução dos planos é necessário uma estrutura que defina o tipo de organização requerido para o sucesso dessa execução;
Direção: Coordenação das divisões das tarefas, com indicação clara de autoridade, poder, responsabilidade e lealdade;
Controle: Função que mede o desempenho presente em relação a padrões esperados, com a devida correção, quando necessário.
Conforme apresentado na introdução do trabalho, os estudos teóricos e empíricos têm apresentado inúmeras definições para o conjunto básico de funções da controladoria. Isto deflagra dúvidas sobre a real abrangência da controladoria, incluindo a prática das organizações.
Para Horváth (2006), o pressuposto de pesquisa a ser empregado deverá ser capaz de captar as principais características da função da controladoria da forma como ela é percebida na prática. Mas ele deverá ser suficientemente flexível para comportar novos conhecimentos e sugestões de composição para a função da controladoria, sendo que os progressos desta devem ser integráveis na prática. Ou seja, as constatações práticas fornecem indicações que facilitam a seleção de pressupostos científicos adequados.
Para entender melhor essa sistemática, na sequência são apresentadas as funções da controladoria baseados em obras de manuais de referência dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil. O Quadro 1 apresenta as relações observadas entre as funções da controladoria extraídas de trabalhos teóricos, ou seja, obras e manuais de referencia na área.
A partir do Quadro 1, pode-se construir a Tabela 1, na qual se evidencia a percepção de relevância, na visão das obras pesquisadas, das diferentes funções atribuídas a controladoria.
Assim, em uma breve análise, constata-se que, no Brasil, 100% dos pesquisadores analisados, julgam que o planejamento é a função mais relevante da controladoria. Nos Estados Unidos e na Alemanha, esta é a opinião de 80% dos estudiosos da área. Em relação à função de controle, percebe-se que na Alemanha, ela é considerada fundamental na gestão dos negócios, por 100% das obras. Por seu turno, no Brasil e nos Estados Unidos, esta função é julgada relevante por 80% e 70% das obras, respectivamente.
Entre as funções com menor referência, destaque para os controles internos com 3% e relatórios governamentais, processamento de dados, mensuração do risco e desenvolvimento de pessoas com 7%, cada. Adicionalmente, perdem importância as funções relacionadas a processamento de dados, substituído pelo termo sistema de informações e auditoria interna.
A fim de particularizar as funções básicas conforme o entendimento dos diversos autores segundo as características apresentadas no Quadro 1, segue no Quadro 2 uma representação das funções básicas relacionadas segundo perspectivas de desenvolvimento conceitual da controladoria.
As funções relacionadas com a perspectiva da Gestão Operacional, são fortemente influenciadas pela visão das funções da controladoria do Controller's Institute of América de 1946. Autores, como Jackson (1949), Heckert e Willson (1963), Cohen e Robbins (1966), Vancil (1970), Anderson, Schmidt e McCosh (1973), Tung (1974), Willson e Colford (1981), Yoshitake (1984), Serfling (1992), Roehl-Anderson e Bragg (1996), Schwarz (2002), Horngren, Sundem e Stratton (2004), Brito (2003) e Padoveze e Benedicto (2005), apresentam forte alinhamento no enquadramento na primeira perspectiva (Quadro 2).
Complementando, Jackson (l949), Heckert e Willson (l963), Vancil (l970), Tung (1974), Willson e Colford (l981), Yoshitake (1984), Brito (2003) e Padoveze e Benedicto (2005) apresentam a contabilidade como uma das funções básicas da controladoria. Outras funções, como a auditoria interna, citada por Jackson (1949) e Tung (1974), e os controles internos, por Yoshitake (1984) e Horngren, Sundem e Stratton (2004) são também apontadas como parte das atribuições da controladoria.
O grupo dos representantes da segunda perspectiva, Gestão Econômica, basicamente é formado por autores brasileiros influenciados pelas ideias do Gecon. Assim, entre estes autores destacam-se Mosimann e Fisch (l999), Almeida, Parisi e Pereira (2001), Peleias (2002) e Santos (2005), entre outros.
Na terceira perspectiva, Gestão Estratégica encontram-se autores norte-americanos, como Anthony e Govindarajan (2001), que entendem que a controladoria desempenha um importante papel na preparação de planos estratégicos e orçamentários. Adicionalmente, Atkinson et al. (2000) e Garrison e Noreen (2001) defendem que no atual contexto a controladoria está se tornando parte da alta administração, participando da formulação e implementação de estratégias, cabendo-lhe a tarefa de traduzir o plano estratégico em medidas operacionais e administrativas.
Entre os autores brasileiros simpatizantes com essa perspectiva encontram-se Mosimann e Fisch (l999), Almeida, Parisi e Pereira (2001), Peleias (2002), Schmidt e Santos (2006) e Nascimento e Reginato (2007). Já os autores alemães, como Mann (l973), Bramsemann (1980), Welge (1988), Reichmann (2001), Hahn (2001), Weber (2004), Kupper (2005) e Horváth (2006), entre outros, defendem que a controladoria deve atuar em um papel mais sistêmico, o que inclui a coordenação do planejamento e controle estratégico da organização.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Para melhor entendimento, as funções de controladoria são descritas primeiramente por país e, posteriormente será realizada a análise conjunta.
4.1 NA VISÃO DOS ESTADOS UNIDOS
A origem da institucionalização da função da controladoria moderna nas empresas privadas, segundo Horváth (2006), é resultado da industrialização ocorrida nos USA na metade do século 19. Para Beuren (2002), o crescimento vertical e diversificado desses conglomerados demandou, por parte dos acionistas e gestores, um controle central em relação aos departamentos e divisões que rapidamente se espalhavam nos Estados Unidos e em outros países.
Atentas a estas movimentações do cenário econômico mundial e ao consequente aumento das demandas informacionais, as empresas foram em busca de maneiras de neutralizar seus efeitos negativos e ainda identificar potenciais vantagens competitivas. Neste sentido, em 1892, "General Electric Company" tornou-se a primeira indústria que, formalmente instituiu a posição de controller(HORVÁTH, 2006).
A partir de então, a preocupação dos norte-americanos com a controladoria ganhou força e importância no ambiente empresarial. Com isto, em 1946, surge a primeira versão das funções da controladoria de forma institucional. Foi elaborada pelo Controller's Institute of América com o titulo de "The Place os the Controller's Office". Esta versão original continha 17 diferentes funções para o controller. Atualmente, este número foi reduzido a sete funções básicas, conforme ilustrado no Quadro 1.
Há vários resultados de estudos empíricos dos EUA, conforme Quadro 3, que ilustram os diferentes aspectos das funções da controladoria e seus desenvolvimentos, entre eles, destaque para as pesquisas de Simon et al. (1954), Custis (1962), Sathe (1978 e 1982), Siegel e Kulesza (1996) e Price Waterhouse (1997).
Em uma visão mais tradicional Voorhies (1944), Simon, Guetzkow, Kozmetsky e Tyndell (1954) Simon, Guetzkow, Kozmetsky e Tyndell (1954), Sathe (1978) e Siegel e Kulesza (1996) apontam a contabilidade e a elaboração de demonstrações e interpretação como funções básicas. Isto mostra que tradicionalmente as funções da controladoria estão relacionadas à contabilidade.
Na pesquisa realizada por Voorhies (1944) estão presentes atividades relacionadas ao controle interno, relatórios governamentais e direção. Já a auditoria é destacada no trabalho empírico de Simon, Guetzkow, Kozmetsky e Tyndell (1954).
Sathe (1978) e Siegel e Kulesza (1996) destacam o planejamento e controle, além dos últimos destacarem também o sistema de informações como função principal do controller. Por isto, desde o final de 1970, percebe-se nas pesquisas norte-americanas, a migração da orientação essencialmente voltada à contabilidade para uma direcionada às estratégias. Assim, o desenvolvimento da controladoria partiu da contabilidade para uma ampla função de informação, passando a orientação das estratégias e focalizando a implementação e transformação das estratégias em medidas operacionais.
Para Horváth (2006), as formulações das funções nos Estados Unidos são baseadas nos primórdios da industrialização e, atualmente ainda, produz importantes indicadores para sua formalização.
4.2 NA VISÃO DA ALEMANHA
Enquanto nos EUA, os primeiros registros sobre as funções da controladoria reportam ao final do século 19, na República Federal da Alemanha, a expansão do tema ganhou notoriedade no fim dos anos de 1950. Depois de uma restrição inicial, ela registrou um crescimento rápido na década seguinte em grande parte das organizações (KÜPPER, 2005). Possivelmente, puxada pelo novo contexto organizacional que começava a se desenhar na segunda metade daquela década.
Em 1963, Bussmann em seu livro de Contabilidade Industrial dedicou um capítulo ao controller. Mas, somente a partir de 1970 as primeiras obras específicas de controladoria surgiram como a de Mann (1973).
Conforme evidenciado no Quadro 2, a função contábil não é predominante na prática das empresas alemãs como função da controladoria, citada apenas na pesquisa de Horváth, Dambrowsky, Jung e Posselt (1985). A pesquisa em empresas alemãs, realizada por Uebele (1981) aponta uma variedade de funções como, administração de impostos, avaliação e deliberação, relatórios governamentais, proteção de ativos e análise e avaliação econômica, sendo a ultima também destacada por Pellens, Tomaszemski e Weber (2000).
Em decorrência desta visão prática e alinhada percebe-se uma abertura para a participação da controladoria no planejamento em todos os níveis (Horváth, Dambrowsky, Jung e Posselt,1985, Horváth, Gaydoul e Hagen, 1978, Uebele, 1981 e Pellens, Tomaszewski e Weber, 2000). Por outro lado, as funções orientadas para finanças raramente são associadas com a área.
4.3 NA VISÃO DO BRASIL
No Brasil não se tem uma data precisa sobre o surgimento da terminologia de controladoria. Provavelmente, deve-se mais especificamente à vinda das grandes corporações internacionais. Entretanto, a função já existia anteriormente, porém não com esta epistemologia.
Os trabalhos empíricos mostram grande tendência da controladoria no Brasil na função de planejamento e controle. As funções tradicionais como contabilidade e elaboração de relatórios e interpretação são destacadas em pesquisas de Calijuri, Santos e Santos (2004), Santos, Castellano, Bonacim e Silva (2005) e Borinelli (2006). A função de controles internos também foi citada em três pesquisas realizadas.
Assim, na análise constata-se que, no Brasil, 100% das pesquisas analisadas, julgam que o planejamento é a função mais relevante da controladoria. Nos Estados Unidos, esta é a opinião de 50% e Alemanha de 80% dos estudos da área. Com relação à função de controle, percebe-se que na Alemanha, ela é considerada fundamental na gestão dos negócios, por 80% das pesquisas. Por seu turno, no Brasil e nos Estados Unidos, esta função é julgada relevante por 75% e 50% dos trabalhos empíricos, respectivamente.
Se forem consideradas as definições de funções da teoria clássica da administração; planejamento, organização, direção e controle, pode-se concluir que nos três países há um consenso sobre a importância do papel do controller como agente de pensar no futuro da organização (planejamento) e de monitorar e corrigir a rota (controle).
Entre as funções com menor referência, destaque para a avaliação e consultoria, processamento de dados, mensuração de riscos, organização, desenvolvimento de pessoal e coordenação com nenhuma citação.
Percebe-se também que funções como auditora, controle interno, avaliação e consultoria, processamento de dados, mensuração do risco, organização, desenvolvimento de pessoal, atender agentes de mercado e coordenação, entre outros, não integram, na visão dos trabalhos investigados, o rol de atividades da controladoria na Alemanha. Essencialmente neste país a controladoria exerce função sistêmica e estratégica, participando ativamente do planejamento e controle, entretanto, há o apontamento de um conjunto maior de funções.
Por seu turno, nas pesquisas norte-americanas constata-se a orientação para a estratégia, ou seja, os trabalhos mais recentes apontam para as funções de planejamento e controle. Isso se deve particularmente aos trabalhos de Kaplan e Norton (1992, 1996, 1997, 2000, 2001, 2004 e 2006) sobre o Balanced Scorecard e de Simons (1995 e 2000) sobre as Level of Control e Performance Measurement, que colocam a avaliação de desempenho com medidas não financeiras no centro da discussão.
Na Alemanha nota-se uma clara acepção dos trabalhos empíricos quanto às funções de planejamento e elaboração de relatórios e sua interpretação, seguida por controle. Assim, funções relacionadas à contabilidade, impostos e auditoria, entre outras pouco fazem parte da plataforma da controladoria.
Já no Brasil, se consegue perceber uma orientação clara sobre as funções da controladoria. Destaque para o planejamento, com 100% e elaboração e interpretação de relatórios, controle, contábil e controle interno, com 75%, respectivamente. Desta forma, as funções na prática estão melhor definidas no Brasil do que na Alemanha e nos EUA.
O Quadro 3 mostra uma lista de funções da área, na visão de pesquisas empíricas realizadas nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil.
1.4 PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS DA CONTROLADORIA
Em resposta as mudanças apresentadas na introdução do trabalho, as organizações necessitam identificar e gerenciar os fatores-chave de seu sucesso em toda a cadeia produtiva. Isso exige diferentes arranjos empresariais, com setorização da estrutura organizacional e gerenciamento das relações com o ambiente, o que inclui principalmente melhorias no sistema de gestão.
A organização deve ter a capacidade de criar mecanismos internos de planejamento e controle que possam minimizar os efeitos das variações econômicas e suportar a concorrência sem fronteiras, poderá não só garantir a rentabilidade, como também criar planos alternativos de ação e crescimento. Uma das formas de manter a competitiva neste cenário é projetar sistemas de gestão que permitam planejar, implementar e controlar as atividades.
Diante dos resultados apresentados na pesquisa e das novas necessidades das organizações, Horváth (2006) já destacava que entre as perspectivas de desenvolvimento da controladoria, para os próximos anos esta a transformação da filosofia, mudanças no âmbito das funções, maior participação na tomada de decisão, utilização de mais instrumentos de gestão, descentralização da estrutura organizacional e da controladoria e difusão.
Quanto à filosofia da controladoria a principal transformação consiste na passagem de uma visão empresarial conservadora dos fatos para uma que promova a inovação. Para tanto, ela deve intervir em capacidades e não apenas em números.
A isto estão ligadas a expansão e alocação das funções de coordenação e informação. Assim, o suporte ao planejamento e controle estratégico estão em destaque e não mais apenas, os negócios rotineiros.
No geral, é observada uma participação cada vez maior desta área na tomada de decisões. Isso se deve à distância menor entre a completa disseminação das informações e os métodos, interpretação e avaliação para a efetiva tomada de decisões. Nesse sentido, pesquisas mostram que fatores comportamentais como pensamento estratégico, habilidade com informática, capacidade de lidar com mudanças e de trabalhar em equipe, são importantes para o envolvimento do controller na tomada de decisão, assim como indicaram que a auto disciplina, senso crítico e abertura para novas experiências são características marcantes e que devem estar presentes.
O suporte computacional faz parte, já a alguns anos, das ferramentas dos profissionais que atuam nesta área. As funções complexas podem ser realizadas adequadamente por este meio. Enquanto a área operacional está integrada pelo suporte computacional, sua utilização nas áreas estratégicas tem crescido substancialmente.
A crescente necessidade de coordenação em todos os níveis da administração leva a descentralização. Percebe-se aí uma forte ligação com a especialização da função. Em grandes organizações, este quadro já é bastante presente. Como as funções da controladoria, neste tipo de contexto, são às vezes executadas por um "não-controller", deve-se atentar particularmente para o fato de que instrumentos simples e flexíveis devem estar à disposição, de modo que qualquer colaborador possa empregá-los rapidamente. Além disso, a área deve acompanhar as mudanças no contexto organizacional. Por isso, a crescente incidência de estruturas entrelaçadas representa uma tendência que força a controladoria a evoluir. A coordenação e disseminação das informações não mais são restritas a organizações isoladas ou setores, mas garantem integração de dados entre as cadeias produtivas.

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Ao longo desta investigação constatou-se que diversas pesquisas empíricas apresentam conceitos e funções da controladoria de forma não inteligível, gerando muitas vezes pontos de vista antagônicos e confusos.
Há, também, modismos que relacionam todas as funções de uma organização, métodos e ferramentas ao termo. Essa postura resulta num conjunto de penduricalhos associados ao tema, fazendo com que o foco seja desviado. Isso talvez seja resultado da própria literatura que publica livros que contemplam no seu título o termo Controladoria, mas seu conteúdo nada lembra a essência do tema, muito menos tem relação com pesquisas ou nomenclaturas de outros países. Também artigos ou pesquisas são publicados sem o tratamento metodológico adequado para o melhor entendimento do leitor e aferição de conclusões que possam contribuir para o avanço dos estudos na área.
Os resultados mostram que a controladoria na Alemanha tem uma aderência mais próxima da gestão estratégia, com atuação na coordenação do planejamento em todos os níveis, sistema de informações, controle, gestão de pessoas e organizacional, ou seja, mais próximo do que as empresas necessitam. Essa dedicação mais voltada aos aspectos estratégicos da organização deve-se muito ao fato de o controller e o contador não serem a mesma pessoa. O que em geral não acontece nos Estados Unidos e Brasil, onde a função de controller e contador é compatibilizada por um único responsável. Com isso, as funções tendem a ter maior aderência a gestão operacional, com tarefas mais direcionadas a atividade contábil.
Por fim, apesar dos "desvios" constatados nas pesquisas, pode-se afirmar que há algumas funções que estão bem próximas ao consenso. Nesse sentido, destacam-se as funções de planejamento e controle que são apontadas como fundamentais por 77% e 62% dos trabalhos pesquisados, respectivamente. Isso evidencia que a principal preocupação da controladoria deve estar mais voltada para o futuro da organização. Entretanto, funções de elaboração de relatórios e interpretação (85%) e contabilidade (62%) são imprescindíveis à prática das organizações.
Isso confirma a tendência indicada na literatura, que a controladoria tem se voltado para o planejamento nos níveis estratégico, tático e operacional. Mas, também indica que áreas tradicionais como contabilidade estão ainda fortemente presentes. Talvez em razão de a controladoria e contabilidade nos Estados Unidos e Brasil, estar na mesma unidade organizacional ou ter um único responsável.
Para isso, ele deve ter a qualificação adequada para cumprir as funções acima relacionadas. A análise das funções da controladoria, na percepção das diferentes pesquisas ligadas aos Estados Unidos, Alemanha e Brasil, realizada neste trabalho, demonstra uma riqueza de apontamentos das funções do controller e, portanto, das qualificações exigidas para bom exercício dessa função.

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Fonte: http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S1982-64862010000300007&script=sci_arttext 05/02/2012