sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sky inflou número de assinaturas

Investigação da DirecTV, controladora da empresa nos EUA, apontou irregularidades nos números informados à Anatel desde 2012.


A empresa de televisão por assinatura Sky inflou o seu número de assinantes no Brasil, segundo informou a controladora da companhia, a empresa norte-americana DirecTV. O erro foi verificado depois de uma investigação interna realizada desde abril pela própria DirecTV nos Estados Unidos.

De acordo com a investigação, a contabilização inflada foi ocasionada por irregularidades praticadas por alguns funcionários no Brasil. A informação foi divulgada em documento enviado à agência Securities and Exchange Comission (SEC), órgão que regulamenta e controla o mercado de capitais nos Estados Unidos, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A DirectTV estima que a base de assinantes possa ter sido, na verdade, de aproximadamente 100 mil a menos do que a relatada à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no final de 2012, de 5,038 milhões.

Em março, o aumento do número de assinantes foi inflado em 200 mil, frente aos números de 5,258 milhões encaminhados à Anatel.

Dados alterados. Segundo a empresa, desde 21012 alguns funcionários do Brasil conduziam atividades incompatíveis com as políticas autorizadas pela Sky para retenção de assinantes e gerenciamento dos desligamentos de clientes. Entre as irregularidades apontadas estava a concessão indevida de créditos a contas de assinantes com o objetivo de reduzir ou eliminar saldos devedores.

O custo estimado da irregularidade deve gerar encargos antes de impostos de US$ 25 milhões, contabilizados nos resultados do segundo trimestre, em razão do reconhecimento das taxas de desconexões e dos respectivos custos operacionais da empresa. Assim, com a revisão da base de clientes, a Sky terminou maio com 5,212 milhões de assinantes, ante 5,342 milhões em abril.

De acordo com a Anatel, a Sky/DirecTV tem a segunda maior operação de televisão por assinatura do País, atrás da NET/Embratel, com 8,842 milhões de assinaturas, e à frente da Oi, com 857 mil, segundo dados de abril.

As pesquisas mais recentes apontam que há 16,969 milhões de domicílios com televisão por assinatura no Brasil.

A Anatel afirmou em nota que não tomou conhecimento dos resultados da investigação nos Estados Unidos, e que "eventuais falhas de registro na base de assinantes da empresa não trazem repercussões diretas sobre a prestação do serviço aos usuários, preocupação maior do órgão regulador".

De acordo com a Anatel, o erro nos cálculos da base de assinantes não provoca impacto na arrecadação tributária. "Caso a empresa encontre inconsistências em sua base de assinantes, deve efetuar as correções devidas e comunicar ao órgão regulador para fins estatísticos."

Procurada pela reportagem, a Sky Brasil não se pronunciou até o fechamento da edição.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sky-inflou-numero-de-assinaturas--,1047933,0.htm acessado em 28/06/2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Rei do Leite: Império de Wilson Zanatta Estremece

O empresário que comanda o setor gaúcho de laticínios, no momento em que sete marcas estão com a imagem arranhada devido a fraudes no alimento, já foi aclamado Rei do Leite pelo império lácteo que montou no Brasil. O título se justificava: afinal, Wilson Zanatta tinha indústrias em 11 Estados, faturava R$ 1,7 bilhão por ano e planejava se expandir para o Uruguai.
O império estremeceu em fevereiro, quando a Lácteos Brasil (LBR) – fabricante das marcas Bom Gosto e Líder, entre outras – entrou em recuperação judicial, deixando dívida de R$ 1,1 bilhão com mais de 2,7 mil empresas fornecedoras – algumas das quais faliram ou precisaram mudar de ramo. Somente com cinco bancos, entre os quais Banrisul e Sicredi, os débitos somam R$ 131 milhões.
O segundo golpe sobreveio em 8 de maio. Deflagrada pelo Ministério Público Estadual e Ministério da Agricultura, a Operação Leite Compen$ado descobriu adulteração em sete marcas. Uma delas é a Líder, pertencente ao grupo de Zanatta, que teve um lote confiscado por apresentar contaminação com água, ureia e formol.
O escândalo do leite com formol – o mais grave da história recente do setor por afetar a saúde – ocorre justamente quando Zanatta preside o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). Pela projeção que conquistou, ele também dirige o Conselho Paritário do Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite).
O clima no Sindilat e no Conseleite vai do desconforto à indignação. As reuniões se esvaziaram. Industriais que trabalham seriamente, sem fazer alquimias para aumentar o volume do leite, estão descontentes com o fato de o número 1 da área ter caído nas malhas da fiscalização.
A trajetória de Zanatta foi meteórica. Filho de agricultores em Tapejara, no norte do Estado, iniciou-se nos laticínios com uma fabriqueta caseira de queijos. Era 1993, surgia a empresa Bom Gosto – hoje uma das associadas da LBR.
Zanatta foi um ousado trapezista nos negócios, sempre armando uma rede de proteção com financiamentos em bancos públicos. Enquanto comprava vacas holandesas no Uruguai, para qualificar o plantel dos produtores na região de Tapejara, dispunha dos cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assumiu participação de 23% no capital da Bom Gosto.
Preterindo outros empresários, o BNDES apostou que Zanatta poderia ser referência num mercado fracionado, dividido em inúmeras marcas de laticínios. A partir de 2006, a Bom Gosto engoliu concorrentes. Dois anos depois, amparado pelo BNDES, deu um salto ainda maior: uniu-se à Líder, do Paraná, tornando-se o quarto maior grupo lácteo do país.
O estilo Zanatta contrariava empresários da área, mas trazia resultados. No final de 2010, era anunciada a fusão da Bom Gosto-Líder com a LeitBom, originando a Lácteos Brasil (LBR). Um dos acionistas, o BNDES aportou R$ 700 milhões na LBR.
Mas o colosso andava sobre pés de barro. Confiava num faturamento de R$ 3 bilhões, mas parte das 31 fábricas ruiu num efeito dominó, a partir de 2011, por má gestão ou ociosidade. Hoje, restam 12. Cerca de 30% dos funcionários foram demitidos no projeto de reestruturação.
As ressalvas aos métodos do Rei do Leite aumentaram, mas Zanatta não se manifesta – nem sobre a situação da empresa, nem sobre a fraude com ureia que atingiu uma das suas marcas e abalou a credibilidade de uma parcela dos laticínios gaúchos. ZH entrou em contato com assessores do empresário em São Paulo e em Tapejara, mas a resposta foi negativa.
Berço do empresário, Tapejara está temerosa com o destino da Bom Gosto (LBR), pelo risco de perder impostos e empregos. Prestadores de serviços que gravitavam em torno da indústria sofreram calote, quebraram ou tiveram de se reinventar. Uma das preocupações é uma eventual mudança do empresário para o Uruguai, onde teria comprado terras perto de Montevidéu, em San José.

Autor: Nilson Mariano
 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Liderança: requisito essencial para o sucesso na carreira

O que é preciso para conquistar espaço em grandes empresas e fazer a diferença no mercado de trabalho? Falar um segundo idioma, fazer cursos de aperfeiçoamento, procurar um coaching ou fazer treinamentos. Tudo isso é válido, mas existe um ingrediente que não pode faltar aos jovens que estão em busca de uma carreira de sucesso: liderança.
Ser Líder ou ser chefe? Muitas pessoas podem pensar que é a mesma coisa, mas há uma grande diferença. "O conceito de liderança no mercado passa por uma mudança importante. Observamos que existe cada vez menos espaço para o 'chefe' que somente dá ordens. As pessoas querem fazer parte de algo e não somente obedecer a ordens. Hoje, um líder é reconhecido por ser exemplo de sucesso, acompanhar as tarefas dos liderados de maneira horizontal, trabalhar como os outros e servindo como exemplo", explica Bernardo Cavour, headhunter e sócio da FLOW Executive Finders.

Dada a explicação, agora vem outra questão: Como ser líder? Existe algum treinamento para se tornar um líder? Segundo Fernanda Abreu, diretora de Pessoas, Projetos e Gestão do Instituto Aquila, ser líder não é tarefa tão impossível como as pessoas pensam: "A liderança é uma característica nata, mas é possível desenvolvê-la, sim". Para a diretora, os passos para desenvolver a liderança são conhecimento, respeito, foco, organização e avaliação.

Para deixar de ser um chefe e se tornar um líder, é preciso ter a capacidade de observar e refletir sobre as consequências de suas ações. "Caso ele não observe as consequências e não reflita sobre os motivos e significado das ações, dificilmente conseguirá aprender e ser um líder", explica Fernanda Abreu.

"Para que esta liderança seja legitimada, a pessoa precisa ter uma inteligência emocional desenvolvida que lhe confira habilidades como automotivação, autoconhecimento, autocontrole, bom relacionamento e empatia. Todos nós nascemos com diferentes níveis de desenvolvimento destas habilidades, mas podemos fortalecê-las com vontade, treinamentos e feedbacks de gestores e mentores. O desenvolvimento será melhor e mais fácil quanto maior for o engajamento da pessoa", afirma Bernardo Cavour.

A mudança começa internamente, a partir do momento em que a pessoa se pergunta sobre o que é necessário para receber mais apoio da sua equipe. "Uma vez que a mudança interna aconteça, é possível externá-la por meio de desenvolvimento de planos de ação em conjunto com seu time e saindo do papel de somente dar ordens, ainda que claramente, assumindo a responsabilidade pelo caminho a ser seguido", complementa o headhunter.

Para ter sucesso nessa nova fase os chefes terão que exercer uma liderança mais democrática e precisarão trabalhar o comportamento educador (persuasivo) demonstrando a competência na tomada de decisão. "Estes chefes terão que mostrar muito conhecimento, unir pessoas e atingir metas para ser aceito pelos funcionários", diz Fernanda Abreu.

A evolução da sociedade, das empresas e das famílias depende da atuação e inspiração de pequenos, médios e grandes líderes. Ser um bom líder é agregar valor às pessoas, se interessar por elas. É necessário atuar intensamente nas ações cotidianas que sustentam o foco da sua equipe em atingir resultado. Os rituais de acompanhamento dos resultados da equipe é um ótimo exemplo para demonstrar sua capacidade de liderança.

Quando o superior não consegue motivar e inspirar a sua equipe não é visto com bons olhos e então irá perder o respeito. "Se um líder souber usar as suas ferramentas motivacionais e suas habilidades sociais e se aproximar dos aprendizes, ele estará muito perto do trabalho, das demandas, dos possíveis conflitos e dos próprios funcionários. Proximidade e abertura são dois pontos importantes para que haja controle e convergência nas zonas de trabalho", afirma Bernardo.

De acordo com Fernanda Abreu a procura por líderes nas seleções de funcionários tem aumentado e os recrutadores analisam alguns pontos nos candidatos: "nas dinâmicas em grupo, procuramos o candidato que mais tiver brilhos nos olhos, que se expressam com empolgação e demonstram as habilidades que têm. Procuramos os líderes em cada fase de um processo seletivo, aqueles que se destacam e conduzem o grupo. O conhecimento será conquistado no dia a dia do trabalho".

Autor: Por

Fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/lideran-requisito-essencial-para-o-sucesso-na-carreira-143400813.html 07/06/2013