quinta-feira, 30 de maio de 2013

Brasil cai cinco posições em ranking de competitividade mundial

O Brasil perdeu espaço no cenário competitivo internacional, de acordo com o Índice de Competitividade Mundial 2013, divulgado nesta quinta-feira pelo International Institute for Management Development (IMD).
O país passou para a 51ª posição, cinco abaixo do 46º lugar ocupado no ranking do ano passado. O ranking tem 60 países.
"Estávamos esperando o Brasil numa posição bem melhor", disse o diretor do IMD World Competitiveness Center, Stephane Garelli. Na sua visão, o grande problema do país é "muito consumo e pouca produção".
Já de acordo com o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena o levantamento no Brasil, um dos únicos pontos em que o país ganhou competitividade foi a atração de investimentos.
No entanto, segundo ele, o principal problema é transformar este aporte em produtos e serviços de maior valor agregado. Além disso, problemas em educação e infraestrutura e a necessidade de reformas como a tributária também prejudicam a competitividade do Brasil.
A pesquisa avalia as condições de competitividade de 60 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião realizada com executivos.
"O Brasil precisa ter um senso de direção e um bom plano de investimento e persegui-lo", adicionou Garelli.

Brics têm resultados distintos

Além do Brasil, Índia e África do Sul também caíram no ranking, enquanto China e Rússia subiram. Para o IMD, as economias emergentes em geral ainda estão altamente dependentes da recuperação global, que parece estar atrasada.
Segundo a pesquisa, os Estados Unidos permaneceram no primeiro lugar em 2013, graças a uma melhora do setor financeiro, uma abundância de inovação tecnológica e companhias de sucesso.
China e Japão também estão melhorando sua competitividade, segundo o levamentamento.
Na Europa, Suíça, Suécia e Alemanha são consideradas as nações mais competitivas, cujo sucesso se baseia na manufatura orientada para exportação, economias diversificadas, pequenas e médias empresas fortes e disciplina fiscal.
"Como no ano passado, o resto da Europa está pesadamente constrangida por programas de austeridade que estão atrasando a recuperação e colocando em causa a oportunidade das medidas propostas", disse o IMD.

(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro)

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2013/05/30/brasil-cai-cinco-posicoes-em-ranking-de-competitividade-diz-imd.htm

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Auditoria vê diferença milionária na contabilidade da Via Varejo

Contratada pela Via Varejo para levantar possíveis inconsistências na contabilidade, a auditoria KPMG descobriu diferenças de avaliação de valores que superestimaram o patrimônio da empresa em R$ 230 milhões.
A maior parte desse valor é uma diferença na avaliação do patrimônio da Casas Bahia e do Ponto Frio, empresas que se juntaram em 2010 para formar a Via Varejo.
A Folha apurou que R$ 170 milhões são resultado de uma diferença na avaliação dos ativos da Casas Bahia e da fabricante de móveis Bartira.
A cifra também inclui R$ 50 milhões em vendas supostamente realizadas pela Casas Bahia. As cerca de 73 mil notas fiscais dessas vendas desapareceram.
O relatório aponta ainda o não recolhimento do Imposto de Renda, PIS e Cofins e ICMS dessas vendas.
No Ponto Frio, a diferença patrimonial foi inicialmente de R$ 35 milhões.
Mas a Folha apurou que esse número pode chegar a R$ 60 milhões.
Além desses valores, a KMPG apontou novas inconsistências que não puderam ser mensuradas. Isso significa que o valor pode extrapolar os R$ 230 milhões.
Oficialmente, as empresas dizem que os números apontados pela KPMG não são definitivos, mas se negam a comentar o relatório, que é sigiloso e não pode ser usado em processos judiciais.
O assunto está sendo conduzido pelo comitê financeiro da Via Varejo com apoio técnico dos executivos.
solução
Segundo apurou a reportagem, a solução que deverá ser aprovada é o pagamento das diferenças pelas partes para que o assunto seja encerrado.
Acerto semelhante foi feito no ano passado por outras diferenças.
Resolvida essa controvérsia entre os sócios, a empresa fica livre para seguir adiante com o plano da família Klein, que detém 47% da Via Varejo, de vender parte de suas ações por meio de abertura de capital da companhia.
A empresa foi avaliada em até R$ 12 bilhões -quase o triplo do valor na época da fusão. A abertura de capital agrada ao Casino, grupo francês que controla o Pão de Açúcar, dono dos outros 53%.
Procurada, a KPMG preferiu não comentar.

Autores: JULIO WIZIACK
TONI SCIARRETTA


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1286476-auditoria-ve-diferenca-milionaria-na-via-varejo.shtml 29/05/2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cinco anos após o pico, Bolsa de SP não dá sinais de reação

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Há exatos cinco anos o Ibovespa, índice que serve como referência para o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo, marcava 73.516 pontos. Era o pico histórico do principal termômetro dos negócios com ações no país.

Hoje longe daquele patamar (com 55.164 pontos na última sexta), o índice não dá sinais de recuperação em médio prazo.

Wall Street renasce com recorde nas ações americanas
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Análise: Sem NY como guia, Bovespa perdeu o rumo das compras

À época do recorde, o país acabara de obter o chamado "grau de investimento", selo de bom pagador de dívida. Os bancos Pactual e Credit Suisse tinham levado 89 empresas para abrir o capital no Novo Mercado (segmento de alta transparência da Bolsa). O empresário Eike Batista captava R$ 6,7 bilhões (que valem hoje R$ 1 bilhão) para a OGX, então um projeto de exploração de petróleo.

"Havia um excesso de dinheiro que levou às alturas preços de ações, commodities e imóveis. Nos EUA, havia dinheiro até para financiar compra de imóvel para quem não tinha trabalho fixo. Claro que não se sustentou", disse Carlos Nunes, estrategista de renda variável do HSBC.

A bolha estourou, os EUA deixaram quebrar o banco Lehman Brothers e sinalizaram que não haveria mais socorro. Depois, tiveram de voltar atrás para evitar a implosão do sistema financeiro.

No Brasil, em cinco meses o Ibovespa derreteu 60% e atingiu o fundo do poço, marcando 29.067 pontos.

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O então presidente Lula chamou a crise de "marolinha", veio a recuperação, e a Bolsa subiu 82,6% em 2009.

No capítulo atual, a Bolsa brasileira se tornou a de pior desempenho entre os dez maiores mercados, com perda de 39,10% em dólares (veja ao lado). Está atolada na casa dos 50 mil pontos e acumula perda de 9,5% no ano.

Na semana passada, os 55.164 pontos do Ibovespa representavam uma queda de 24,9% em relação ao 20 de maio de 2008. E isso sem considerar a inflação do período.

Se fosse corrigido pelo IPCA, os 73.516 de cinco anos atrás seriam hoje 97.362, segundo a consultoria Economática. Ou seja, o Ibovespa precisa subir 43,3% para voltar ao nível de 2008.

O mesmo investidor estrangeiro que tornou o Brasil o "queridinho do mercado" vai procurar oportunidades em mercados mais promissores -como EUA, México e Japão- de crescimento mais comedido, porém, contínuo.

"Da mesma forma que havia uma euforia desmedida em 2008, agora há um excesso de pessimismo com o Brasil", disse Álvaro Bandeira, sócio da gestora Órama, e veterano de crises na Bolsa.

Pessimismo em parte explicado pelo alto intervencionismo do governo Dilma, que impediu a Petrobras de subir a gasolina, fez os bancos públicos reduzirem juros para forçar competição com os privados e diminuiu o ganho das empresas de energia para tornar mais barato o custo da eletricidade.

"O governo passa a sensação de que lucro é demoníaco. O investidor estrangeiro e o nacional têm que sentir que o Brasil é uma terra de oportunidade", diz Ricardo Rocha, professor do Insper.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1281083-cinco-anos-apos-o-pico-bolsa-de-sp-nao-da-sinais-de-reacao.shtml 20/05/2013





Log, da MRV, terá capitalização de R$278 mi

SÃO PAULO, 20 Mai (Reuters) - A MRV Engenharia informou no domingo que acertou acordo com fundo de private equity gerido pelo Bradesco para investimento de 278 milhões de reais na empresa de gestão de espaços comerciais LOG Commercial Properties.

Do total de recursos, atuais investidores da LOG investirão 150 milhões de reais enquanto o fundo FIP MPLUS, gerido pelo Bradesco BBI, aportará 128 milhões, ficando com 9,9 por cento de participação na LOG.

"Esta operação permitirá à LOG a continuidade do seu agressivo plano de investimento em propriedades comerciais que incluem galpões industriais, shopping centers, centros de conveniência (strip malls), lajes corporativas e loteamentos industriais", afirmou a MRV em comunicado.

Com o acordo, MRV, Starwood Capital Global Group e executivos e colaboradores reduzirão suas participações na LOG, para 37,87, 30,03 e 22,2 por cento, respectivamente.

Antes do acordo, a MRV tinha 42 por cento do negócio, com Starwood detendo 33,3 por cento e executivos e funcionários possuindo fatia de 24,7 por cento.

No comunicado, a MRV afirmou que a LOG prevê investimento de 429 milhões de reais este ano e de 455 milhões em 2014.


(Por Alberto Alerigi Jr.)

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2013/05/20/mrv-faz-acordo-com-fundo-do-bradesco-para-investimento-na-log.htm 20/05/2013